27 de agosto de 2012

Estado abre estudo para trem regional até Campinas


O governo do Estado publicou ontem edital para contratar estudos de viabilidade da extensão até Campinas dos trilhos do trem de subúrbio que ligam São Paulo a Jundiaí. A partir dessas informações, informou a Secretaria de Transportes Metropolitanos, será elaborado um conjunto de diretrizes para novos eixos que demonstrem viabilidade para o transporte de passageiros sobre trilhos. Embora a ferrovia vá até a Capital, a proposta é que ele seja um trem metropolitano, ligando Campinas, Valinhos, Vinhedo, Louveira, Jundiaí e mais cidades até São Paulo.

Se pensar nesse trem para ligar Campinas a São Paulo, o projeto já nasce morto, porque na velocidade que ele percorre, significaria que o usuário levaria mais de 3 horas para fazer o trajeto e não teríamos passageiros para isso. Mas ele pode ter alguma viabilidade se for um trem com o perfil de interligar as cidades no seu trajeto, afirmou o secretário Jurandir Fernandes. Os trens da CPTM da linha 7, que ligam a Estação da Luz a Jundiaí, param em 17 estações atualmente. Como trem suburbano, embora sua velocidade atinja entre 80 e 90 quilômetros por hora, a velocidade comercial, por causa das paradas, é de 30 a 35 quilômetros por hora.

A Região Metropolitana de Campinas (RMC) quer transporte ferroviário, independente do trem de alta velocidade. Para os prefeitos, é essencial que a ferrovia seja o modal de transporte entre as cidades e que os vários projetos em estudo sejam definidos e implantados, até mesmo para que as ligações sobre trilhos possam atuar como alimentadoras do TAV. Além do trem-bala, há pelo menos sete estudos e projetos na região envolvendo o transporte ferroviário que perambulam por várias instâncias de governo, mas nunca saíram do papel.

Conforme o edital de tomada de preço, o estudo visa estabelecer uma rede de transportes metropolitanos sobre trilhos, com modernos padrões de serviço, que amplie a acessibilidade e a mobilidade na RMC e combine alternativa de alta capacidade com modalidades de média capacidade. O propósito é que, integradas com as demais opções de transportes existentes na região, possam ser implantadas progressivamente, oferecendo mais acessibilidade e mobilidade à população.

O governo do Estado continua resistindo a ideia de um trem regional até Campinas, com base em acordo feito com o governo federal, de que não implantaria nenhum trem que inviabilizasse o TAV. Mas em uma parceria entre os dois governos, Campinas poderá ter o TAV e o trem regional, já que o sistema proposto pelo Estado atenderia ao chamado público de transporte pendular (pessoas que trabalham fora da cidade e voltam para a cidade de origem todos os dias).

Com velocidade máxima de até 160 km/h, a proposta seria ter custos semelhantes ao do transporte rodoviário. O TAV, com tarifas mais elevadas, teria prioridade para o público vindo dos aeroportos de São Paulo e Campinas e de padrão de renda mais elevado.

Correio Popular