31 de agosto de 2013

Funcionários do Metrô e da CPTM são alvo de investigação

A investigação aberta pelo governo de São Paulo para apurar crimes relacionados à formação de cartel em licitações de trens no Estado entre 1998 e 2008 já mira agentes públicos e ex-servidores do Metrô e da CPTM considerados suspeitos pela polícia e pelo Ministério Público.

Nas últimas semanas, a Corregedoria do governo paulista colheu depoimentos de José Luiz Lavorente, diretor de Operação e Manutenção da CPTM, do ex-presidente do Metrô Luiz Carlos Frayze David e dos funcionários do Metrô Décio Tambelli e Nelson Scaglioni.

Os quatro foram citados em uma denúncia anônima feita em 2008 ao ombudsman da Siemens na Alemanha, que no Brasil levou à abertura de um inquérito pela Polícia Federal, ainda não concluído.

Segundo o denunciante, eles receberam propinas de companhias do setor de transportes participantes do suposto cartel.
A Corregedoria da administração estadual paulista não informou o conteúdo dos depoimentos.

Centro de São Paulo terá nova estação de trem, diz secretário

A linha 10-turquesa da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) será ampliada até o centro histórico de São Paulo.

A informação foi dada ontem pelo secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, ao explicar as possibilidades que o monotrilho da linha 15-prata irá trazer aos passageiros.

O monotrilho vai ligar o extremo leste à estação Vila Prudente, da linha 2-verde do metrô. Ontem foi anunciada uma ampliação dali até a estação Ipiranga da linha 10.

"Se você estiver no monotrilho e quiser ir à Paulista, você chega à Vila Prudente, entra no metrô e vai embora para a Paulista. Se quiser ir para o centro, continua no monotrilho, desce no Ipiranga e lá pega a linha 10 e vai para o centro", disse Fernandes.

Atualmente, a linha começa em Rio Grande da Serra e termina na estação Brás, onde permite conexão com a linha 3-vermelha do metrô e as linhas 11 e 12 da CPTM.

"Futuramente, com a estação Campos Elíseos, que nós vamos fazer lá em frente à Luz, vamos voltar a levar a linha 10 para a Luz. Isso é mais para o futuro", disse o secretário.

No passado, a linha 10 era chamada de D-bege e tinha como ponto final a estação Luz. Ainda não há prazo nem local exato para a nova estação.

SERVIÇO EXPRESSO

No plano de expansão da CPTM está prevista uma ligação entre o ABC e a Luz, por meio do chamado Expresso ABC. A ideia é fazer o percurso da linha 10 em vias independentes e oferecer um serviço expresso até as estações de São Caetano do Sul, Santo André e Mauá.

A previsão inicial era de iniciar o serviço de 25 km em 2015, com demanda de 322 mil passageiros/dia.

Folha de SP

Obras de modernização alteram a circulação em linhas da CPTM no fim de semana

O sistema PAESE será acionado para atender os usuários nos trechos interrompidos das linhas 7, 11 e 12; demais linhas vão operar com maiores intervalo

Neste fim de semana, 31 de agosto e 1 de setembro, a CPTM dará continuidade às obras de modernização de suas linhas. Por esse motivo, não haverá circulação de trens em trechos e horários específicos nas linhas 7-Rubi [Luz - Francisco Morato - Jundiaí], 11-Coral [Guaianazes - Estudantes] e 12-Safira [Calmon Viana - Brás]. O PAESE [Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência] será acionado para o deslocamento dos usuários. Nas demais linhas, a operação será feita com maior intervalo entre as composições. Confira a programação e planeje sua viagem com antecedência:

Linha 7-Rubi [Luz - Francisco Morato - Jundiaí]
Sábado: das 18h até o fim da operação comercial, os serviços na infraestrutura da via estarão concentrados entre as estações Vila Clarice e Jaraguá.

Domingo: das 4h à meia-noite, não haverá circulação de trens entre as estações Pirituba e Franco da Rocha. Para o deslocamento, ônibus de conexão serão disponibilizados para atender os usuários. As senhas deverão ser retiradas na área interna das estações.

