Com a nova modelagem da concessão do Trem de Alta Velocidade (TAV), que engloba agora duas licitações – uma para a compra dos trens, e outra para a infraestrutura do projeto –, a data de entrega da linha que ligará o Rio de Janeiro a São Paulo parece cada vez mais distante de ser definida. Apesar da expectativa de que pelo menos uma parte estivesse em operação a tempo de atender a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, o cronograma do projeto, que prevê início das obras em 2013, não deverá contemplar esses eventos.
De acordo com o secretário de Política Nacional dos Transportes do Ministério dos Transportes, Marcelo Perrupato, a construção do TAV é importante para atender a demanda de passageiros entre as metrópoles, independente da data de entrega. “Não temos nenhum compromisso, nem com Olimpíadas, nem com Copa do Mundo”, afirmou. Perrupato também ressaltou que a maioria dos atrasos e encarecimento em obras do Ministério ocorre por conta de problemas nos projetos. “Quando você coloca no mercado um projeto bom, que se alinha à tecnologia, é mais fácil de contratar”, disse.
Com relação à participação de empreiteiras internacionais na nova licitação, o secretário afirmou que a possibilidade já era prevista antes da alteração do formato, mas que “nenhuma internacional pode concorrer diretamente com as empreiteiras nacionais”.
Correios
Após o anúncio da divisão da licitação, os Correios reafirmaram seu interesse em participar do projeto do TAV, seja como parceiro, seja como cliente. Isso porque as cidades que serão atendidas pela linha fazem parte do principal eixo de correspondências e encomendas da companhia.
De qualquer forma, para o secretário de Política Nacional dos Transportes, o projeto do Trem de Alta Velocidade – que continua com o apoio financeiro da Etav – se viabilizará mesmo sem o aporte dos Correios. “Não estamos atrás do capital deles, não precisamos disso. Se forem um cliente importante, já está bom demais”, afirmou Perrupato.
Fonte: Revista Ferroviária