9 de agosto de 2011

Finalmente o trem da CPTM chegará até o aeroporto de Guarulhos

No final do mês passado, a Secretaria de Transportes Metropolitanos de São Paulo anunciou que estenderá o trem da CPTM (Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos) até Guarulhos, incluindo o aeroporto de Cumbica. Finalmente uma decisão sensata sobre o assunto, infelizmente com pouca repercussão na mídia.


O novo trem sairá do Brás e chegará a Cumbica em 23 minutos. As obras deverão ficar prontas até 2014. Por muito tempo o governo do Estado hesitou em levar a rede da CPTM até o aeroporto de Guarulhos.


A ideia inicial era que o trem da CPTM chegasse apenas até a região do Cecap Zezinho Magalhães e que um outro trem – o chamado expresso aeroporto – fizesse a ligação até Cumbica, com um serviço diferenciado, mais confortável, saindo da estação da Luz direto para o aeroporto.


O projeto seria feito através de uma PPP (parceria público-privada) e teria uma tarifa bem salgada, na época estimada em torno de R$ 35,00, bem mais cara que os R$ 2,90 do trem da CPTM. Com esse valor, portanto, o expresso aeroporto não atenderia em absoluto nem a população de Guarulhos nem mesmo os trabalhadores do aeroporto que se deslocam diariamente entre as duas cidades.


Com o anúncio do projeto do trem-bala pelo governo federal, que também faria uma ligação direta entre São Paulo e Cumbica, partindo da estação da Luz, a ideia do expresso aeroporto ficou inviabilizada e foi engavetada. O fato é que, até agora, a própria viabilidade do trem-bala permanece incerta.


Mas o mais importante é que tenhamos o trem comum para a cidade de Guarulhos, que tem mais de 1 milhão de habitantes, e o aeroporto de Cumbica, onde trabalham mais de 28 mil pessoas, inserindo a cidade no sistema de transporte coletivo de massas, já que os trens estão ligados à rede de metrô.


O desafio agora é lutar para que os trens da CPTM – que hoje funcionam com intervalos de 6 minutos, superlotados e lentos – alcancem um melhor padrão de qualidade e conforto sem que para isso seja preciso inventar um negócio milionário. Alguns trechos que já passaram por reformas mostram que é possível melhorar o desempenho e o conforto dos trens dessa rede.


Fonte: Blog Raquel Rolnik