Projeto viário contempla dois túneis, a mudança da estação ferroviária e integração entre as praças Oswaldo Cruz e Sacadura Cabral
Dentro de 30 a 60 dias, começarão os trabalhos de campo para eliminar um dos maiores gargalos do trânsito mogiano: a transposição da linha férrea na Praça Sacadura Cabral. Vencidos os prazos de recursos, a expectativa é de que o Consórcio Viário Mogi seja oficializado nesta terça-feira o vencedor da concorrência pública para a construção da passagem subterrânea na área central, junto à estação de trem de Mogi das Cruzes.
O contrato com a Prefeitura, no valor de R$ 128,8 milhões, será assinado nas próximas duas semanas. Se tudo correr dentro do esperado, o mogiano estará livre das cancelas da Rua Cabo Diogo Oliver até dezembro de 2016, quando a Cidade ganhará um “Novo Centro”.
O projeto é audacioso pelo fato de intervir numa das regiões mais tradicionais da Cidade e por onde circulam, diariamente, milhares de pedestres e de carros. Mesmo com as cancelas fechando a cada dois minutos para a passagem dos trens de subúrbio, e com outras opções de acesso – a da passagem subterrânea da Olegário Paiva e a travessia da Avenida Manoel Bezerra de Lima filho (shopping) -, o corredor da Praça Sacadura Cabral/Cabo Diogo ainda é a principal porta de entrada e saída da Cidade.
A proposta, que começa a ganhar corpo, contempla a construção de dois túneis naquela região, que vão servir para o tráfego dos veículos nos dois sentidos. Em cima dos acessos, a reurbanização vai integrar as praças Sacadura Cabral e Oswaldo Cruz, dando origem a uma nova – grande e moderna – praça. Para isso, a estação Mogi da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) também deixará o local atual, num recuo de aproximadamente 150 metros, chegando na altura do Terminal Central.
Pelo prazo estipulado no edital e no contrato a ser assinado nos próximos dias, as empresas Engeform Construções de Comércio Ltda. e a Serveng Civilsan Empresas Associadas de Engenharia, que formam o Consórcio Viário Mogi, terão 36 meses para executar a obra. Porém, a Prefeitura se esforça para reduzir isso para 18/20 meses, a tempo do “Novo Centro” ficar pronto ainda na atual administração do prefeito Marco Bertaiolli (PSD).
A redução do prazo começa já na primeira etapa contratual, que contemplará os estudos técnicos e o projeto executivo da obra, os quais deverão ser feitos em 90 dias – originalmente, seriam seis meses. “Em breve teremos movimentações técnicas, com equipes de topógrafos, sondagem, geologia e geotecnia na área de intervenção da obra para o projeto executivo”, pontua João Francisco Chavedar, secretário municipal de Planejamento e Urbanismo.
O trabalho não é simples, visto que o diagnóstico da área de intervenção requer o levantamento planialtimétrico cadastral; sondagens de subsolo; ensaios geológicos e geotécnicos; identificação de interferências, em especial redes de água, esgoto, drenagem, gás, energia elétrica e iluminação pública; e identificação de passivos ambientais e possível remoção de materiais.
Há, ainda, a finalização das tratativas com a CPTM para a compatibilização do projeto da passagem subterrânea com as obras da futura estação ferroviária e o rebaixamento da via, que deverá ocorrer sem a interrupção do tráfego de trens. Na última sexta-feira, inclusive, o secretário Chavedar se reuniu com técnicos da CPTM para mais uma etapa de estudos
“Após todos estes levantamentos, devemos iniciar a elaboração do projeto executivo e a mobilização da obra, com a instalação de canteiros”, diz Chavedar.
Recursos
A execução das obras da passagem subterrânea vai custar R$ 128,8 milhões. Deste montante, R$ 98 milhões virão da União, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ainda ontem, em visita na Cidade, o ministro Gilberto Kassab (PSD), das Cidades, confirmou o empenho para liberação dos recursos federais ainda neste semestre
A liberação da verba da União não compromete, no entanto, os trabalhos iniciais da passagem subterrânea, que serão feitos com recursos municipais – a Prefeitura terá de entrar com R$ 30 milhões na obra, fora as despesas com desapropriações, que serão definidas a partir do projeto executivo. (Mara Flôres)
O Diário de Mogi