10 de junho de 2014

Metrô volta a funcionar, mas pode parar novamente na Copa do Mundo

Linhas operam normalmente nesta terça, mas metroviários querem readmissão de demitidos

Após cinco dias difíceis para os paulistanos, os metroviários de São Paulo suspenderam, na noite de segunda-feira (9), a greve iniciada na semana passada. Nesta terça (10), as linhas voltam a operar normalmente. A paralisação, porém, pode ser retomada no dia 12 — data de abertura da Copa do Mundo 2014.

Os metroviários querem que, até o início do mundial, sejam readmitidos 42 funcionários que foram demitidos por justa causa. O pedido de reconsideração foi feito durante reunião na tarde de segunda-feira, mas o governo não cedeu.

Pouco antes da suspensão da greve, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, havia afirmado que as negociações com os grevistas estavam encerradas. Segundo ele, o reajuste salarial seria o definido pela Justiça. Questionado sobre as demissões, ele deu a entender que elas não serão revogadas.

— A discussão já foi encerrada. O Tribunal Regional do Trabalho já estabeleceu a abusividade da greve e até penalidades para o sindicato, além do dissídio, que é exatamente o proposto pelo Metrô. O que está em discussão agora é o direito de 5 milhões de pessoas. O governo não fará novas demissões para quem voltar ao trabalho. Os que foram demitidos não foram só por causa da greve. Há outros fatos de que o Metrô falará oportunamente.

Sobre um eventual plano B para o transporte dos torcedores até o Itaquerão, caso o Metrô não esteja operando normalmente até o dia 12, o governador afirmou que o transporte estará sim normalizado até lá.

Justiça

No domingo (8), a Justiça havia determinado que os metroviários voltassem imediatamente ao trabalho sob pena de pagar multa de R$ 500 mil por dia. O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, em São Paulo, considerou a paralisação abusiva. Os funcionários do Metrô, porém, decidiram prosseguir a greve.

Desde o primeiro dia, a greve atingiu sobretudo as estações mais periféricas e foi marcada por situações tensas entre os funcionários e a polícia. Na quinta-feira (5), a Tropa de Choque foi acionada para dispersar um piquete que impedia o funcionamento da estação Ana Rosa. Na segunda pela manhã, treze grevistas foram detidos pela PM na mesma estação. O grupo foi levado para o 36º DP (Vila Mariana).

Catraca livre

Antes da paralisação, os metroviários afirmaram que não deixariam de trabalhar caso o governo adotasse a catraca livre. O governador Geraldo Alckmin rejeitou a proposta. Na segunda-feira, o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, voltou a descartar a ideia, que classificou como "baboseira".

— É uma visão romântica, que na verdade, é da meninada do Movimento Passe Livre. Mas não existe almoço grátis, nada é grátis, alguém paga. Então, quando ele fala em catraca livre está dizendo que vai cobrar da Dona Maria lá do Pontal do Paranapanema, é ela que vai pagar, porque está pagando imposto.

Enquete feita pelo Portal R7 mostrou que 85% dos internautas apoiam a catraca livre como alternativa à greve.

Fonte: R7