A carteira de parcerias público-privadas (PPPs) do Estado de São Paulo prevê investimentos de R$ 25 bilhões até 2015. Há, pelo menos, 13 projetos aprovados com estudos em desenvolvimento. Boa parte deles envolve um setor crítico de São Paulo: a mobilidade urbana. Estamos focando nossos esforços numa área que tem tirado a competitividade da região metropolitana, observa o vice-governador do Estado, Guilherme Afif Domingos.
Segundo ele, o Estado tem o maior portfólio de PPPs do mundo e inclui projetos de médio e grande portes. Nos últimos anos, conseguiu contratar três empreendimentos, cujos investimentos somaram quase R$ 6 bilhões: a linha 4 do metrô, a estação de tratamento de água Taiaçupeba e a Linha 8 Diamante da CPTM. Para Afif, a crise mundial pode representar uma grande oportunidade para São Paulo deslanchar o programa.
As economias tradicionais estão debilitadas, com vários projetos suspensos. Os investidores estão à procura de empreendimentos estruturados em países emergentes, avalia ele. Uma das prioridades será antecipar a construção da rede de metrô de 2025 para 2018. São 120 quilômetros, diz Afif. O que não fizemos em 40 anos podemos fazer em oito. Segundo o vice-governador, a ideia é elaborar projetos que criem competição com o carro, hoje um dos principais meios de locomoção do paulista.
Nessa linha, o Estado planeja quatro trens expressos na região metropolitana e no interior. O ponto de partida será sempre a estação paulistana da Água Branca. Dali sairão trens com velocidade entre 160 km e 180 km por hora para Jundiaí e Campinas; Guarulhos e São José dos Campos; São Roque e Sorocaba; e Baixada Santista. Juntas, essas linhas vão somar 400 km de trilhos e investimentos de R$ 16 bilhões. A dúvida é se alguns trechos não vão ser inviabilizados pelo projeto federal do trem-bala, entre Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro.
No setor de cargas, um dos destaques é o Porto de São Sebastião e seus acessos terrestres. Além da duplicação da Tamoios e das marginais da baixada de Caraguatatuba, o governo estuda uma ligação ferroviária entre Jacareí e o porto. A ideia é usar a estrada de servidão da Petrobrás que desce para a Serra do Mar, comenta Afif.
Segundo ele, em Jacareí seria construída uma área retroportuária, já que São Sebastião não tem espaço suficiente para a movimentação de carga.