Bem-vindo ao Diário da CPTM, seu blog de referência para informações atualizadas sobre transporte público em São Paulo. Aqui, você encontra notícias, atualizações e dicas sobre trens, Metrô, CPTM, ônibus e muito mais. Nosso compromisso é fornecer uma fonte confiável de informações, ajudando você a planejar suas viagens com segurança e eficiência.

ESTAMOS EM MANUTENÇÃO

31 de dezembro de 2011

Carga da MRS está impedida de passar por São Paulo


Composições da MRS Logística estão impedidas desde domingo (25) de passar pelo município de São Paulo. A ferrovia utilizada pela companhia está interditada devido ao risco de desabamento de um edifício próximo à linha.

Segundo informações, a MRS está impedida de transportar diversas cargas pelo trecho. O caso mais crítico é de minério de bauxita para a fábrica de alumínio da Votorantim Metais - CBA, que fica próximo de Sorocaba (SP). São dois embarques por dia, totalizando 5 mil toneladas da matéria-prima.

A assessoria da Votorantim Metais informou desconhecer o fato e declarou que a "fábrica da empresa [no município de Alumínio] opera normalmente". A antiga CBA tem capacidade de produzir 480 mil toneladas ao ano do metal, o que exige mais de 5 mil toneladas por dia de bauxita para suprir as linhas de produção de alumina.

Procurada, a MRS informou que realmente está impedida de transitar e que "aguarda uma solução da CPTM, dona da linha, junto às autoridades, como Defesa Civil" para retomar a normalidade do transporte nesse trecho. O Valor apurou que outras cargas, como aço da Cia. Siderúrgica Nacional (CSN) oriundo de Volta Redonda (RJ) com destino a Campinas (SP) e ao sul do país, também estão afetadas, além de areia e enxofre.

Os trilhos usados pela MRS pertencem à Companhia Paulista de Trens Metropolitanos - a CPTM, empresa do Estado responsável pelo transporte de passageiros por ferrovias de superfície. Além das cargas da MRS, trens da própria CPTM estão com restrições de movimentação. Duas linhas (7-Rubi e 8-Diamante), que transportam em média 873 mil usuários diariamente, foram afetadas.

Embora a CPTM tenha restringido a operação no trecho desde quinta-feira, a interdição foi feita oficialmente pela prefeitura na segunda-feira (26) devido ao mau estado de conservação de um edifício que fica ao lado da ferrovia.

O prédio foi danificado por um incêndio que atingiu há uma semana (dia 22) a Favela do Moinho, na região de Campos Elíseos - no centro de São Paulo. A circulação de trens, diz a prefeitura, pode agravar a situação - provocando, inclusive, seu desabamento.

Em nota, a assessoria da CPTM informou que o prédio ameaçado é da antiga Rede Ferroviária Federal e, por isso, está solicitando "providências urgentes" à Secretaria do Patrimônio da União para restabelecer a operação da linha. Entretanto, a secretaria informou ao Valor que o imóvel não pertence à União. O edifício de seis andares teria ido a leilão pelo município em 1999 e hoje seria de propriedade privada.

Informada sobre o posicionamento da secretaria, a assessoria de imprensa da prefeitura informou que está apurando o fato. No Auto de Interdição, a prefeitura exigiu do proprietário a consolidação (reforma) ou a demolição do edifício. No documento, não foi estipulado um prazo para as providências. A secretaria ainda informou que a Advocacia Geral da União (AGU) entrou com ação na Justiça contestando o leilão realizado. Procurada, a AGU não tinha um porta-voz disponível para comentar o assunto imediatamente.

Os problemas que a MRS enfrenta por compartilhar a linha com a CPTM são amplamente debatidos no setor. Em setembro, o Valor noticiou que os governos federal e estadual chegaram a um consenso para construir o chamado Ferroanel, trecho de 66 km entre Campo Limpo Paulista (por onde passam trens vindos de Campinas) e Engenheiro Manoel Feio (a caminho do porto de Santos) que a MRS usaria para contornar a capital. Hoje, as composições de carga só podem atravessar a Grande São Paulo durante as janelas de ociosidade nas operações da CPTM. A própria MRS admitiu, na época, financiar parcialmente a obra, orçada em mais de R$ 1 bilhão.

Fonte: Valor Econômico/Ivo Ribeiro e Fábio Pupo | De São Paulo