O Metrô de São Paulo comprou um novo sistema de sinalização para aumentar o fluxo da linha 5-lilás (Capão Redondo-Largo Treze) por R$ 171 milhões que poderá fazer com que os trens circulem em intervalos de 1 minuto e 15 segundos --o intervalo nos horários de pico hoje é de 6 minutos e 21 segundos.
A projeção é de que a nova tecnologia aumente em 20% o número de passageiros nos horários de pico, passando de 70 mil por hora para 84 mil, sem a compra de novos carros.
"Na prática, o intervalo passa a ser o necessário para as pessoas embarcarem no trem. O sistema garante que os trens trafeguem com toda a segurança mais próximos um dos outros", afirmou o diretor de Relações Institucionais e Comunicação da Bombardier, Luiz Ramos.
Em Madrid (Espanha), as duas linhas que ganharam o sistema novo aumentarem em 30% o número de passageiros.
A linha 5-Lilás hoje tem 8,4 km de extensão com seis estações, ligando Capão Redondo ao Lago Treze. A previsão é que até 2015 ela ganhará mais 11,6 km, com 11 novas estações chegando à estação Santa Cruz (Linha 1-Azul). O novo trecho será feito com a nova sinalização.
De acordo com a Bombardier, é a segunda linha do metrô paulista que vai operar com a nova sinalização baseada em comunicação por rádio (a antiga é por cabo). A primeira é a Linha 4-Amarela, que foi uma concessão. O monotrilho da Linha 2, que está sendo feito pela Bombardier, já tem incluída a nova sinalização.
Segundo Ramos, o novo sistema pode ser instalado sem que o sistema atual pare de funcionar, o que aumenta a velocidade da implantação. O sistema de equipamento vai ser feito pelas equipes que já trabalham na fábrica da empresa no país, em Hortolândia (SP), com parte de materiais nacionais e importados. A fábrica também já se prepara para fazer exportações do produto.
O sistema de sinalização da Bombardier chama-se Cityflo e está de acordo com as normas europeias de segurança de ferrovias (ERTMS). A queda nos intervalos entre um trem e outro se dá porque a sinalização passa a controlar os equipamentos de forma automática via comunicação por rádio, permitindo que eles possam trafegar mais próximos um dos outros.
O Cityflo também foi vendido para a Supervia, que opera o sistema de trens urbanos no Rio de Janeiro. A concessionária fluminense, que desde o ano passado passou a ser controlada pela Odebrecht Transport, do grupo Odebrecht, comprou o sistema de equipamentos para seus 265 km de rede.
O projeto da Supervia é reduzir os intervalos dos trens urbanos do RJ para até três minutos já no fim do próximo ano, elevando a capacidade em até 80% nas horas pico. A intenção é transportar um milhão de passageiros dia em 2014 (hoje transportar 540 mil). O investimento na sinalização será de R$ 150 milhões, num total de R$ 2,4 bilhões usados na melhoria do sistema.