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20 de julho de 2016

Ligação de estação de trem a aeroporto de Guarulhos será improvisada

Após sucessivos atrasos, a ligação sobre trilhos entre a cidade de São Paulo e o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, deve ser inaugurada no primeiro semestre de 2018. Mas os passageiros otimistas com o novo prazo já devem se preparar para lidar com improvisos no trajeto do desembarque do trem à entrada dos terminais de voo.

A chegada pela nova linha da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) será numa estação perto do terminal 1 (com voos da Azul e da Passaredo), mas longe dos principais embarques a cerca de 2 km do terminal 2 e a 3 km do terminal 3.

Pelo acordo firmado com a gestão Geraldo Alckmin (PSDB), a concessionária do aeroporto prometia um monotrilho para fazer essa transferência. Mas a obra, orçada em US$ 40 milhões, nem sequer começou e não deverá ficar pronta a tempo.

Segundo a Folha apurou, a GRU Airport, responsável pelo aeroporto desde 2012, admitiu a membros do governo que levará pelo menos 18 meses a mais que a abertura da estação para concluir o monotrilho e transportar, gratuitamente, passageiros aos seus destinos finais em Cumbica.
Uma alternativa provisória mencionada por técnicos da companhia seria a extensão do ônibus entre terminais até a estação da CPTM.

Pesa contra essa ideia, contudo, o descompasso entre a quantidade de pessoas transportadas por um trem (até 2.600) e por um ônibus (até 80), além do atual intervalo de até 15 minutos entre as viagens entre terminais. Um monotrilho tem capacidade para transportar mais de 400 pessoas por deslocamento.

O projeto original do Estado previa a construção da estação em distância que os passageiros pudessem caminhar até as áreas de check-in. Ele acabou revisto após a decisão da concessionária de construir um shopping no local escolhido e seu compromisso de, em troca, transportar os usuários aos terminais.
A viagem de trem do centro de SP até Cumbica deve levar aproximadamente meia hora. O intervalo de partida entre os trens será de oito minutos. A tarifa será igual à do resto do sistema metroferroviário atualmente em R$

Um ônibus executivo para esse trajeto custa R$ 45,50. Atualmente, a única opção para quem deseja ir até Cumbica usando transporte público coletivo é um ônibus da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) que sai da estação Tatuapé, com preço de R$ 5,55.

EM CONSTRUÇÃO - 

Linha 13-jade só vai chegar até o terminal 1 do aeroporto de Guarulhos
Com a futura obra, a integração entre metrô e trem será feita na estação Brás, onde o passageiro deverá pegar a linha 12-safira até a estação Engenheiro Goulart, ponto inicial da nova linha, na zona leste de São Paulo. De lá, seguirá por 12 km pela linha 13-jade até Cumbica.

Para chegar ao destino final, a obra precisa superar desafios de engenharia, como a Folha verificou na primeira visita monitorada à linha 13-jade. Haverá pontes sobre o rio Tietê, sobre o rio Baquirivu, já em Guarulhos, e sobre as rodovias Ayrton Senna, Dutra e Hélio Smidt que dá acesso ao aeroporto.

O investimento do Estado nas obras é de R$ 1,8 bilhão. As estimativas iniciais previam 130 mil pessoas transportadas por dia na nova linha, mas técnicos avaliam que a demanda hoje tende a ser maior, entre passageiros e funcionários do aeroporto.
Em nota, a GRU Airport informa que "está avaliando as alternativas técnicas" e que o "cronograma do projeto" não especificamente do monotrilho, mas de alguma opção de transferência"está em linha com o prazo de entrega das obras" da CPTM.

Quatro anos atrás, o próprio grupo havia informado que a escolha mais provável era um monotrilho, "com cerca de dois quilômetros de extensão e custo estimado de US$ 40 milhões".

Além de receber intenso fluxo de passageiros, o aeroporto de Guarulhos é também o destino de mais de 35 mil trabalhadores, entre empregos diretos e indiretos. Por seu porte e pelo vasto número de voos internacionais que oferece, ligá-lo ao centro de São Paulo por trilhos, a exemplo do que acontece em grandes metrópoles internacionais, é uma velha promessa de gestões tucanas.

A conexão ferroviária é anunciada há pelo menos 14 anos. Em 2002, durante campanha pela reeleição, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) manifestava desejo de ter um "Expresso Aeroporto" pronto em 2005. Tratava-se de um projeto de ligação direta da estação da Luz até Cumbica em 22 minutos. O trem teria local para acomodar bagagem e tarifa estimada à época em R$ 20.

O plano não teve andamento, contudo, e foi reciclado em 2007, já na gestão de José Serra (PSDB). Prometia-se financiar a obra com recursos do governo federal e da iniciativa privada, com expectativa de entrega em 2010. Ainda em 2009, no entanto, nova admissão de fracasso: o trem expresso seria incluído no pacote de obras para o país receber a Copa de 2014, mas não houve empresas interessadas no projeto.

Por fim, em 2011, outra vez sob o comando de Alckmin, o governo paulista abandonou a ideia do trem expresso e optou por expandir a malha da CPTM até Guarulhos, com a criação da linha 13-jade. Desde então, houve ao menos três atrasos em relação aos prazos de entrega da linha, já anunciada para 2014, 2015 e 2016.