Linha 8-Diamante [Júlio Prestes - Itapevi]
Sábado: das 20h até o fim da operação comercial, haverá obras na implantação de equipamentos de via entre as estações Antônio João e General Miguel Costa.

Domingo: das 4h às 20h, as atividades serão executadas no sistema de rede aérea entre as estações Imperatriz Leopoldina e Domingo de Moraes. E, das 9h às 20h, os serviços serão realizados nos equipamentos de via entre estações Engenheiro Cardoso e Sagrado Coração.

Linha 9-Esmeralda [Grajaú - Osasco]
Sábado e domingo: das 21h à meia-noite, os trabalhos estarão concentrados no sistema de alimentação elétrica dos trens entre as estações Berrini e Vila Olímpia. No domingo, durante todo o dia, os mesmos serviços serão estendidos até a estação Granja Julieta.

Linha 10-Turquesa [Rio Grande da Serra - Brás]
Domingo: das 8h às 18h, haverá trabalhos no sistema da via permanente na região da estação Ribeirão Pires.

Linha 11-Coral/Expresso Leste [Luz - Guaianazes]
Sábado e Domingo: das 18h até o fim da operação comercial de domingo, as equipes atuarão no sistema de sinalização entre as estações Corinthians-Itaquera e José Bonifácio.

Linha 11-Coral/Extensão [Guaianazes - Estudantes]
Sábado e Domingo: das 20h até o fim da operação comercial, não haverá circulação de trens entre as estações Jundiapeba e Calmon Viana. Para atender os usuários, serão disponibilizados ônibus para atender os usuários no trecho interrompido. As senhas deverão ser retiradas na área interna das estações.

Domingo: das 4h à meia-noite, as intervenções na infraestrutura estarão concentradas na região da Estação Suzano.

Linha 12-Safira [Brás - Calmon Viana]
Sábado: das 18h à meia-noite, haverá serviços de substituição nos equipamentos de via na região da Estação Brás.

Domingo: das 4h até meia noite, por conta da substituição e instalação de novos sistemas, não terá circulação de trens entre as estações Brás e Comendador Ermelino. Para o deslocamento neste trecho, a opção para os usuários é utilizar a Linha 11-Coral [Expresso Leste] até a estação Tatuapé. E, para seguir viagem, ônibus de conexão farão o percurso até a estação Comendador Ermelino. As senhas deverão ser retiradas na área interna das estações.

Desafio: a CPTM ressalta que executar as obras de modernização, mantendo simultaneamente o atendimento aos usuários, é um grande desafio. As ações exigem medidas como promover intervenções em horários de menor movimentação de passageiros aos finais de semana, feriados e madrugadas.

Na eventualidade de dúvidas ou de informações complementares, a CPTM coloca à disposição a Central de Atendimento ao Usuário, no telefone 0800 0550121.

CPTM

30 de agosto de 2013

Edital da Linha 6 do Metrô, orçada em R$ 8 bi, será relançado no dia 6

Na primeira tentativa de parceria público-privada, governo de São Paulo não conseguiu interessados

O governo de São Paulo marcou para a próxima sexta-feira, 6, o lançamento do edital da parceria público-privada que vai construir a futura Linha 6 - Laranja do Metrô. A linha vai ligar a Estação São Joaquim da Linha 1 - Azul, no centro, à Brasilândia, na zona norte da capital.

A linha é orçada em R$ 8 bilhões. Esta é a segunda tentativa em dois meses do governo de tentar encontrar parceiros para tocar o projeto. Na anterior, o Metrô não conseguiu interessados. O novo formato da licitação transfere para o poder público a responsabilidade de arcar com as desapropriações para a obra. Após o lançamento do edital, haverá prazo de 45 dias para a formatação de propostas de eventuais interessados.

O secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, estima que as obras só comecem no primeiro bimestre do ano que vem.

Bruno Ribeiro - O Estado de S. Paulo

Linha 15-Prata do monotrilho ligará Ipiranga à Cidade Tiradentes

Anúncio foi feito nesta sexta-feira pelo governador Geraldo Alckmin.
Primeiras estações da linha devem começar a funcionar em janeiro.






