5 de janeiro de 2012

MP vai investigar se usuários da CPTM correram risco após implosão de prédio da Favela do Moinho

O Ministério Público vai investigar os fatos que envolvem a implosão do prédio da Favela do Moinho, no bairro de Campos Elíseos, região central de São Paulo, realizada no último domingo (1º). De acordo com o promotor de Habitação e Urbanismo, Maurício Ribeiro, o prédio foi “mal implodido” e é preciso saber se houve risco para os usuários das linhas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) que foram liberadas nesta terça-feira (3).


- As linhas foram liberadas após a implosão feita pela metade e neste fim de semana serão bloqueadas de novo para terminar a demolição. Será que o transporte ferroviário correu risco durante uma semana?



O promotor se refere aos andares que ficaram de pé após a implosão realizada pela prefeitura. Somente dois dos seis andares vieram abaixo após a implosão. O restante ficou praticamente intacto, inclusive duas torres nas extremidades da edificação. O restante tem sido demolido mecanicamente, com máquinas e operários. De acordo com a prefeitura, nenhum desses trabalhos oferece risco para a população vizinha ao prédio.
Ribeiro afirmou também que as investigações do Ministério Público vão apurar o custo da obra. O valor divulgado pela prefeitura foi da ordem de R$ 3,5 milhões, pagos às empresas Desmontec - que detonou os explosivos - e Fremix, que será responsável por transformar os detritos em brita
O imóvel de 20 mil metros quadrados ameaçava cair desde que um incêndio abalou suas estruturas, no último dia 22, deixando duas pessoas mortas. As composições das linhas 7-Rubi e 8-Diamante da CPTM ficaram bloqueadas até dois dias após a implosão devido ao risco de desabamento do prédio.
Cerca de 5.000 moradores tiveram que ser retirados de suas casas para a demolição. A implosão parcial frustrou a expectativa dos vizinhos, que esperavam que toda a estrutura fosse abaixo.

Acampados
Quinze dias após o incêndio que destruiu grande parte da favela, moradores que perderam seus barracos acamparam embaixo do viaduto onde fica a entrada da comunidade, no final da rua Dr. Elias Chaves.
De acordo com a Sehab (Secretaria Municipal de Habitação), da Prefeitura de São Paulo, todas as 600 famílias que moravam na favela, incluindo as 368 que tiveram barracos atingidos pelo incêndio, têm direito ao auxílio-aluguel emergencial no valor de R$ 300 por três meses.

Entretanto, muitos moradores rejeitam a bolsa, pois temem ficar sem opções após o período do auxílio, além de dizerem que o valor é insuficiente para alugar uma casa. 
Relembre o caso: