Entre as reclamações de quem não conseguiu o benefício estão: filas, falta de divulgação da abrangência do programa e problemas no cadastro
O Passe Livre será direcionado aos trens da CPTM e ao metrô nesta segunda feira.
Um mês depois do início das aulas, o passe livre estudantil ainda beneficia um número pequeno de alunos na cidade de São Paulo. Até a semana passada, 118.000 estudantes tinham se cadastrado para obter a gratuidade nos ônibus. Desse total, 71.000 já utilizaram o desconto nas catracas, o que corresponde a 14,2% dos 500.000 alunos que precisam ser auxiliados com a tarifa zero - segundo estimativas da prefeitura de São Paulo e do governo do Estado.
A maior parte do público-alvo do benefício continua pagando o valor integral das passagens, que subiu de 3 reais para 3,50 reais em janeiro. O passe livre começa a vigorar nesta segunda-feira também para trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e metrô.
Entre as reclamações de quem não conseguiu o benefício estão: a grande quantidade de filas, a falta de divulgação da abrangência do programa e problemas no cadastro - o que inclui falha para participantes do Programa de Financiamento Estudantil (Fies).
Segundo Carina Vitral, presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE), a entidade tem recebido muitas reclamações de alunos do Fies a respeito de sua impossibilidade de conseguir o passe livre. O decreto que estabelece o benefício o concede automaticamente a estudantes no programa. Além disso, ela afirma que muitos estudantes reclamam de dificuldades técnicas para o cadastro no site da São Paulo Transporte (SPTrans) e que a UEE vem reivindicando à empresa melhorias no sistema.
Por meio de nota, a SPTrans informou que não há influência de filas nos postos no número de cadastrados e que o posto central - localizada na Rua 15 de Novembro - atende, por dia, cerca de 800 pessoas, e metade delas são alunos. Além disso, diariamente, mais de 12.000 estudantes, em média, conseguem fazer a solicitação pela internet ou nos postos de atendimento.
Cota - Dados da SPTrans revelam que 95% dos cadastrados para o passe livre até agora têm direito à cota máxima disponível, ou seja, 48 viagens por mês, pois estudam em curso com frequência padrão (ensino fundamental, ensino médio, e ensino superior).
Os outros 5% representam os estudantes que têm carga horária "reduzida", com menos aulas ao longo da semana, matriculados em cursos técnicos e de pós-graduação. A empresa, subordinada à Secretaria Municipal dos Transportes, foi questionada pela reportagem, mas não respondeu quantos dos cadastrados estudam em universidades públicas e privadas. Tampouco foi divulgado o número de alunos de escolas públicas que já solicitaram o benefício.
A medida do passe livre limita a quantidade de deslocamentos gratuitos conforme o número de aulas dos alunos durante a semana.
(Com Estadão Conteúdo)