10 de maio de 2013

Alckmin abandona projeto de trem expresso até Cumbica

Governador publica decreto no qual revoga proposta e diz que ramal da CPTM não atende ao interesse público

Em decreto publicado ontem no Diário Oficial do Estado, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) enterrou o projeto de levar um trem expresso ao Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo.

A medida revoga decretos anteriores que versavam sobre a concessão da linha, anunciada na década passada pelo governo como a ligação sobre trilhos da capital até o terminal.

Na justificativa apresentada por Alckmin, está escrito que, "em sua formatação original", esse projeto "não mais atende ao interesse público".

A decisão a respeito do outrora denominado Expresso Aeroporto - que integraria a Linha 14-Ônix da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) - foi tomada após manifestação do secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes.

O governo já havia anunciado planos de abandonar o projeto de um expresso. Em outubro de 2010, o então governador Alberto Goldman (PSDB) anunciou que o projeto não atraíra o setor privado. O Expresso Aeroporto operaria com Parceria Público-Privada (PPP). O governo reconheceu que segurou a licitação por não haver interesse do mercado e culpou o clima de incerteza a respeito de Cumbica.

Demanda. Na época, Goldman afirmou que não havia definição do governo federal sobre a construção do terceiro terminal de passageiros, atualmente em obras. Houve questionamento da demanda.

Em nota, a CPTM informou que Alckmin extinguiu o projeto da Linha 14-Ônix-Expresso Aeroporto porque, por causa do projeto do Trem de Alta Velocidade (TAV), que chegará até Guarulhos, "os potenciais investidores perderam o interesse". Além disso, diz a empresa, a Linha 13-Jade - que substituiu a Linha 14 - "atenderá um número maior de usuários, trabalhadores e moradores" e não só os passageiros das companhias aéreas, como seria com a Linha 14.

Com 11 km de extensão e demanda de 120 mil passageiros por dia, as obras da Linha 13 deveriam ter sido iniciadas em março, segundo cronograma do governo.

Estadão