27 de dezembro de 2011

Interdição na CPTM deve superlotar metrô


Se persistir até a primeira semana de 2012, a interdição de trecho das Linhas 7-Rubi e 8-Diamante da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) deve aumentar ainda mais a lotação da Linha 3-Vermelha da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô). O incêndio na Favela do Moinho, na quinta-feira, afetou a circulação das composições. Passageiros que chegavam ao centro de trem são obrigados, agora, a pegar o metrô na Estação Barra Funda e fazer baldeação para ir até a Luz.
"Ainda não está tão lotado porque é semana de feriado. Quero ver como isso vai ficar na semana que vem, quando o pessoal voltar da folga", afirma o gerente de lanchonete Luís Antônio Ribeiro Marques, de 35 anos, que mora em Franco da Rocha e trabalha na região da Luz. "Vão colocar todo o pessoal que vinha em dois trens dentro do metrô. Vai encher."
Moradora de Osasco, a modelista Luzia Pires de Souza, de 42 anos, também acha que pode encontrar dificuldade para pegar o metrô na próxima semana. "O trajeto não fica muito mais longo, porque o metrô é rápido. Mas tem de fazer baldeação. E, se estiver cheio, tem de ir em pé."
Nas plataformas das estações de metrô e trem, foram instalados cartazes indicando os trechos interditados. Além disso, mensagens sonoras são veiculadas pelo menos a cada cinco minutos para lembrar sobre a interdição e pedir para os passageiros da CPTM usarem o Metrô.
O ponto final das linhas 7 e 8 foi transferido para a Barra Funda na quinta-feira por causa do incêndio que atingiu a Favela do Moinho, no centro, e causou a morte de duas pessoas. O fogo colocou em risco a fiação aérea que alimenta os trens, por isso a energia naquele dia foi desligada em um trecho de 300 metros em cada um dos dois ramais da ferrovia. Além disso, 500 dormentes (madeiras que sustentam os trilhos) foram atingidos pelo fogo. O incêndio ainda comprometeu o prédio do antigo e histórico Moinho Matarazzo, que pode desabar até mesmo com a trepidação dos trens.
Laudo. A CPTM informou que já fez os reparos necessários na ferrovia e aguarda a Prefeitura liberar o terreno. O coronel Jair Paca de Lima, coordenador da Defesa Civil, disse ontem que não tem previsão para o aval. "Acho que o prédio só não veio abaixo porque é antigo. Mas ele dá sinais de que pode entrar em colapso." Engenheiros da Prefeitura trabalham em um laudo para o local.
"Não falaram se vão demolir o prédio, mas é notório que pode desabar", relatou o presidente da Associação de Moradores da Favela do Moinho, Francisco Antonio Miranda, de 25 anos. Segundo ele, assistentes sociais da Prefeitura começaram ontem a fazer o cadastro dos moradores em programas habitacionais. O governo não deu nenhum prazo, no entanto, para a saída de todas as famílias.
Estadão
Foto: Estação Sé