4 de julho de 2013

Metroviários de 5 Estados e DF participam da greve do dia 11

Os sindicatos dos metroviários de cada Estado vão decidir, em assembleias a partir de amanhã, qual será a forma de manifestação no dia 11

Metroviários dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Pernambuco e do Distrito Federal decidiram nesta quarta-feira participar "ativamente" das manifestações e paralisações convocadas pelas centrais sindicais e movimentos sociais para o dia 11 de julho. A reunião ocorreu na sede da Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro) em São Paulo.

Os sindicatos dos metroviários de cada Estado vão decidir, em assembleias a partir de amanhã, qual será a forma de manifestação no dia 11: paralisação total, parcial ou atos públicos. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, as assembleias ocorrerão no final da tarde de amanhã; no Rio Grande do Sul, ocorrerá na próxima sexta-feira, às 15h. Os demais Estados e o DF farão assembleia no dia 10 de julho.

A pauta do protesto dos metroviários pede redução da tarifa do transporte público, "rumo à tarifa zero"; mais investimentos dos governos para garantir metrô e trem públicos, estatais e de qualidade; o fim de toda forma de privatização, concessões e terceirizações no transporte público e o fim da estadualização da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (Trensurb) e da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que operam metrôs e trens em diversas capitais.

Os metroviários também pedem o fim do fator previdenciário; mais investimentos em saúde, educação e moradia e redução da jornada de trabalho sem redução de salário.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra Brasil