2 de março de 2012

CPTM demite dois funcionários por colisão que deixou 51 feridos

Equipes prestando socorro aos feridos

Um maquinista e um controlador da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitano) foram demitidos da empresa culpados pela colisão que deixou ao menos 51 pessoas feridas na linha 7-Rubi, na zona norte de São Paulo, no mês passado.



O acidente ocorreu quando um trem, ao sair da plataforma da estação, foi atingido por uma locomotiva de manutenção, no dia 15 de fevereiro. Foi a terceira colisão em sete meses --uma em 13 de julho de 2011, com 42 feridos, e outra em 26 de janeiro deste ano, com seis feridos.

Segundo nota divulgada pela CPTM, a locomotiva em manutenção trafegava em uma velocidade quatro vezes acima do limite permitido, que seria de 10 km/h. De acordo com registro eletrônico da locomotiva, ela estava acima dos 40 km/h.

À época, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo disse suspeitar que, por ordem da CPTM, um dispositivo de segurança que impede a aproximação de trens tenha sido desligado.

A CPTM foi avisada do problema pelo sindicato no dia 4 de agosto, sete meses atrás, logo após a primeira colisão.

Na ocasião, a entidade informou à companhia que maquinistas estavam sendo orientados a desligar o equipamento. Os trens, então, circulavam mais próximos do que deveriam uns dos outros.

No modo automático, o trem para de andar se chegar muito perto de outro. A finalidade, segundo o sindicato, é reduzir o intervalo entre os trens, uma das metas do Estado para a CPTM.

"A eliminação desse sistema de segurança coloca em risco a condução ", diz trecho da carta, obtida pela Folha. A consequência, diz o documento, é a "iminência de um choque".