Trabalhadores do metrô paulistano programam um ato público para as 17h desta sexta-feira (18), na estação Sé, centro de São Paulo, para tentar convencer a população sobre as razões para uma greve prometida para começar à 0h da próxima quarta-feira (23) e "sensibilizar" o Estado a negociar. Na paralisação, a categoria promete também liberar as catracas para o público.
De acordo com o secretário-geral do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Paulo Pasin, a liberação das catracas para acesso dos passageiros, sem pagamento de tarifa, seria uma maneira de não prejudicar nem o usuário, nem o grevista. A medida, conforme o sindicalista, já estaria prevendo obtenção de liminar judicial pela Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) que obrigasse funcionamento da maioria dos metroviários em horários de pico.
Já que o Metrô alega que não podemos prejudicar o usuário, nem nós podemos prejudicar nosso diretor de greve, liberar a catraca pode ser uma alternativa, já que em greves passadas chegamos a ser obrigados a ter 80%, até 90% de nosso pessoal trabalhando em horários de pico”, justificou.
Os trabalhadores definiram estado de greve em assembleia na noite de ontem (16), dia em que uma quinta rodada de negociação com o Metrô fracassou, e também do primeiro acidente envolvendo choque de trens com passageiros na história do sistema metroviário paulistano, mais de 100 pessoas precisaram de atendimento médico, segundo a Prefeitura de São Paulo.
Os metroviários não aceitaram a proposta de reposição de 4,15% oferecida pelo Metrô –exigem 5,13% --, nem o percentual de 0,15% de ganho real –exigem 15%. Segundo os sindicalistas, os trabalhadores não aceitam o índice ofertado pela empresa tendo em vista que as contratações, em um ano, teriam ficado aquém do aumento de passageiros transportados –cerca de 4 milhões mensais.
Contratação de pessoal e aumento do vale-transporte mensal de R$ 150 também são itens da pauta.
A reportagem do UOL fez contato com a assessoria de imprensa do Metrô, mais foi informada de que a assessoria jurídica da companhia só vai se manifestar depois de ingressar medida cautelar para evitar a greve.
A assembleia que pode deflagrar a greve está marcada para a próxima terça-feira (22), às 18h30, na sede do sindicato, no Tatuapé (zona leste de SP).
Fonte: http://noticias.uol.com.br