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20 de maio de 2016

Motoristas de ônibus aceitam proposta e cancelam greve; Metrô para na terça

Motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo aceitaram na tarde desta sexta-feira (20), em assembleia, proposta das empresas de ônibus e desistiram de greve que estava programada para segunda-feira (23).

Já os metroviários definiram, também em assembleia, paralisação na próxima terça (24). Em nova oferta, os empresários propuseram 7,5% de aumento salarial, abaixo da inflação. O índice no ano passado foi de 10,67, segundo o IBGE. Além disso, o tíquete passará a ser de R$ 20,50 por e haverá Participação em Lucros e Resultados (PLR) de R$ 1.300, que serão pagos integralmente até agosto.

A categoria havia cruzado os braços por duas horas na quarta-feira (18) e por uma hora no dia seguinte em protesto contra a oferta inicial feita pelo sindicato patronal (SPUrbanuss) –de 2,31% de aumento no salário e no vale-refeição. A gestão Fernando Haddad (PT) elevou em 150% os repasses do município às empresas de ônibus –para cobrir a diferença entre arrecadação e custo do sistema– nos primeiros cinco meses de 2016 em relação ao mesmo período do último ano de Gilberto Kassab (PSD).

Em 2015, a gestão Haddad repassou R$ 1,9 bilhão às viações para compensar esse deficit –motivado, dentre outros fatores, pelas gratuidades (incluindo idosos e alunos da rede pública) e descontos (como do Bilhete Único). "Quero agradecer a Deus pela força nesse momento de luta, de crise. Nesse momento que o país está passando quem paga a conta são os trabalhadores. Vem aí um arrocho pra cima dos trabalhadores. Eles criaram a crise e a gente que paga a conta", disse Valdevan Noventa, presidente do Sindimotoristas. Antes de anunciar a proposta das empresas aos cerca de mil trabalhadores que estavam na assembleia, Noventa disse que "essa campanha salarial vai ser um marco da nossa história. Foi a mais dificultosa que passou no nosso mandato. A proposta não é excelente, mas para este momento é razoável".

METRÔ

Na noite de quinta-feira, os funcionários do Metrô marcaram uma greve de advertência de 24 horas para a próxima terça-feira. Em comunicado, os sindicalistas informam já terem realizado quatro reuniões com o Metrô, sem ter chegado a uma proposta de reajuste salarial. Os metroviários ainda acusam a companhia de querer retirar "vários direitos trabalhistas". Na segunda-feira (23) os metroviários devem trabalhar sem uniforme e, no fim do dia, realizam nova assembleia.

Na terça, dia da paralisação, um ato público na praça Roosevelt, às 17h, deve contar com a participação de servidores públicos estaduais de diversas categorias, incluindo os funcionários do Metrô, ferroviários, professores, trabalhadores da Sabesp e da Fundação Casa, além de estudantes. O protesto será contra o "sucateamento do serviço público promovido pelo governador Geraldo Alckmin", segundo o sindicato.

Folha de SP