Kassab e Alckmin, em foto que marcou inauguração das estações Luz e República da Linha 4, no ano passado (©Jorge Araújo/Folhapress) |
A primeira vez que a linha amarela apareceu nos planos do governo estadual foi no PPA (2000-2003) feito pelo ex-governador Mário Covas, já morto. De acordo com sua previsão, 84,4% da linha deveria estar concluída e pronta para ser utilizada até 2003. As obras desta linha do metrô se iniciaram somente em 2004, na gestão do então governador Geraldo Alckmin.
A inauguração do primeiro trecho da linha se deu somente em 25 maio de 2010, com sete anos de atraso e apenas duas estações disponíveis. No PPA do ex-governador José Serra, a previsão era de entregar, até 2011, o trecho que ligaria a estação Taboão da Serra-Luz, ou 77% da obra.
A viabilização da linha, com 12,8 quilômetros de extensão, foi dividida em duas etapas: a primeira, já funcionando, com nove quilômetros e seis estações – Luz, República, Paulista, Faria Lima, Pinheiros e Butantã – e 14 trens operando. A segunda, com mais 3,8 quilômetros e cinco estações – Higienópolis, Oscar Freire, Fradique Coutinho, Morumbi e Vila Sônia.
Com a mudança de previsão para finalização das obras em 2014, se tudo sair como planejado, portanto, sem novos atrasos, a linha completaria dez anos para ser totalmente construída. Somando-se todos os avanços conquistados no metrô desde a gestão Covas, 30,9 quilômetros de linha foram construídos, uma média de 1,93 quilômetros por ano.
Todos os atrasos se uniram a um grave acidente durante a construção da estação Pinheiros, em 2007. Sete pessoas morreram, investigações foram abertas, entretanto, ninguém foi punido. O fato é um tabu para o governo, que não deu até hoje uma justificativa razoável.
Uma explicação viável para os repetidos atrasos pode estar fundamentada na falta de investimento do governo estadual. Dos R$ 22,8 bilhões orçados para se investir no metrô pelo executivo paulista, foram utilizados apenas R$ 12,5 bilhões, resultando em uma “economia” R$ 10,3 bilhões que poderiam ser gastos com o transporte metropolitano. Não é possível mapear o destino deste recurso não utilizado.
De acordo com dados levantados no Sistema de Informações Gerenciais da Execução Orçamentária (Sigeo), gerida pelo executivo estadual, somente em 2011, dos R$ 651 milhões orçados para a expansão da Linha 4-Amarela, o governador Geraldo Alckmin investiu R$ 91 milhões, poupando R$ 560 milhões.
Mesmo com a mobilidade urbana sendo uma atribuição dos estados, conforme prevê o artigo 21 da Constituição, o governo federal, somando as gestões dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, e a atual, de Dilma Rousseff, já emprestou R$ 19,8 bilhões ao governo de São Paulo. Nos governos Lula e Dilma, R$ 671 milhões já foram enviados para o metrô paulistano a fundo perdido, ou seja, sem necessidade de ser pagos.
O prefeito Gilberto Kassab (PSD) comprometeu-se em 2008 a repassar R$ 2 bilhões ao Metrô até 2012. No entanto, apenas R$ 641,3 milhões foram transferidos até o momento. Mais R$ 143,7 milhões estão previstos para este ano.
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