O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse nessa sexta-feira (30) que vai integrar a Linha 15-Prata do Metrô até o Ipiranga, onde haverá integração com a linha 10-Turquesa da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Segundo Alckmin, a expansão distribuiria melhor a demanda para não haver superlotação na Vila Prudente.
A Linha 15- Prata prevê a partir de agora as estações Ipiranga (integração com a CPTM), Vila Prudente (integração com a Linha 2 - Verde),  Oratório, São Lucas, Camilo Haddad, Vila Tolstoi, Vila União, Jardim Planalto, Sapopemba, Fazenda da Juta e São Mateus.
O segundo trecho prevê ligação de São Mateus à Cidade Tiradentes, com mais sete estações: Iguatemi, Jequiriçá, Jacu-Pêssego, Érico Semer, Márcio Beck, Cidade Tiradentes e Hospital Cidade Tiradentes.
De acordo com o governo estadual a  Linha 15-Prata completa demanda investimento de R$ 5,5 bilhões. Do Ipiranga até o Hospital Cidade Tiradentes, terá 26,6 km de extensão, 18 estações e dois pátios de estacionamento de trens.

FONTE: G1

Funcionários empurram passageiros para fechar as portas de trem em SP

Trem partiu superlotado nesta quinta de estação da Linha 9 da CPTM. 

Companhia diz que agentes não devem 'empurrar' passageiros..

Agentes operacionais da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) usaram as mãos e até os ombros para empurrar passageiros para dentro do vagão e fechar as portas de uma composição superlotada na tarde desta quinta-feira (29), em São Paulo.
Procurada pela reportagem, a CPTM informou que os funcionários não são orientados a empurrar os passageiros e que eles receberão uma nova indicação de como proceder.
O registro foi feito pela equipe de reportagem do G1 na estação Berrini, da Linha 9-Esmeralda, em uma composição que seguia no sentido Grajaú, por volta das 18h, um dos horários de maior movimento da linha. 

A repórter do G1 acompanhou o embarque dos passageiros na Estação Pinheiros, que faz conexão com a Linha 4-Amarela, do Metrô, e só conseguiu descer na Estação Berrini com a ajuda de outros usuários, que a empurraram para fora.
A CPTM disse, em nota, que "os agentes operacionais atuam na orientação dos usuários durante a entrada e saída do trem, visando à sua segurança, além de verificarem se não há impedimentos para o fechamento automático das portas, para que não haja atraso. Não existe orientação da empresa no sentido de empurrar os usuários”. 
A empresa afirmou ainda que irá reforçar a orientação sobre os procedimentos das operações nas plataformas a todos os agentes.

FONTE: G1

29 de agosto de 2013

Cartão BOM passa a ser aceito em mais seis estações de metrô e trem em SP


A partir desta sexta-feira (30), o Cartão BOM (Bilhete do Ônibus Metropolitano) passará a ser aceito nas estações tarifa nas estações Santo Amaro, Capão Redondo, Campo Limpo, Vila das Belezas e Giovanni Gronchi, da linha-5 lilás do Metrô, além da estação Santo Amaro da linha 9 Esmeralda da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). O BOM é o cartão utilizado nas linhas de ônibus intermunicipais de 39 municípios da região metropolitana de São Paulo.
No total, serão 126 estações do sistema metroferroviário que aceitarão o bilhete. Até o final do ano, todas as 153 estações do Metrô e da CPTM vão aderir ao cartão, o que beneficiará 500 mil pessoas por dia. O cartão já é usado para o pagamento da tarifa em todas as linhas de ônibus gerenciadas pela EMTU-SP (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo).
Veja a relação das estações que aceitam o cartão BOM no endereço:www.cartaobom.net.

