15 de fevereiro de 2013

“Não havia funcionários da CPTM para conter o tumulto causado pela chuva”

Passageiros escalam paredes da estação Pinheiros, na zona oeste. Eles reclamam que não havia funcionários da CPTM para orientar, o que a companhia nega

O temporal que atingiu a cidade de São Paulo na noite de quinta-feira (14) surpreendeu os paulistanos, que amanheceram contando os prejuízos causados por ele. Enquanto 50 mil pessoas ficaram sem energia elétrica, outras perderam o sinal de internet, tiveram os carros alagados ou sofreram pequenos acidentes.

O maior volume de queixas, no entanto, é contra a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que estaria sem funcionários suficientes para conter o tumulto que tomou conta da estação Pinheiros, na Linha 4-Amarela, responsável pela conexão do trem com o metrô na zona oeste de São Paulo.

É o que conta o analista de comunicação, Rafael Ernandi. “Nunca vi uma situação dessas, com pessoas desmaiando, gritaria, desespero.” Depois de desistir de chegar em casa pela estação Barra Funda, ele tentou a estação Pinheiros, quando “a coisa simplesmente parou. Não cabia mais gente em lugar algum”.

“De repente começou um tumulto, correria, gente gritando e aparentemente não era nada. Pessoas começavam a escalar as paredes e ficavam penduradas tentando fugir do tumulto descontrolado. Vi muitas pessoas desmaiando, uma delas atrás de mim.”

Ele diz que gritou por espaço, “mas era impossível porque não tinha nenhum segurança da CPTM tentando ajudar, controlar o problema. O trajeto que eu faço em 50 minutos, ontem fiz em 3h45”.

A falta de funcionários da CPTM e de orientação pelos autos falantes também incomodou a assessora de imprensa Sarah Moraes. “Eu procurei e não havia ninguém para orientar. Eu vi quatro mulheres serem carregadas pelos passageiros, um deles quase derrubou a mulher. Foi um caos.” Ela garante que ficou 20 minutos parada sobre a passarela que liga o trem e o metrô. “Desisti. Eu decidi voltar uma estação e pegar um ônibus.”

A amiga de Sarah Alê Barbosa (31) diz que viu apenas um segurança da CPTM tentando orientar os passageiros. “Mas sem nenhum preparo de áudio. Ele gritou para orientar, mas poucos conseguiram ouvir.”

IG

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