4 de junho de 2015

Greve da CPTM afeta 500 mil e sindicato fala em parar de novo

Quatro linhas aderiram ao movimento; em Francisco Morato, dois passageiros foram presos após tumulto

Após prejudicar cerca de 500 mil passageiros da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) ontem quarta-feira, 3, das 4 horas às 16h20, os ferroviários prometem cruzar os braços novamente na próxima semana. A ameaça é dos dois sindicatos que representam funcionários de quatro das seis linhas da região metropolitana.

A paralisação afetou as Linhas 7-Rubi (Luz-Francisco Morato-Jundiaí), 10-Turquesa (Brás-Rio Grande da Serra), 11-Coral (Luz-Guaianases-Estudantes) e 12-Safira (Brás-Calmon Viana). Só as Linhas 8-Diamante (Júlio Prestes-Itapevi-Amador Bueno) e 9-Esmeralda (Osasco-Grajaú) funcionaram normalmente.

Na próxima semana, haverá nova audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

Os ferroviários pedem um reajuste linear (de salário e benefícios) de 8,25%. Os trabalhadores solicitam 9,29% e a Justiça do trabalho sugere um acordo de 8,5%.

Caso não entrem em acordo na semana que vem, as quatro linhas podem parar novamente. A audiência está marcada para a quarta-feira, mas sindicatos e empresa tentam antecipar a reunião para terça-feira.

De acordo com Eluiz Alves de Matos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviários de São Paulo, a paralisação desta quarta serviu para “mostrar ao governo que a categoria existe”.

Transtornos.

Na Linha 7 houve confusão na Estação Francisco Morato, onde 30 mil pessoas embarcam diariamente. Um grupo de passageiros tentou invadir a plataforma quebrando os muros. A PM foi chamada e usou bombas de efeito moral. Dois passageiros foram presos.

Os passageiros mais prejudicados pela paralisação foram os de cidades da Grande São Paulo e do extremo leste da capital. Morador de Itaquaquecetuba e usuário da Linha 11-Coral, o técnico de manutenção José Antônio dos Santos, de 59 anos, perdeu tempo e dinheiro. Para não faltar ao trabalho, pegou um ônibus até o Terminal Rodoviário do Tietê. “Gastei R$ 10,80, que é o dinheiro de um almoço”, afirmou, após atrasar o dia em duas horas. “Se eu faltar, descontam do meu salário. Não tem como fugir.” /JULIANA DIÓGENES e RAFAEL ITALIANI

Estadão