Cartão de débito

O BOM funcionará, em breve, como um cartão de débito. De acordo com a EMTU, a nova funcionalidade já está em teste e deve ser disponibilizada para os usuários ainda em outubro deste ano.
Batizado de BOM+, o cartão é resultado de uma parceria da EMTU com o CMT (Consórcio Metropolitano de Transportes), que é responsável pela emissão dos cartões eletrônicos.
O usuário poderá colocar dinheiro no cartão nos pontos de recarga, lojas e rede credenciada do BOM, sendo que a taxa de adesão ao sistema pré-pago é de R$ 9,90. Com o plástico, ele poderá pagar contas e fazer compras nos estabelecimentos comerciais credenciados na rede Mastercard, sem a necessidade de comprovação de renda, nem consulta aos órgãos de proteção ao crédito.
O cartão não terá vínculo contas bancárias já existentes e os créditos para o transporte não poderão ser utilizados para fins de pagamentos, ficando reservados no cartão apenas para o pagamento da tarifa nas linhas metropolitanas. Além de ser usado como cartão de débito, o novo BOM + também permitirá a realização de saques na rede Cirrus.

28 de agosto de 2013

Câmara de Sorocaba vai discutir a implantação do Trem Turístico nesta 4ª

A audiência conta com a presença de representantes da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM)

A Câmara Municipal de Sorocaba realiza nesta quarta-feira (28), a partir das 19h30, uma audiência pública para discutir a implantação do "Trem Turístico" em Sorocaba.

A audiência conta com a presença de representantes da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), da Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, da Secretária Municipal de Desenvolvimento Econômico de Sorocaba e dos integrantes do Conselho Municipal do Turismo (Comtur), entre outras autoridades.

O vereador Luis Santos (PMN) ressaltou a importância do trabalho já realizado pelos membros do Conselho Municipal de Turismo, que, segundo ele, possibilitou a implantação da Casa do Turista e vem lutando para que se torne realizada a implantação do "Trem Turístico" na cidade.

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul 

Presidentes do Metrô e da CPTM depõem na Assembleia dias 4 e 11 de setembro



Secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, deve ser ouvido no dia 24 em reunião conjunta de duas comissões

A Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa de São Paulo definiu, em reunião realizada ontem (27), que o presidente do Metrô, Luiz Antonio Carvalho Pacheco, será ouvido pelo colegiado na quarta-feira da semana que vem, 4 de setembro, para prestar esclarecimentos sobre as denúncias de formação de cartel em contratos e licitações para obras da companhia. Na semana seguinte será a vez do presidente da CPTM, Mário Manoel Rodrigues Seabra Bandeira. Os depoimentos, marcados com anuência de ambos, serão às 14h30. O cartel foi denunciado pela multinacional alemã Siemens ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

O secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, deve ser ouvido em reunião conjunta das comissões de Transportes e Infraestrutura no dia 24 de setembro.

“Esperamos que eles venham aqui e digam quais providências estão sendo tomadas em relação aos contratos que envolveram as empresas que teriam participado do cartel, se estão tomando medidas no interior das empresas (Metrô e CPTM) para punir eventuais funcionários, se as denúncias procedem ou não”, diz o deputado Alencar Santana (PT), presidente da comissão.

Os requerimentos da comissão de Infraestrutura foram aprovados no dia 14 de agosto. Originalmente, eles falavam em “convocação”. Mas foram transformados convites por acordo entre os deputados da base do governo e da oposição, que continuam a defender a instalação da CPI para investigar as denúncias. “As comissões têm poder de investigação, mas as CPIs têm poder de investigação e punição”, explica Alencar Santana.

Até o momento, a CPI tem apenas 26 assinaturas das 32 necessárias para ser protocolada.

Os presidentes do Metrô e da CPTM devem prestar esclarecimentos também sobre acidentes recentes. Em 30 de junho um vagão da Linha 7-Rubi, da CPTM, descarrilou entre as estações Piqueri e Pirituba (zona norte). E, no dia 5 deste mês, uma composição da frota K do Metrô descarrilou perto da estação Barra Funda.

Segundo o Sindicato dos Metroviários, o acidente na Linha Vermelha ocorreu pelo rompimento no "truque", o sistema composto por rodas, tração, frenagem e rolamentos do trem.

Fonte: Rede Brasil Atual

Estação Suzano: Novos imóveis no centro são demolidos pela CPTM



No local onde havia prédios comerciais será construída uma nova passarela para a estação


A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) deu andamento ontem a demolição dos 17 imóveis localizados no lado direito da rua Doutor Prudente de Moraes, sentido Mogi das Cruzes, e no início da rua General Francisco Glicério, na região central de Suzano. Na noite de anteontem, os operários da empresa responsável pelos serviços retiraram as fachadas dos antigos comércios instalados na esquina entre as duas vias. O espaço será desocupado para que um novo acesso à estação de trem seja construído no local.

