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11 de setembro de 2012

Jurandir Fernandes e CPTM não se entendem e frustra expectativas de usuários


Foi só o secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, vir a público e afirmar que o Expresso Leste poderia chegar até Suzano em 2013, um ano antes do previsto, para a assessoria de Imprensa da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) trazer à tona a realidade e jogar um balde de água fria nas expectativas dos usuários do serviço na cidade. Embora a estação e a passarela provisórias já estejam montadas e prestes a serem abertas aos passageiros, o cronograma de obras da estação definitiva ainda mantém o primeiro semestre de 2014 como o prazo atual para a conclusão dos serviços.

Ou seja, pode ser que até o final de junho daquele ano, quando a Copa do Mundo já tiver começado em São Paulo, a desumana baldeação continuará sendo feita em Guaianazes. "Pode ser" porque levando-se em conta o histórico de promessas e prazos não cumpridos pela CPTM os usuários do transporte ferroviário na região ainda correrão o risco de ouvirem novas previsões até lá, como tem acontecido nos últimos anos. Se o primeiro anúncio tivesse sido verdadeiro, os passageiros teriam o Expresso Leste à disposição há muito tempo. Infelizmente, não foi o que ocorreu.

A presença do secretário estadual na região na semana passada, quando estimou a possibilidade de adiantar o início do serviço do trem espanhol nas cidades daqui, mais especificamente na Linha 11-Coral, foi também para dar corpo à campanha à reeleição do prefeito de Mogi das Cruzes, Marco Aurélio Bertaiolli (PSD). Não era nem sua intenção fazer qualquer anúncio nesse sentido, porém, após ser questionado, acabou fazendo mais uma previsão que a própria CPTM já demonstrou ser completamente furada. Claro, pois a vinda do Expresso Leste para as cidades do Alto Tietê, no caso Ferraz de Vasconcelos, Poá e Suzano, em um primeiro momento, e Mogi das Cruzes, em uma segunda ocasião, depende exclusivamente da reconstrução das estações nesses municípios, pois passarão a ter estrutura para receber trens mais modernos e não mais os de subúrbio, os chamados "sucatões".

Toda essa lambança e desinformação é fruto de uma falta de planejamento por parte da CPTM e do governo do Estado em falar com mais clareza desde o início com o cidadão que depende do transporte ferroviário. Do contrário, nada disso estaria ocorrendo agora. No entanto, o que paira sobre os passageiros é a incerteza sobre o assunto e a incredulidade nas autoridades. Ninguém mais sabe em quem acreditar e dar um voto de confiança. Se não tem condições de entregar uma obra em tempo, ou mesmo antecipá-la, ou não conseguirá oferecer um serviço como gostaria por enquanto, que não enchesse então as pessoas de expectativas. Só quem pega trem todos os dias e sofre com o descaso do serviço oferecido - além do desrespeito de muitos usuários nas plataformas e nas composições - sabe o que não é feito por parte da CPTM e quanto tudo precisa melhorar.

Certamente, o secretário e as autoridades da empresa estadual não sentem na pele essa situação. Daí a vir a público e gerar esperanças infundadas que só aumentam a insatisfação dos passageiros é no mínimo irresponsável. As pessoas estão cansadas de promessas. Elas querem resultados práticos. Hoje é possível ver que a obra da nova estação de Suzano caminha a passos largos, com praticamente todas as demolições necessárias já providenciadas e vários funcionários da empreiteira contratada trabalhando no canteiro. Isso, por si só, já deixa os passageiros esperançosos de que algo começa a ser concretizado. Agora, em um momento eleitoral jogar informações que não vão se converter em realidade é tão cruel quanto os problemas que o atual serviço oferece.

DAT

Página: Oficial Diário da CPTM

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