Após lançar a consulta pública ao edital da Linha 18-Bronze (Tamanduateí/Djalma Dutra), o Estado anunciou ontem que estuda levar o metrô para Diadema. Entre as possibilidades avaliadas estão a extensão da Linha 1-Azul (Jabaquara-Tucuruvi) e a mudança no traçado da futura Linha 20-Rosa, que sairá da Lapa, na Capital, e chegará ao Rudge Ramos, em São Bernardo.
Ainda não há prazos para que sejam definidas as eventuais alterações de trajetos. A intenção do governador Geraldo Alckmin (PSDB) é fazer com que o metrô de Diadema tenha integração com a Linha 18-Bronze. “Com isso, fecharemos todo o anel metroferroviário.”
Caso o governo opte por alterar o mapa da Linha 20-Rosa, será preciso fazer desvio na rota na Zona Sul da Capital para que o itinerário chegue a Diadema antes de entrar para o Rudge Ramos. O trajeto atual prevê três estações em São Bernardo: Taboão-Anchieta, Rudge Ramos e Afonsina, onde haverá conexão com a Linha 18-Bronze. O chamamento público para a Linha 20-Rosa foi lançado em agosto do ano passado. O primeiro trecho, até Moema, está previsto para ser entregue em 2021. A etapa seguinte, que chegará ao Grande ABC, tem previsão de inauguração para 2025.
O secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, informa que a extensão da Linha 1-Azul só será cogitada depois que forem entregues outros itinerários. “A Linha 1 está no seu limite. Não adianta fazer uma extensão se não cabe mais ninguém. Na medida em que você torna a rede mais malhada, com mais conexões, pode voltar a ser analisada a ampliação.” Segundo Jurandir, a chegada do Metrô a Diadema começou a ser discutida após reivindicações da população local. “A cidade tem se queixado, com razão, de que não foi beneficiada diretamente pelo transporte sobre trilhos.”
MONOTRILHO
Alckmin lançou ontem a consulta pública para o edital da PPP (Parceria Público-Privada) para a Linha 18-Bronze, que ligará a Capital ao Centro de São Bernardo por meio do sistema de monotrilho. O traçado também passará por São Caetano e Santo André. O investimento será de R$ 3,5 bilhões, sendo mais da metade aplicado pelo setor privado. A previsão é que o contrato seja assinado em dezembro e as obras fiquem prontas em junho de 2016.
Ministro pede prioridade em investimentos no transporte público
O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, pediu ontem a governadores e prefeitos que deem preferência a investimentos em transporte público. “É imperioso priorizar obras de mobilidade urbana, porque são as que têm complexidade”, disse, durante evento no Palácio dos Bandeirantes.
Ribeiro afirmou que a Pasta está “à inteira disposição para romper os gargalos que por ventura existirem”. O ministro criticou a falta de investimentos aplicados no setor nas últimas décadas. “O maior simbolismo disso é a extinção, há 22 anos, da EBTU (Empresa Brasileira de Transportes Urbanos), que tratava de planejamento e dava suporte na capacitação gerenciamento às gestões municipais e estaduais.”
Na semana que vem, o ministro se reunirá com governadores e prefeitos de capitais para discutir a aplicação dos R$ 50 bilhões prometidos pela presidente Dilma Rousseff (PT) no dia 24. O pacto foi anunciado em resposta às manifestações realizadas em todo o País por melhorias no Transporte.
Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC