23 de fevereiro de 2012

Metroviários de São Paulo anunciam greve para 29 de fevereiro


Em assembleia realizada na noite desta quinta-feira (23), cerca de 400 metroviários de São Paulo decidiram entrar em greve a partir de 29 de fevereiro, caso o Metrô não melhore a proposta de participação nos resultados (PR), gratificação paga anualmente aos funcionários.


Segundo o secretário-geral do Sindicato dos Metroviários, Paulo Pasin, o Metrô quer reduzir 7,21% da PR dos trabalhadores com base em uma pesquisa de qualidade feita com os usuários. A avaliação do serviço prestado pelo Metrô caiu em comparação com o ano anterior.


A categoria não aceita a redução, sob o argumento de que a queda na avaliação do metrô é resultado do aumento do número de passageiros, e não de uma piora na qualidade do trabalho dos funcionários. Em 12 anos, o número de usuários dobrou, saltando de dois para quatro milhões de passageiros diários.


“Apesar de o usuário estar mais descontente, o Metrô ainda é o transporte mais bem avaliado, e isso se deve ao nosso esforço”, diz o sindicalista.


A PR dos trabalhadores do Metrô é composta por um valor fixo --calculado, para este ano, em R$ 3.062--- somado a 40% do salário mensal. De acordo com Pasin, a proposta do Metrô é reduzir os 7,21% do total pago ao trabalhador. Na assembleia de hoje, a categoria apresentou uma contraproposta, que prevê que o desconto seja abatido apenas dos 40% do salário de cada funcionário, e não do valor fixo.


Na próxima segunda-feira (27), as partes vão se reunir no Ministério Público do Trabalho (MPT) para chegar a um acordo. Em reunião realizada hoje, também no MPT, o impasse não foi solucionado. “Eles disseram que para falar sobre a participação nos lucros seria necessário um apoio do governo estadual, mas isso não estava na mesa até agora”, afirmou Pasin.


O Metrô possui cerca de 8.000 funcionários. A categoria realizará nova assembleia no dia 28.


Procuradora pela reportagem do UOL, a assessoria do Metrô afirmou “que o Metrô e o governo de Estado mantém um canal permanentemente aberto de negociação e diálogo para resolver questões trabalhistas.”


Folha de SP


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