A confirmação do governador Geraldo Alckmin de que o Estado irá construir o ferroanel entre Jundiaí e São Paulo ao lado do Expresso Jundiaí - São Paulo, somada à visita de representantes da MRS Logística (empresa concessionária da ferrovia utilizada pela CPTM) à cidade, deixou empresários na expectativa de que o transporte de cargas em contêiner seja retomado. A assessoria de imprensa da MRS confirma o interesse da empresa em reativar o terminal - partindo de Jundiaí a Santos - e informa que as negociações já estão em andamento.
Esse tipo de serviço foi paralisado em Jundiaí em 2011 e, desde então, as indústrias que precisam exportar ou importar produtos por meio do porto de Santos estão pagando em média 20% a mais pelo transporte rodoviário.
O diretor de Fomento à Indústria da Prefeitura de Jundiaí, Gilson Pichioli, acompanhou o processo de fechamento do terminal multimodal. "Na época, a média de transporte era de 1,3 mil contêineres, chegando a atingir picos de quase 2 mil contêineres em um único mês", comenta.
Para a cidade, o retorno do transporte de cargas no modal ferroviário representa mais do que simplesmente a redução da quantidade de caminhões trafegando pelas rodovias. "Representantes da MRS Logística visitaram a administração e afirmaram o interesse de retomar a operação na cidade. Isso representa aumento na arrecadação de Imposto Sobre Serviços (ISS)", explica.
Os empresários também visitaram o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo em Jundiaí (Ciesp), com a participação do diretor titular da entidade Mauritius Reiski. "Cerca de 25% das indústrias de Jundiaí exportam ou importam produtos através de contêineres. O serviço era prestado aqui e facilitava para todo o Aglomerado Urbano de Jundiaí", conta. Segundo o executivo, empresas da Região estão se valendo do terminal multimodal de Sumaré para enviar suas cargas por trem, até Santos. "Logisticamente falando é impensável", explica.
Segundo o presidente do Ciesp, que trabalha em indústria que faz transporte e cabotagem em Santos, o custo do transporte rodoviário acresce, em média, entre 5% e 20%, dependendo do trajeto.
Mas o item mais importante na opinião de Reiski, e que faz a diferença entre os modais, é a segurança oferecida pelo transporte ferroviário. "É um sistema seguro, com o diferencial de ser previsível. A carga tem hora para sair e hora para chegar ao destino. Não está sujeito às interferências das rodovias", aponta.
Jornal de Jundiaí