A demolição dos imóveis, feita durante a madrugada de ontem, pegou muitas pessoas que passam pelas ruas centrais de surpresa. O Dat esteve no local ontem e conferiu que a fachada de outros sete imóveis ainda serão retiradas. As árvores plantadas no local também deverão ser removidas em breve.

Conforme o Dat divulgou em maio, o governo do Estado contratou uma empresa para prestar serviços técnicos de engenharia necessários para demolição dos imóveis remanescentes das desapropriações feitas em função das obras de reconstrução da estação de trem de Suzano.

Segundo dados que constam na placa instalada no local, o custo da contratação é de R$ 434,3 mil e o prazo de conclusão é de seis meses. Os imóveis eram usados por comércios e foram desocupados no ano passado.


Projeto
De acordo com a assessoria de Imprensa da empresa estatal, as demolições foram iniciadas no dia 7 de maio. No total, serão derrubados 17 imóveis e no espaço será construído o acesso sul da Estação Suzano. Desta forma, os usuários não terão que atravessar a rua Doutor Prudente de Moraes para embarcar nos trens da CPTM.

Balanço
Foram necessárias cerca de 40 desapropriações para a construção da nova estrutura de embarque e desembarque de passageiros de Suzano. O processo de retirada dos ocupantes dos imóveis foi bastante demorado, já que muitos proprietários não concordaram com os valores oferecidos pela CPTM e recorreram à Justiça. Essa situação fez com que os trabalhos no local fossem iniciados, de fato, somente no ano passado. A previsão é de que as obras sejam concluídas em 2014.
Fonte: DAT
Cibelli Marthos De Suzano

27 de agosto de 2013

O repórter que enxergou o propinoduto paulista

Um norte-americano revela como investigou e começou a narrar, há dois anos, uma história que a velha mídia brasileira teima em ocultar

Em um dia frio e nublado em São Paulo, entrei em um escritório bagunçado, escondido nos meandros da Assembléia Legislativa, e me vi diante do ex-executivo da Siemens que há mais de um mês eu tentava localizar. Dois anos antes, esse homem de identidade sigilosa havia entregue a deputados do PT documentos que descreviam minuciosamente como dois dos maiores conglomerados europeus – a francesa Alstom e a alemã Siemens – tinham distribuído propinas por mais de uma década para conseguir contratos de construção e operação das linhas de metrô e do sistema de trens da região metropolitana de São Paulo. Os documentos tinham sido enviados pelo PT, em agosto de 2008, ao Ministério Público de São Paulo, que já participava de uma investigação sobre a Alstom a convite de autoridades suíças.

Depois que me apresentei, ele disse que eu era o primeiro repórter com quem falava sobre Alstom e Siemens, e que me daria a entrevista com a condição de manter o anonimato, porque temia por sua segurança. Também me entregou cópias de duas cartas escritas por ele, relatando, em detalhes, como Siemens, Alstom e outras companhias multinacionais no Brasil haviam pago propinas e formado cartéis ilegais para ganhar contratos públicos de milhões de dólares em São Paulo e Brasília. Contratos e documentos sustentavam a denúncia, e nomeavam os políticos e funcionários públicos que, segundo ele, tinham recebido dinheiro – havia até informações bancárias sobre os pagamentos ilícitos.

Hoje, passados mais de 3 anos, aquele encontro ganhou um novo significado. Em maio deste ano, as investigações sobre corrupção que até então envolviam a Alstom culminaram em um grande escândalo no Brasil depois que, em troca de imunidade, a Siemens e seus executivos passaram a colaborar com o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão vinculado ao Ministério da Justiça, dando depoimentos e entregando documentos que indicam que a Siemens e mais de 20 pessoas pagaram propinas e formaram cartéis ilegais para ganhar contratos do governos do Estado de São Paulo e do Distrito Federal de quase R$ 2 bilhões.

