Esquadrão da limpeza mobiliza 1,7 mil pessoas para deixar tudo em ordem no transporte sobre trilhos
Em meio a críticas por problemas relacionados à lotação e a falhas em trens, se há um item que o paulistano não pode reclamar, tanto no Metrô quanto na CPTM, é a limpeza de estações e vagões. Juntas, as empresas têm em seus quadros 1.698 funcionários responsáveis por deixar tudo limpo para o usuário. E os empregados encontram de tudo um pouco nas lixeiras, inclusive calcinhas e sutiãs.
“É muita gente. Então achamos muita coisa curiosa. Algumas desagradáveis, como fezes e vômito fora dos banheiros”, relata a auxiliar de limpeza Mercedes Urbieta, de 40 anos, funcionária na Linha 3-Vermelha.
Mercedes é uma das 994 pessoas que compõem o “esquadrão da limpeza” das estações, como denomina o Metrô. O exército de terceirizados retira, todos os dias, mais de nove toneladas de lixo. Cada uma das quatro linhas de responsabilidade da companhia estadual (a Linha 4-Amarela é administrada por uma empresa privada) possui 32 lixeiras.
Já a limpeza dos trens durante a operação comercial é realizada por 46 funcionários, em rodízio, que atuam em trechos próximos às estações terminais. São utilizadas, por exemplo, “vassourinhas” adaptadas com cabos longos e pás portáteis denominadas “bituqueiras”. Em casos específicos, como vômitos, a empresa responsável pela estação é que realiza a remoção com o “kit vômito”, composto por luva, pá, escova, óculos de proteção, máscara, avental, saco de lixo biológico, papéis absorventes ou pano multiuso.
Em 2013, a pesquisa “avaliação do serviço segundo o usuário” mostrou que 83% dos passageiros considera a limpeza do Metrô boa ou muito boa.
CPTM/ A CPTM recolhe, diariamente, 12 toneladas de lixo em suas seis linhas. A limpeza é feita por uma equipe de 500 pessoas. No total, há 1.159 lixeiras nas seis linhas. Intoleráveis pela companhia, as pichações em vagões podem impedir a circulação do trem. “É uma das nossas prioridades. Se for preciso recolher o trem para apagá-las, assim o fazemos”, disse o chefe da Estação da Luz, Jorge Siqueira.
Chinelos, relógios e óculos também são resgatados
Além das estações e dos trens, os trilhos também reservam surpresas aos auxiliares de limpeza no Metrô e na CPTM. Destacado para manusear o pegador de objetos e de lixo, denominado “espetão”, Durval Batista dos Santos já acumula histórias para contar em pouco mais de seis meses trabalhando na Estação da Luz, no Centro.
“Chiclete e embalagens de chocolate são os objetos que mais pegamos aqui. Mas já retirei desde chinelo até relógio e óculos. Só não encontrei ainda dinheiro”, brincou o funcionário. Após a coleta, os detritos são depositados em uma grande lixeira para posterior remoção pelos caminhões de lixo.
Mais
1.198 funcionários limpam os trens e as estações do Metrô
500 pessoas limpam as instalações da CPTM
18 mil litros de xampu são usados por ano para os trens do Metrô
12 toneladas de lixo são retiradas pela CPTM
538 mil m² é a área de instalações do Metrô
Fonte: Diário de São Paulo