13 de fevereiro de 2015

Sem água, CPTM fecha banheiros públicos de estações

A promoter Sandri Dantas, 33, chegou apressada ao banheiro público da estação Luz da CPTM e recebeu uma má notícia: um cartaz informava que o local estava fechado por “insuficiência de água”. Aflita, perguntou a um funcionário qual o banheiro mais próximo para levar a filha Luiza, 3. A sugestão de utilizar o sanitário que fica depois da catraca foi aceita, mas ela ficou revoltada: “vou ter que pagar outra passagem!”

 

Situações semelhantes foram acompanhadas pelo Mural na primeira semana de fevereiro, em mais duas movimentadas estações centrais – Brás e Barra Funda, que interligam linhas de trens e metrô, e em outras da rede metropolitana, como Francisco Morato, Caieiras, Perus e Piqueri. Os banheiros públicos nas áreas internas desses locais têm sido fechados ou interditados parcialmente em função da falta de água.

 

 

A autônoma Lucília Santos, 56, e a cabeleireira Beatriz de Lima, 52, criticavam a interdição na estação Luz. “o mesmo ocorre há dois meses em Francisco Morato (na linha 7)”. As amigas lembram que os principais prejudicados são crianças, idosos e doentes, pois precisam ir com frequência ao banheiro.

 

Na noite de 4 de fevereiro, um cartaz comunicava a interdição parcial do banheiro da estação Brás. Um funcionário se esforçava em higienizar o ambiente, mas os produtos de limpeza não impediam o mau cheiro do lugar, sem água nos vasos sanitários e apenas uma torneira funcionando. “A água armazenada aqui termina cedo”, reconheceu um trabalhador que preferiu não se identificar.

 

A Sabesp admitiu que “as estações estão em regiões com redução de pressão de água, medida intensificada para conter vazamentos e perdas na rede”. A companhia revelou que “tem realizado ajustes na gestão de demanda para minimizar os efeitos de eventuais intermitências no fornecimento” e que “orientou a CPTM a fazer obras de adequação em suas instalações, já em execução, para fazer frente ao consumo diário”.

 

Questionada sobre o problema, a CPTM não respondeu quais estações e linhas são afetadas e nem os horários de interdição, e se limitou a afirmar que “eventuais restrições em equipamentos são informadas aos usuários”. Também destacou a adoção de “medidas para incentivar o uso racional da água”, como a instalação de dispositivos nas torneiras das pias que permitem a redução do consumo.

 

Em outubro de 2014, um post publicado no Mural já informava que a falta de água causava o fechamento de sanitários públicos em estações. Na ocasião, a CPTM tratou a situação como “pontual” e a Sabesp justificou o caso pelas “elevadas temperaturas que provocaram aumento do consumo”.

 

Sidney Pereira, 58, é correspondente de Vila Maria

@sidneypereira00

sidneypereira.mural@gmail.com

 

Blog Folha