7 de novembro de 2012

Trem-bala terá parada na Água Branca

 O Trem de Alta Velocidade (TAV) que ligará Campinas, São Paulo e Rio não deverá mais ter uma parada no Campo de Marte, na zona norte da capital paulista. A estação do trecho paulistano do trem-bala provavelmente será a Água Branca, na zona oeste. Ela já pertence hoje a uma linha de trem metropolitano e, até 2016, deverá ser conectada a uma nova linha de metrô, a Linha 6-Laranja.


O governo estadual planeja que a Estação Água Branca vire um "hub" ferroviário - dela também deverão sair os trens regionais que ligarão São Paulo a cidades do interior, como Santos, Sorocaba e Jundiaí. Essa última ligação é a única que está confirmada para o local, mas o Estado já sinalizou que os outros dois trechos também deverão sair da estação da zona oeste.
A informação de que ela, além disso, será a provável parada do TAV na capital paulista foi dada por Bernardo Figueiredo, presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) - estatal que coordena os planos de logística de transportes em nível federal. "A proposta foi do governo estadual, mas é interessante. É mais vantagem você articular com as outras linhas de trens regionais do que colocar em outro lugar", afirmou, logo após sair de reunião com integrantes da Secretaria de Estado de Logística e Transportes. Figueiredo afirmou ainda que um acordo de cooperação entre os governos federal e estadual foi assinado para que o assunto seja tratado de maneira conjunta.
Segundo ele, é possível que exista ainda uma outra estação em São Paulo, o que está previsto para ser definido ainda nas próximas semanas. O planejamento do governo federal é que o edital do trem-bala saia até o fim de novembro, após um novo adiamento em outubro. Os contratos deverão ser assinados em meados do ano que vem. De acordo com Figueiredo, o prazo para o início da operação, anteriormente definido para 2020, poderá ser adiantado para 2018.
Trilhos. A aposta nos trens regionais e no TAV para melhorar a mobilidade interurbana no Estado e na Região Sudeste é um reflexo do aumento da frota de carros em São Paulo - que em fins de semana e feriados acaba travando as principais rodovias. O próprio secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, costuma dizer que as concessionárias de estradas pedem para que trens como o de Jundiaí saiam logo do papel.
A opção da Água Branca como novo "hub" ocorre principalmente por causa da saturação da Estação da Luz, antigo ponto de encontro de várias linhas interurbanas de trens como as que vinham de Santos e do ABC paulista. O início da operação da Linha 4-Amarela do Metrô, que também tem na estação um dos seus pontos finais, fez até mesmo o governo estadual retirar sua ligação com a Linha 10-Turquesa da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que vai até Rio Grande da Serra.
Para receber as novas linhas de trem e de metrô, a Estação Água Branca terá de ser remodelada. O projeto do Estado prevê duas novas ruas, uma de cada lado dos trilhos, com ligação até a Avenida Santa Maria. O quarteirão formado pelas Ruas Crasso e Tibério, ambas perpendiculares à Guaicurus, será transformado em ponto de acesso da estação.
 Já a provável saída da estação do TAV do Campo de Marte agrada às empresas de aviação civil que hoje usam o local. Grande parte da área do aeroporto teria de ser remanejada para construção da nova estação, o que irritou pilotos e empresários do ramo. Além disso, a falta de uma conexão de metrô no local também pesava contra a sua escolha como estação base para o trem-bala em São Paulo.