Linha 6-Laranja: adicional de R$ 3,6 bilhões aprovado para evitar atraso de quase 3 anos

A Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo, que ligará a Brasilândia (Zona Norte) à estação São Joaquim (Centro), com 15 estações e capacidade para cerca de 630 mil passageiros por dia, está sendo construída por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP). O contrato original foi assinado em 2013, na gestão Geraldo Alckmin, com custo inicial estimado em R$ 15 bilhões, divididos entre o governo estadual e a concessionária privada (que também explora a linha por 25 anos).

As obras começaram em 2015, mas foram paralisadas em 2016 devido à Operação Lava Jato, que envolveu as empresas iniciais (Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC). Em 2020, o grupo espanhol Acciona, por meio da concessionária Linha Universidade S/A (Linha Uni), assumiu o projeto, retomando as obras com previsão inicial de entrega em 2025 e custo atualizado para cerca de R$ 19 bilhões.

Durante a execução, foi identificado um risco geotecnológico não previsto nos estudos originais, especialmente na estação Higienópolis-Mackenzie. Esse problema gerou um potencial atraso de 1.096 dias (quase três anos), o que levaria a conclusão total da linha para o final de 2028.

Para evitar esse atraso maior, o governo estadual optou por um cronograma acelerado, com mais frentes de trabalho e maior mobilização de recursos. Isso permitiu manter a entrega da primeira fase (trecho Brasilândia a Perdizes) para outubro de 2026 e a linha completa para o final de 2027.

Em 19 de dezembro de 2025, a Agência Reguladora de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp) reconheceu, por unanimidade, um desequilíbrio econômico-financeiro a favor da concessionária, no valor de aproximadamente R$ 3,69 bilhões (atualizado de um montante original de R$ 826 milhões, considerando correções desde 2013 até março de 2025). Esse valor refere-se aos custos adicionais da aceleração das obras, incluindo impactos em investimentos, receitas tarifárias, mobilização e garantias.

A Artesp ratificou o cronograma acelerado e recomendou a formalização de um termo aditivo ao contrato para definir como ocorrerá a recomposição financeira. A agência destacou que essa solução beneficia a população ao garantir a entrega mais precoce da linha, mitigando os impactos do evento geotecnológico.

O reconhecimento não implica pagamento imediato, mas ajustes contratuais futuros. O custo total da obra deve superar R$ 22 bilhões com esse aditivo. A gestão Tarcísio de Freitas e a concessionária não comentaram o assunto até o momento. As obras avançam, com túneis concluídos e progresso global em torno de 77% no final de 2025.

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