As cartas e documentos que o ex-executivo da Siemens me entregou em São Paulo retratavam esse quadro de distribuição de propinas e corrupção em larga escala no setor metroferroviário brasileiro. Muito do que está sendo dito no CADE já havia sido relatado por aquele ex-executivo à direção da Siemens, assim como a conexão com o escândalo da Alstom, investigado desde 2008, e que no mesmo agosto deste ano, resultou no indiciamento de dez pessoas, entre elas dois ex-secretários de Estado do PSDB de São Paulo (leia ao final do texto a carta do ex-executivo da Siemens na íntegra).

Investigando a corrupção, a mais de 6 mil milhas de casa
O caminho que acabou por me levar a essa valiosa fonte havia começado 10 meses antes, no campus da Universidade da Califórnia em Berkeley, a mais de 6 mil milhas de São Paulo. Fluente em português, fiquei empolgado quando um professor me falou sobre seu interesse em investigar um escândalo de corrupção no Brasil, envolvendo centenas de milhares de dólares.

Desde 2008, a Justiça e a polícia na Suíça, França e, de forma mais pontual, na Inglaterra e nos Estados Unidos, tinham aberto investigações sobre o esquema de propinas da Alstom ao redor do mundo. Parte das investigações feitas na Suíça envolviam o Brasil e, depois de avisados pelos suíços, membros do Ministério Público de São Paulo também começaram a apurar pagamentos suspeitos feitos pela companhia, associados a contratos para fabricar, instalar trens, sistemas de sinalização e vagões do metrô na região metropolitana.

Depois de uma semana de pesquisa e conversa com jornalistas brasileiros, decidi procurar os membros do PT na Assembléia, que há dois anos tentavam abrir uma CPI para investigar o caso, bloqueada pela maioria governista (o PSDB, partido do atual governador paulista, está há 18 anos no poder no Estado).

Nem telefonei antes. Preferi me apresentar pessoalmente e peguei o metrô, embarcando em um vagão novinho com o logotipo da Alstom em todas as janelas. Tive que fazer duas baldeações e andar 1 km para pegar um ônibus para a Assembléia, o que resultou em uma viagem de duas horas. O que não é uma experiência rara para os usuários do precário sistema de transporte público de São Paulo.

Encontrei a assessora de comunicação do PT no hall do imponente prédio da Assembléia. Tomamos um café juntos e eu perguntei sobre o caso Alstom. Ela disse que seria melhor conversar com um dos deputados, o que teria que ser agendado, mas, enquanto isso, disse, ela poderia me entregar a cópia de um dossiê organizado pelo PT sobre o caso. Recebi o calhamaço com centenas de páginas de documentos presos por grampos. Não tive nem que tirar xerox.

O dossiê incluía contratos, relatórios policiais, dados estatísticos e uma coleção de matérias publicadas na imprensa brasileira. As informações indicavam que, entre 1989 e 2007, a Alstom e suas consorciadas ganharam pelo menos 139 contratos no valor de R$ 7,6 bilhões do governo do Estado de São Paulo. Quase todos os contratos eram referentes ao metrô de São Paulo e à Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Do total, quase R$ 1,4 bilhão se referiam a contratos considerados irregulares pelo Tribunal de Contas, de acordo com o dossiê.

Parte das informações já eram de conhecimento público. Em maio de 2008, a polícia suíça marcou uma reunião com membros do Ministério Público de São Paulo para falar sobre pagamentos de US$ 6,8 milhões que teriam sido usados como propinas para ganhar um contrato de US$ 45 milhões do metrô, de acordo com matéria do Wall Street Journal. Entre os documentos obtidos pelo repórter, alguns se referiam a aditivos de R$ 110 milhões, de 1998, que prolongavam a validade de um contrato assinado 15 anos antes.

Um memorando timbrado de 1997 a respeito desse contrato dizia bastante sobre o esquema. Nele, Bernard Metz, então executivo da Alstom informava a um colega que companhia pagaria 7,5% de propina pelo contrato a um indivíduo com as iniciais R.M. “É um pagamento para o governo local”, Metz escreveu em francês. “Está sendo negociado por um ex-secretário do governador”.

