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8 de janeiro de 2015

Lotação de metrô e trens é o 'maior desafio', diz novo secretário

Para lidar com problema, Clodoaldo Pelissioni, à frente da Secretaria dos Transportes, aposta na entrega de mais linhas e estações

O novo secretário estadual dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, Clodoaldo Pelissioni, disse ontem quarta-feira, 7, que o seu "maior desafio" é a atual superlotação do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O dirigente também apontou que ainda irá tratar com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) a respeito de possíveis mudanças na direção das duas empresas.

Ex-superintendente do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e ex-secretário de Logística e Transportes, ele substitui no cargo Jurandir Fernandes, que esteve à frente da pasta ao longo dos quatro anos da gestão anterior de Alckmin.

Para lidar com o problema da lotação excessiva do sistema sobre trilhos, Pelissioni aposta na entrega de mais linhas e estações. Juntos, Metrô e CPTM transportam 7,2 milhões de passageiros por dia, em média. Apesar disso, a rede cresce relativamente pouco a cada ano: em 2015, só duas das nove estações novas prometidas pelo governo abrirão as portas - Oscar Freire e Higienópolis-Mackenzie, na Linha 4-Amarela, em obras há 11 anos.

"Temos que ampliar a rede de trens e metrô e garantir a qualidade existente, que é boa, mas precisamos ter uma rede maior para atender mais pessoas e melhor ainda. (A lotação) é o maior desafio nosso."
Questionado se espera entregar obras em um ritmo mais veloz do que o seu antecessor na secretaria, Pelissioni afirmou que vem fazendo "um grande diagnóstico" da situação. Ele foi empossado no último dia 1º, mas participa nesta quinta de uma solenidade de transmissão de cargo.

"(Estamos fazendo) muito planejamento, levantando os problemas. São obras complexas. Além das obras, você tem a parte da operação do trem. Rodovia, a gente apronta a via, sinaliza e está pronta. Lá, tem que aprontar o trilho, o túnel, os trens, a energia, o sistema, mas esperamos sim ter um projeto para que possamos concluir o maior número de estações e quilômetros de metrô e trens."

Linha 6. Pelissioni disse que as obras da Linha 6-Laranja do Metrô, já atrasadas, começam no primeiro semestre deste ano. Será o primeiro ramal do sistema construído e operado por meio de uma parceria público-privada (PPP), ligando a Vila Brasilândia, na zona norte, à região central. Cerca de 10% das desapropriações necessárias à construção já foram feitas, segundo ele. Essas expropriações chegaram a ser barradas na Justiça, porque alguns juízes entenderam que elas não poderiam ser pagas com dinheiro público.
Metrô e CPTM têm hoje 103 km de obras em seis linhas. Atualmente, existem 75,5 km de metrô e 260,8 km de trens completamente operacionais em São Paulo.

'Passe livre'. Sobre o "passe livre" para estudantes de escolas e universidades públicas, além de integrantes do ProUni e do Fies e cotistas em instituições particulares, Pelissioni falou que os detalhes ainda vêm sendo discutidos com a Prefeitura, mas que o benefício entrará em vigor no ano letivo oficial, que começa em fevereiro. "A ideia é que (o passe livre) garanta as 48 viagens principalmente para (alunos) de baixa renda, que não têm condição. A bolsa nos transportes é muito bem-vinda para incentivar as pessoas a estudar. Queremos privilegiar os estudantes de baixa renda."

Sobre a troca de nomes na presidência do Metrô e da CPTM, atualmente com Luis Pacheco e Mario Bandeira, ele disse que conversará com Alckmin e que ainda "não tem definição".

 Estadão