13 de dezembro de 2012

Trem até Cumbica terá bagageiro e pontos de check-in


Estação de linha da CPTM ficará a 2 km dos principais terminais; passageiros usarão gratuitamente monotrilho igual ao da Disney

Bagageiros nos trens que ligarão a capital ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, e serviço de check-in nas estações. A parada final, no entanto, ficará a cerca de dois quilômetros dos principais pontos de embarque de Cumbica.

As novidades foram divulgadas ontem pelo secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, no evento que marcou o lançamento do edital para contratação das obras da Linha 13-Jade da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O ramal, de 11 km, terá três estações: Aeroporto, Guarulhos-Cecap e Engenheiro Goulart, que será conectada à Linha 12-Safira.

A construção, segundo o cronograma apresentado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), começará em março do próximo ano e deve terminar 18 meses depois. A linha não será entregue até a Copa do Mundo, em junho de 2014.

De acordo com Fernandes, dos cerca de 34 milhões de passageiros de Cumbica neste ano, 6 milhões não despacham bagagens. Eles serão os primeiros beneficiados pelo serviço de check-in nas estações. "Já avisamos todas as operadoras de aviação para que comecem a considerar que nós vamos reservar espaços para totens nas estações para fazer o check-in remoto."

O serviço deve ser realizado nas estações da Linha 13-Jade. Depois, poderá chegar ao Brás, para onde há projeto de expansão do ramal. Todos os oito trens com destino a Cumbica terão bagageiros nos vagões e espaços maiores para malas grandes ao lado das portas. As composições, com oito carros cada, também serão interligadas umas às outras, a exemplo do que acontece na Linha 4-Amarela do Metrô.

Distância. Uma dificuldade, porém, diz respeito à distância que a Estação Aeroporto ficará dos Terminais 1 e 2 e do futuro Terminal 3 de Cumbica, já em construção. Ela será construída à margem da Rodovia Hélio Smidt, ao lado do Terminal 4, popularmente conhecido como "puxadinho". Dos 88 mil passageiros que passam por dia por Cumbica, só 4,7 mil usam esse terminal, que serve apenas às companhias Trip e Azul.

O autônomo Eduardo Gonçalves Morais, de 36 anos, pega avião mensalmente em Guarulhos para visitar a filha na Bahia. Hoje, ele chega ao aeroporto com o ônibus da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) que sai da Estação Tatuapé, na zona leste da capital. Para ele, a locomoção com malas será prejudicada pelo fato de a estação ficar longe da maior parte do aeroporto. "Principalmente, as bagagens maiores."

Originalmente, o governo do Estado pretendia montar a estação dentro do aeroporto, perto dos Terminais 1 e 2. O local escolhido, segundo o secretário dos Transportes Metropolitanos, era o estacionamento. Mas a concepção mudou depois que a nova concessionária assumiu o comando da administração de Cumbica, em novembro. "Com o advento dessa nova concessão, entendemos que a grande área de concentração popular de gente, maciça, vai ser em torno do Terminal 4, porque aquela área que hoje existe de carga vai ser transformada em shoppings, cafeterias, cinemas", afirmou Fernandes.

Monotrilho. O presidente do consórcio GRU Airport, Antônio Miguel Marques, disse ontem, no entanto, que um sistema de transporte será construído no aeroporto para transportar passageiros que chegarem pela CPTM. O mais provável é que um monotrilho suspenso, parecido ao do parque de diversões da Disney na Flórida, nos Estados Unidos, faça essa ligação. Entre os Terminais 3 e 4, o percurso por meio desse modal levará três minutos e será gratuito.

Marques afirmou que esse serviço de transporte vai ser inaugurado um dia antes da abertura da Estação Aeroporto da CPTM, no segundo semestre de 2014. As obras em Cumbica começarão no meio de 2013. No futuro, a Linha 13 poderá ser estendida até a Vila São João, em Guarulhos, ao lado do aeroporto.

Maior rapidez. A supervisora Juliana Alcântara, de 20 anos, trabalha em uma doceria do aeroporto. Ela mora em Barueri, na Grande São Paulo, e conta que demora mais de duas horas para chegar ao trabalho. Ela diz que, com a linha de CPTM e o monotrilho, sua vida melhorará muito. "Vai facilitar demais. Não ficarei mais sujeita ao trânsito dentro do ônibus."

Estadão