De acordo com as investigações policiais, esse ex-secretário era Robson Marinho, chefe de gabinete do governo Covas entre 1995 e 1997. Marinho, que depois se tornou conselheiro do Tribunal de Contas Estadual, o órgão de auditoria das contas públicas de São Paulo, muitas vezes deu o voto decisivo para aprovar a legalidade de contratos da Alstom hoje investigados. Ele chegou a admitir que assistiu a Copa do Mundo de 1998 em Paris às custas da Alstom – embora seja um homem próspero, dono de uma ilha no Rio de Janeiro e de um prédio de oito andares em um bairro nobre em São Paulo.

Em junho de 2009, as autoridades suíças bloquearam uma conta de Marinho sob suspeita de que tivesse sido usada pela Alstom para pagar propinas via depósitos offshore. No mês seguinte, o Ministério Público de São Paulo fez o mesmo com as contas bancárias de Marinho e de mais 18 suspeitos.

Outros documentos que obtive em São Paulo revelavam mais sobre o esquema atribuído a Alstom. Em depoimento juramentado ao MPE, em 2008, Romeu Pinto Júnior, suspeito de lavagem de dinheiro, disse que um ex-executivo da Alstom chamado Philip Jaffre, já falecido, havia montado várias companhias offshore no Uruguai e nas Ilhas Virgens para fazer circular secretamente os recursos da companhia que seriam pagos a políticos brasileiros. Os políticos recebiam em dinheiro, em encontros em restaurantes.

Em depoimento da mesma época, outro suspeito de lavagem de dinheiro, Luís Filipe Malhão e Sousa, disse ter usado várias empresas para distribuir as propinas da Alstom e lavado dinheiro através de vários bancos em Nova York. Mais de um milhão de dólares foram transferidos pelas empresas de Sousa nessas transações entre 1998 e 2002.

Em agosto de 2008, segundo documentos oficiais, pelo menos dez contratos da Alstom estavam sendo investigados pelo Ministério Público de São Paulo. Mas as tentativas do PT de abrir uma CPI continuavam sem obter os votos necessários na Assembléia.

Boa hora para um encontro rápido de muitas consequências
Enquanto rastreava o ex-executivo da Siemens, fui muitas vezes a Assembléia para conversar com deputados e assessores legislativos sobre os documentos compilados no dossiê. Em uma dessas visitas, ao entrar no departamento de pesquisas do PT, escondido em um canto da Assembléia, um homem magro, com alguns cabelos grisalhos disfarçando a careca, me disse, entusiasmado, que eu tinha chegado em boa hora. “Tem alguém aqui que eu quero que você conheça”. E saiu. Voltou pouco depois para me conduzir até uma sala de reuniões com uma mesa grande. Ali estava sentado um homem de olhar intenso, que me observava silenciosamente.

Depois de breves apresentações, ficou claro que o homem com quem eu estava falando era o ex-executivo da Siemens que eu procurava, com informações de primeira mão sobre a Alstom, Siemens e outras empresas que atuam no setor metroferroviário de São Paulo.

Contei-lhe o que já havia descoberto em minhas investigações sobre as acusações à Alstom. Do outro lado da mesa, ele me olhou e assentiu com a cabeça. Após uma conversa rápida, off the record, ele me disse: “Infelizmente você me pegou em um momento ruim, tenho que ir embora”. Antes de sair, porém, ele pegou uma pilha de papéis grampeados e me entregou. “Você é uma das pouquíssimas pessoas a ver isso”, disse. “Acho que vai achar interessante.” Pedi, mas não obtive seu contato e ele saiu rapidamente da sala, dizendo que eu poderia achá-lo através de meus conhecidos na Assembléia. Peguei um táxi e corri para casa para olhar os documentos.

Duas cartas e muitas revelações sobre o que se tornaria um escândalo
O primeiro era uma carta escrita em inglês endereçada ao Dr. Hans-Otto Jordan, em Nuremberg, Alemanha, em junho de 2008. Jordan, eu saberia depois, era o ombudsman da Siemens – um advogado contratado pela companhia para ouvir os empregados que quisessem fazer denúncias sobre práticas inapropriadas de negócios na companhia.

