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10 de janeiro de 2013

Pela 1ª vez, obra do Metrô SP terá 3 tatuzões

São Paulo terá, pela primeira vez, três "tatuzões" operando simultaneamente para a construção de túneis e crescimento da rede metroviária. Os três equipamentos vão trabalhar na Linha 5-Lilás, que está sendo estendida de Santo Amaro até a Chácara Klabin, na zona sul da cidade, com promessa de entrega em 2015.

Segundo o governador Geraldo Alckmin (PSDB), um dos equipamentos tem diâmetro de 10,5 metros - com altura equivalente à de um prédio de três andares -, enquanto os outros dois medem 6,9 metros. O maior vai ser usado para fazer um túnel que será dividido por trilhos dos dois sentidos da linha. Os demais serão usados em trechos em que cada um dos trilhos precisará de um túnel próprio.

O shield - nome correto do tatuzão - é uma máquina que perfura o túnel e, ao mesmo tempo, vai colocando os anéis de concreto que darão sustentação à obra. Uma das principais vantagens é que ela reduz o tempo de obra e dispensa a necessidade de fazer explosões subterrâneas na área urbana durante a abertura dos túneis.

Segundo o presidente do Metrô, Peter Walker, o equipamento maior já está na cidade e deve começar a operar até julho. Já os demais estão sendo construídos na Alemanha e o primeiro deles deve desembarcar no Porto de Santos até o fim deste mês.

Ainda de acordo com Walker, a construção dos túneis depende de três fatores. "Depende da tuneladora (o tatuzão), da abertura dos poços de acesso para as tuneladoras e dos anéis que serão instalados." Ele disse ainda que os poços já estão sendo abertos e há duas fábricas para a confecção dos anéis ao lado de canteiros de obras.

Outra frente de trabalho para a ampliação da linha, a construção de um pátio de manobras para trens na Avenida Guido Caloi, também na zona sul, foi inaugurada ontem. Orçado em R$ 297,15 milhões, o pátio será complementar ao pátio que já existe na região. O orçamento da Linha 5 inteira é de cerca de R$ 6 bilhões.

Essa linha é tida pelo Metrô como a solução para os gargalos criados na rede desde a inauguração da Linha 4-Amarela, que liga o centro à zona oeste da cidade, em 2010. Ela deve atrair parte dos moradores do extremo sul da cidade que hoje usam a Linha 4 para chegar ao centro, superlotando as estações de conexão (Santo Amaro, na zona sul, Pinheiros, na zona oeste, e Consolação, na região central).

A obra ficou parada por seis meses em 2010 porque houve, segundo o Ministério Público Estadual, uma fraude no processo licitatório: as empresas envolvidas no processo combinaram, previamente, o resultado da disputa.

Walker afirmou não temer que essa suspeita cause novo atraso nas obras. Ele disse que a licitação, da parte do Metrô, foi feita corretamente, de modo que eventuais condenações judiciais às empresas envolvidas, todas elas sendo processadas no Tribunal de Justiça do Estado, não devem atrasar as obras.

O presidente do Metrô afirmou que a primeira estação da ampliação da Linha 5, Adolfo Pinheiro, deve ser entregue até junho do ano que vem. Essa estação, cuja licitação foi feita separadamente das outras estações da linha, já está com as obras avançadas (ela começou em 2008).

Primeira vez. O tatuzão foi usado pela primeira vez em São Paulo na construção da Linha 4. A maior parte do túnel de cerca de 14 quilômetros entre as Estações Vila Sônia, na zona oeste, e Luz, no centro, foi feita com essa máquina.

Ao falar da Linha 4, o presidente do Metrô prometeu abrir a Estação Fradique Coutinho entre junho e julho do ano que vem. Ela é a sétima estação da linha e a primeira sem conexão com terminais de ônibus ou com outra linha. Deve estar completa em 2016.

O Estado de SP


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