Linhas operam normalmente nesta terça, mas metroviários querem readmissão de demitidos
Após cinco dias difíceis para os paulistanos, os metroviários de São Paulo suspenderam, na noite de segunda-feira (9), a greve iniciada na semana passada. Nesta terça (10), as linhas voltam a operar normalmente. A paralisação, porém, pode ser retomada no dia 12 — data de abertura da Copa do Mundo 2014.
Os metroviários querem que, até o início do mundial, sejam readmitidos 42 funcionários que foram demitidos por justa causa. O pedido de reconsideração foi feito durante reunião na tarde de segunda-feira, mas o governo não cedeu.
Pouco antes da suspensão da greve, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, havia afirmado que as negociações com os grevistas estavam encerradas. Segundo ele, o reajuste salarial seria o definido pela Justiça. Questionado sobre as demissões, ele deu a entender que elas não serão revogadas.
— A discussão já foi encerrada. O Tribunal Regional do Trabalho já estabeleceu a abusividade da greve e até penalidades para o sindicato, além do dissídio, que é exatamente o proposto pelo Metrô. O que está em discussão agora é o direito de 5 milhões de pessoas. O governo não fará novas demissões para quem voltar ao trabalho. Os que foram demitidos não foram só por causa da greve. Há outros fatos de que o Metrô falará oportunamente.
Sobre um eventual plano B para o transporte dos torcedores até o Itaquerão, caso o Metrô não esteja operando normalmente até o dia 12, o governador afirmou que o transporte estará sim normalizado até lá.
Justiça
No domingo (8), a Justiça havia determinado que os metroviários voltassem imediatamente ao trabalho sob pena de pagar multa de R$ 500 mil por dia. O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, em São Paulo, considerou a paralisação abusiva. Os funcionários do Metrô, porém, decidiram prosseguir a greve.
Desde o primeiro dia, a greve atingiu sobretudo as estações mais periféricas e foi marcada por situações tensas entre os funcionários e a polícia. Na quinta-feira (5), a Tropa de Choque foi acionada para dispersar um piquete que impedia o funcionamento da estação Ana Rosa. Na segunda pela manhã, treze grevistas foram detidos pela PM na mesma estação. O grupo foi levado para o 36º DP (Vila Mariana).
Catraca livre
Antes da paralisação, os metroviários afirmaram que não deixariam de trabalhar caso o governo adotasse a catraca livre. O governador Geraldo Alckmin rejeitou a proposta. Na segunda-feira, o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, voltou a descartar a ideia, que classificou como "baboseira".
— É uma visão romântica, que na verdade, é da meninada do Movimento Passe Livre. Mas não existe almoço grátis, nada é grátis, alguém paga. Então, quando ele fala em catraca livre está dizendo que vai cobrar da Dona Maria lá do Pontal do Paranapanema, é ela que vai pagar, porque está pagando imposto.
Enquete feita pelo Portal R7 mostrou que 85% dos internautas apoiam a catraca livre como alternativa à greve.
Fonte: R7