16 de abril de 2012

Manutenção do Metrô envolve 2,4 mil trabalhadores

Apesar de ter registrado 12 falhas notáveis –  com mais de cinco minutos sem serviço – até o fim do mês passado, causando reclamação de usuários, este número dentro dos 1,8 milhão de km percorridos mensalmente pelos trens do Metrô representa apenas uma interrupção para cada 28 mil viagens realizadas. Somente no ano passado as composições do Metrô percorreram 21,5 milhões de quilômetros em suas quatro linhas, realizando 1,2 milhão de viagens ou 99% das viagens programadas, atingindo 74% de avaliação excelente ou boa entre seus usuários, segundo uma pesquisa da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) realizada em 2011.


Muito desta eficiência, segundo a Companhia do Metropolitano, se deve aos serviços de manutenção preventiva do sistema, que durante 24 horas por dia mobilizam 2,4 mil pessoas para fazer o Metrô funcionar.


Segundo o Metrô, são 1,5 mil, ou 65% dos funcionários, atuando durante o dia; 15%, ou 360 trabalhadores, em escala de revezamento de 24 horas; e 20% ou 480 pessoas que – enquanto os 4,3 milhões de passageiros dormem e as catracas das estações fecham – atuam na madrugada.


Além da limpeza das 64 estações, feitas durante todo o dia, serviços como a higienização das composições, lavagens de vias e túneis ou ainda esmerilhamento, lubrificação ou até trocas de trilhos são feitos enquanto os 164 trens do sistema descansam nos seis pátios (Jabaquara, Itaquera, Belém, Capão Redondo, Tamanduateí e Vila Sônia).


Um trabalho de equipe, cada uma em sua função, atuando em conjunto para que, entre a 1h da madrugada até às 4h, enquanto a eletricidade das vias é desligada, tudo esteja pronto para no outro dia as estações e 984 carros funcionarem plenamente.


“A manutenção do Metrô, incluindo a limpeza das estações, é feita 24 horas por dia, e é prioritariamente de caráter preventivo”, explicou o diretor de Operações do Metrô, Mário Fioratti, que completa: “Mas, parte das atividades é desenvolvida durante a madrugada, para que a operação comercial, realizada entre 4h40 e meia-noite, não sofra qualquer tipo de interferência”, explicou.



Enquanto usuário dorme, há trabalho em todos os trechos

Para conferir o trabalho das equipes de manutenção do Metrô, que envolve diariamente cerca de 2,4 mil pessoas, a reportagem do Metrô News acompanhou a atuação em vários trechos, na madrugada da última  sexta-feira.

Todo o trabalho, além do planejamento e atribuição de tarefas, que acontece antes, começa quando o serviço comercial para de ser prestado, por volta da 1h da manhã, e os 164 trens do sistema são encaminhados aos seis pátios. Nos locais, as composições recebem limpeza e higienização, baseados no Plano de Sanificação, que existe há 37 anos, desde o início das operações do Metrô na cidade e faz do sistema um dos mais limpos do mundo.

Ao mesmo tempo em que os trens são limpos, as vias e túneis são lavados. Para isso, duas máquinas chamadas gôndolas-pipas, com tanques de 25 mil litros de água, visitam trechos semanalmente, lavando chão e teto. Na sexta-feira, a reportagem acompanhou o trecho na estação Sumaré.

A iluminação das vias do Metrô também recebe manutenção diária. Um v666 de via, espécie de caminhonete adaptada para andar nos trilhos, ajuda a substituir, em média, 30 luminárias por noite nas linhas. Junto com os serviços, outras equipes em carros semelhantes fazem o esmerilhamento de trilhos todas as noites, retirando imperfeições dos dormentes, e outras fazem a lubrificação dos equipamentos para que o chamado atrito roda-trilho não desgaste os dormentes.

Troca de trilhos lembra um pit-stop de Fórmula 1

O trabalho de troca de trilhos na madrugada lembra um pit-stop de Fórmula 1. Tudo deve ser feito entre 1h da manhã e 4h. Na última sexta-feira,  o Metrô News  acompanhou a substituição de 250 metros de trilhos entre as estações São Joaquim e Liberdade.

Tudo começa com três trens de transporte dos funcionários e equipamentos, que sai da estação Jabaquara, por volta da 1h, passa pela estação Paraíso, até chegar ao trecho da substituição.

A execução é orquestrada e com pressa: um grupo inicia o corte do trilho que será retirado. Ao mesmo tempo, um grupo com dez homens posiciona grampos, segura os trilhos e após o corte o retiram.
Na seqüência, o novo trilho é posicionado da mesma forma, tudo em menos de 30 minutos. “Todos juntos ou não adianta. Força”, grita o líder do grupo, que também ajuda no posicionamento, na primeira fila.

Após o posicionamento, começa o parafusamento e a solda. Após a aplicação, por volta das 3h, é iniciado o esmerilhamento manual do local, seguido pela limpeza para que, enfim, o Metrô volte a operar.


Fonte: Metrô SP