17 de abril de 2015

Falha no Metrô de SP divide trem ao meio e afeta volta para casa

Passageiros precisaram descer nos trilhos e caminhar até estação Brás, na Linha Vermelha; de acordo com sindicato, veículo que falhou recebeu o apelido de "trem problema"

Uma falha em um trem da Linha-3 Vermelha do Metrô prejudicou o fluxo em todas as estações da empresa e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), ontem (16), em São Paulo.

Usuários caminharam em direção à estação Brás após falha em trem.

O Metrô afirma que, por volta das 17h30, o cabo responsável por unir um vagão ao outro de um trem que seguia em direção à estação Corinthians-Itaquera quebrou, impedindo o veículo de se mover.

A falha ocorreu próximo à estação Brás, quando os vagões estavam cheios. Passageiros precisaram descer do veículo e caminhar sobre os trilhos para evacuar o local, já que o trem ficou impossibilitado de seguir adiante. 

Apesar de ninguém ter ficado ferido, a falha gerou um efeito cascata em toda a malha ferroviária da cidade. Estações da linha Vermelha ficaram abarrotadas de pessoas tentando embarcar, já que o Metrô precisou fazer uma manobra entre as estações Brás e Pedro II para todos os trens circularem em via única compartilhada, afetando a velocidade das viagens.

Devido ao fato de o vagão afetado estar localizado bem na parte central trem, foram necessários dois veículos, um de cada lado, para rebocá-lo do local, o que só ocorreu por volta das 19h45, segundo o Metrô.

A situação só começou a se normalizar após esse horário, tornando a volta do paulistano para casa em pleno horário de pico longa e desgastante. As estações da CPTM também acabaram afetadas, já que houve grande fluxo de passageiros do Metrô em direção a elas.

“Trem problema”
O Metrô não confirma qual é a identificação trem que falhou nesta quinta-feira, mas, de acordo com fontes ouvidas pelo iG, foi o K24, conhecido entre os operadores da empresa como o “trem problema”.

“O K24 é um trem famoso. Até brincamos com esse apelido de trem-problema, porque as falhas nele não são novidade para nós”, afirma Altino dos Prazeres, presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo. “Os trens são compostos por seis carros, divididos em três blocos. E foi justamente o pedaço de ferro que dividia o bloco do meio que quebrou, desassociando-o do outro vagão. É uma situação grave.”

Vice-presidente da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Metrô (Cipa), Alex Santana afirma que, apesar de a ocorrência não ter registrado nenhum ferido, ela poderia ter resultados "catastróficos". “Não foi só um cabo que quebrou, como diz a empresa. O engate é composto por dois ferros acoplados a uma estrutura que tem de aguentar toneladas. O trem ficou, literalmente, em duas partes”, afirma ele. “Caso isso acontecesse em uma curva, o carro poderia até ter descarrilado.”

De acordo com Santana, não há registro de casos semelhantes na história do Metrô de São Paulo. No entanto, o histórico negativo da Frota K, que transita pela Linha 3-Vermelha, a mais movimentada da capital paulista, é bastante conhecido. Foi nela que, em agosto de 2013, um trem descarrilou. E os casos não pararam por aí.

Em setembro do ano passado, o sindicato denunciou a ocorrência de quatro incêndios em trens da frota em um curto espaço de 15 dias. Em novembro, a Cipa afirmou que um trem da mesma frota precisou ser rebocado e recolhido devido a trepidações violentas, responsáveis por prejudicar usuários e funcionários. À época, os casos foram negados pelo Metrô.

Ig