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traçados das Linhas 19-Celeste, Linha 20-Rosa e 22-Marrom |
A expansão da rede metroviária de São Paulo representa um dos maiores investimentos em infraestrutura de transporte da história recente do Brasil, com foco em aliviar o congestionamento de uma das metrópoles mais populosas do mundo. Qualificado no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo (PPI-SP) desde o primeiro trimestre de 2023, o projeto "Expansão da Rede Metroviária" visa adicionar 75 km de novas linhas e 58 estações à malha atual, que hoje soma 101,1 km de linhas operacionais e 35,8 km em extensões prioritárias. Com um investimento total estimado em R$ 90 bilhões, a iniciativa adota o modelo de Parceria Público-Privada (PPP), combinando recursos públicos e privados para construção, operação e manutenção por 30 anos. Estudos preliminares foram conduzidos pela International Finance Corporation (IFC), do Banco Mundial, destacando estratégias para atrair o setor privado em mercados emergentes e melhorar a entrega de serviços públicos.As novas linhas: Escopo e traçadosO coração do projeto está na implementação de três novas linhas, projetadas para conectar regiões periféricas ao centro da capital, promovendo integração com linhas existentes e reduzindo tempos de viagem em até 50% para milhões de passageiros:
- Linha 19-Celeste: Com 16 km de extensão e 15 estações, ligará a Linha 3-Vermelha (estações Corinthians-Itaquera ou Tatuapé) à cidade de Guarulhos, passando por bairros como Vila Esperança e Parque Anhembi. Essa conexão facilitará o acesso ao Aeroporto de Guarulhos, beneficiando cerca de 1,2 milhão de habitantes e impulsionando o turismo e o comércio regional.
- Linha 20-Rosa: A mais extensa das três, com 30 km e 24 estações, conectará a região da Lapa (Zona Oeste) a Santo André (ABC Paulista), integrando-se à Linha 9-Esmeralda da CPTM e à futura Linha 18-Bronze. O traçado atravessará áreas densamente povoadas, como Butantã, Brooklin e Mauá, atendendo a uma demanda projetada de 1,5 milhão de passageiros diários e aliviando o tráfego na Marginal Pinheiros e na Rodovia Anchieta.
- Linha 22-Marrom: Estendendo-se por 29 km com 19 estações, o ramal ligará o Butantã (próximo à Linha 2-Verde) a Cotia, passando por Osasco e integrando-se a linhas como a 4-Amarela e a 8-Diamante da CPTM. Essa linha é crucial para a Zona Oeste, onde o crescimento urbano é acelerado, e deve transportar 800 mil usuários por dia, fomentando o desenvolvimento em municípios como Barueri e Itapevi.
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Cronograma |
O cronograma oficial prevê a qualificação no PPI-SP já concluída em 2023, com estudos de viabilidade e audiências públicas agendadas para o terceiro trimestre de 2025 – o que, considerando a data atual de setembro de 2025, indica que essas etapas estão iminentes. A publicação do edital de licitação está marcada para o primeiro trimestre de 2026, seguida de leilão no segundo trimestre, assinatura de contratos no terceiro e início das obras logo após. A duração total do projeto é de 30 anos, incluindo operação.
Os R$ 90 bilhões serão divididos entre o governo estadual, via Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI), e concessionárias privadas, com apoio de instituições internacionais como o Banco Mundial. Em 2024, o Metrô de São Paulo investiu R$ 2,6 bilhões em expansões gerais, um aumento de 41% em relação a 2023, priorizando linhas como a 2-Verde (R$ 1,5 bilhão). No entanto, desafios persistem: atrasos em projetos semelhantes, como a Linha 6-Laranja (adiada em três anos para 2028), e questões técnicas em solos frágeis da Zona Leste. Recentemente, em agosto de 2025, o governo liberou R$ 351 milhões adicionais para obras metroviárias, sinalizando compromisso contínuo.Benefícios e impacto socialAlém de expandir a capacidade do sistema para 5 milhões de passageiros diários, o projeto promete reduções significativas em emissões de CO₂ – estimadas em 650 mil toneladas anuais com linhas eletrificadas e sem operadores – e acidentes de trânsito, alinhando-se às metas climáticas de São Paulo. Economicamente, gerará milhares de empregos diretos e indiretos, estimulando o PIB regional em até 2% ao ano. Socialmente, beneficiará populações de baixa renda nas periferias, reduzindo desigualdades de acesso: por exemplo, moradores de Santo André ganharão integração direta ao centro sem dependência de ônibus superlotados.
O Metrô de SP, que completou 50 anos em setembro de 2024 transportando 33,6 bilhões de passageiros desde 1974, vive sua fase de "expansão gigante" com 26 projetos em andamento, incluindo extensões das linhas 4-Amarela (para Taboão da Serra, com apoio do Banco Mundial) e 5-Lilás. Iniciativas complementares, como o programa SP nos Trilhos e o Anel Metropolitano da CPTM (com novas linhas como a 26-Ametista), visam criar uma rede integrada de 157 km, alcançando municípios como Diadema e Embu das Artes.Perspectivas futurasCom audiências públicas a semanas de distância, o projeto entra em fase decisiva. Se bem executado, a Expansão da Rede Metroviária não só modernizará São Paulo, mas servirá de modelo para outras capitais brasileiras, provando que PPPs podem transformar mobilidade em ferramenta de equidade e sustentabilidade. O sucesso dependerá de transparência nas licitações e mitigação de impactos urbanos, mas os números falam por si: uma malha mais extensa, eficiente e inclusiva para os 22 milhões de habitantes da Região Metropolitana.
Fonte: Secretaria de Parcerias em Investimentos