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28 de novembro de 2014

Passageiros reclamam de interrupção da linha 7 da CPTM nos fins de semana

A alteração na circulação da Linha 7 – Rubi da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) nos fins de semana tem gerado reclamações entre os usuários. Desde setembro de 2012, alguns trechos são interrompidos para obras de modernização e reparo das vias.

 

Ao sair para trabalhar ou passear, é comum encontrar algumas estações fechadas.  Como alternativa, os passageiros precisam recorrer ao sistema de ônibus PAESE (Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência). No entanto, o itinerário não é o mesmo que o do trem e faltam paradas em alguns trechos.

 

Entre as estações Barra Funda, região oeste, e Perus, na zona norte, quem recorre ao ônibus conta apenas com uma opção de parada em Pirituba. Para ter acesso a Água Branca, Lapa, Piqueri, Vila Clarice, Jaraguá e Vila Aurora é preciso fazer uma conexão por conta própria, com aumento do tempo e o custo da viagem.

 

É o caso do vigia José Roberto dos Santos, 43. Em dias normais, ele costuma levar 45 minutos da zona leste até a estação Piqueri. Aos domingos, já chegou a gastar o triplo do tempo.

 

“Como o ônibus não para na estação, pego mais um e gasto R$ 4,65 e não os R$ 3 de sempre”, diz. Ele não percebe melhorias na linha e aponta problemas como as inundações em um trecho próximo da estação Piqueri.  “Já molhei roupas e sapatos ali”, afirma.

 

A linha Rubi atende 465 mil pessoas da capital e de Caieiras, Franco da Rocha, Francisco Morato, Campo Limpo Paulista, Várzea Paulista e Jundiaí, municípios da Grande São Paulo. Aos domingos, são 128 mil passageiros.

 

O porteiro Márcio Barbosa, 29, prefere não pagar ônibus extra. “Fico bem na frente e explico ao motorista que preciso descer no caminho”. Segundo ele, a maioria entende, mas alguns alegam problemas com os fiscais e não param. “Vejo muita discussão feia”, garante.

 

Para o estoquista Elvis Alves, 22, e a assistente Cláudia Malmagro, 16, a troca do trem pelo ônibus atrapalha bastante. Segundo eles, após um passeio com o sobrinho, a volta para casa se torna cansativa.

 

No dia 2 de novembro, o Mural testou o funcionamento do ônibus PAESE entre as estações Barra Funda e Perus. Ao questionar sobre como descer durante o trajeto, recebeu informações diferentes. Um fiscal na Barra Funda disse que bastava falar com o motorista. Contudo, em Pirituba, outro funcionário disse que precisava autorizar o motorista a parar e pediu ao passageiro que entrasse pela porta da frente, para ficar próximo ao condutor.

 

A CPTM estima concluir as obras na linha entre 2015 e 2016. A companhia admite haver “incompatibilidade da rota viária com o local das estações” e que se os ônibus pararem em todas as estações, o tempo será muito longo.

 

Além disso, a empresa diz solicitar que a SPTrans oriente os motoristas a permitir o desembarque em outros pontos informados pelos passageiros, mas apenas se estiver “no traçado dos ônibus e que os pontos de parada sejam homologados pela EMTU e/ou SPTrans”.

 

A SPTrans informou que para alterar a rota de atendimento, a CPTM deverá enviar uma solicitação formal de alteração no convênio firmado entre as empresas, que atualmente prevê paradas apenas nas estações determinadas.

 

Sidney Pereira, 58, é correspondente de Vila Maria

@sidneypereira00

sidneypereira.mural@gmail.com

 

Folha  de SP