2 de junho de 2015

Funcionários das linhas 7, 10, 11 e 12 da CPTM decidem entrar em greve

Funcionários de quatro das seis linhas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) decidiram entrar em greve por aumento salarial a partir da 0h desta quarta-feira (3). Segundo sindicatos, a paralisação será de 24 horas.

Em assembleias realizadas pelos sindicatos que representam trabalhadores das linhas 7-rubi, 10-turquesa, 11-coral e 12-safira foram descartadas as propostas de reajuste oferecidas pela empresa, controlada pelo governo estadual.

Os trabalhadores das linhas 8-diamante e 9-esmeralda ainda estavam em assembleia às 20h desta terça, mas a diretoria do sindicato defende a paralisação.

Em tentativa de conciliação no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 2ª Região, na tarde desta terça-feira (2), representantes da CPTM fizeram duas propostas: a primeira de conceder reajuste de 7,72% nos salários e de 10% nos benefícios e a segunda de reajuste de 8,25% nos salários e benefícios.

O TRT sugeriu à empresa elevar a segunda proposta para 8,5%, mas o percentual não foi aceito e a reunião terminou sem acordo. Os trabalhadores pedem reajuste salarial de 9,29%.

"Faltou muito pouco para um acordo, mas a empresa não cedeu. Vamos para a greve porque continuamos sendo tratados como categoria de segunda classe no sistema metroferroviário", disse o presidente do Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, Eluiz Matos.

Mesmo sem acordo, o tribunal pediu na reunião que os trabalhadores não entrassem em greve até uma nova tentativa de conciliação marcada para o dia 11.

Uma decisão liminar (provisória) concedida na semana passada pelo vice-presidente judicial do TRT-2, desembargador Wilson Fernandes, determina que seja respeitado um contingente mínimo de trabalhadores em operação em caso de greve.

A decisão determina que 90% dos maquinistas e 70% dos demais funcionários trabalhem nos horários de pico (das 4h às 10h e das 16h às 21h) e que 60% dos total de funcionários atuem nos demais períodos.

Matos diz que a decisão vale para funcionários e para a empresa, e que os trabalhadores estão à disposição da CPTM para discutir como cumprir a determinação. Os sindicatos agendaram novas assembleias para as 14h desta quarta para discutir a paralisação.

Procurada, a CPTM ainda não informou que medidas vai adotar em relação à greve.

O último reajuste da categoria, que tem data-base em março, aconteceu em maio do ano passado e foi de 7,5%. Na ocasião, o acordo com os funcionário foi fechado no dia anterior ao marcado para iniciar uma greve.

A CPTM tem cerca de 8.800 funcionários nas seis linhas de trem na região metropolitana. São transportados em em média 2,8 milhões de passageiros nos dias úteis.

METRÔ

Na segunda, os metroviários fecharam acordo de reajuste salarial com o Metrô, o que evitou a paralisação da categoria nesta terça. Pelo acordo, também feito em reunião no TRT, ficou definido o reajuste de 8,29%, além de 10% nos benefícios vale-refeição e vale-alimentação.

Folha