Na carta de oito páginas, o ex-executivo fornecia informações e documentos que compunham o que ele chamava “As práticas ilegais do presente e do passado da Siemens no Brasil”. E focava três contratos do setor de transportes metropolitanos com o cuidado de destacar que o mesmo esquema também era muito utilizado pelas divisões de equipamentos médicos e de energia da Siemens.

A primeira coisa que me chamou a atenção na carta foi o nível de detalhes sobre os casos relatados. Para cada contrato discutido, a fonte nomeava as companhias envolvidas, dizia os valores e a quem as propinas haviam sido pagas, nomeando os funcionários de alto escalão do governo de São Paulo e do Distrito Federal que receberam o suborno. Dois dos três contratos denunciados eram acordos para expandir o sistema metropolitano de trens. O primeiro era um contrato de 288 milhões de dólares, assinado em 2000, para ligar uma linha de trem – a G da CPTM – à linha 5 do metrô, a linha lilás, com apenas cinco paradas, que vai do Largo Treze ao Capão Redondo, no extremo da zona Sul de São Paulo.

Quase dois terços desse dinheiro vinha do governo de São Paulo; o resto tinha sido financiado pelo BID de acordo com os registros oficiais. Esse contrato, anexo à carta do executivo, tinha sido dividido entre várias companhias, incluindo a Alstom, a Siemens, a Daimler Chysler, a grande companhia espanhola CAF e vários pequenos parceiros e subcontratados.

Para garantir o contrato, a Alstom havia costurado um acordo com as outras companhias para oferecer preço inferior ao dos concorrentes na licitação da nova linha de metrô, segundo o ex-executivo. Depois, dividiriam o bolo. Cada uma das empresas pagaria uma parte das propinas aos funcionários do governo estadual, correspondentes a 7,5% do valor do contrato, segundo a carta.

Siemens e Alstom camuflavam o dinheiro das propinas através de duas companhias no Uruguai – Leraway Consulting e Gantown Consulting-, e duas brasileiras, Procint e Constech, de propriedade de Arthur e Sergio Teixeira, segundo a carta. Os recursos eram então transferidos para o Brasil onde as propinas eram pagas em dinheiro vivo. Os documentos dos contratos com as firmas uruguaias, assinados pela Siemens em Munique em abril de 2000, também foram anexados.

O próximo grupo de documentos se referia a contratos com o governo estadual para fabricar e colocar em operação dez trens comprados pela CPTM. Em 1997, a Siemens ganhou um contrato no valor de 103 milhões de marcos alemães para vender dez trens para a CPTM. Pelo acordo, a companhia dividiria o contrato com a empresa japonesa Mitsui, que se encarregaria do suporte e treinamento técnico; mas o papel verdadeiro da Mitsui, segundo a denúncia, era o de pagar propinas para os funcionários da CPTM, sempre de acordo com a carta do ex-executivo. “O contrato era apenas uma ‘cortina de fumaça’ para ocultar sua função real, que era subornar o cliente”, ele escreveu.

Cinco anos depois, a Siemens assinou mais um contrato com a CPTM para operar e manter os vagões vendidos em 1997. A companhia obteve o negócio subcontratando a empresa brasileira MGE Transportes, então dirigida por Ronaldo Moriyama, conhecido por “sua atitude agressiva e arriscada” ao subornar funcionários do governo para obter contratos, escreveu o ex-executivo, que chegou a nomear os que teriam recebido as propinas da MGE. “Muitos diretores do Metrô de SP e da CPTM estão na folha de pagamentos dele (Moriyama) há anos”, dizia a carta. “Os mais conhecidos eram: Décio Tambelli (ex-diretor de operações do Metrô), Jose Luiz Lavorente (ex-diretor de operações da CPTM) e Nelson Scaglione (Gerente de Manutenção do Metrô de SP ).”

O ex-executivo também detalhou o esquema de propinas da Alstom no Metrô em Brasília que, segundo a carta, funcionava há anos. Para garantir os contratos, a companhia pagava R$ 700 mil de propina por mês ao ex-governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, e diretores do metrô, escreveu o ex-executivo. Quando a Siemens substituiu a Alstom no mesmo contrato, o governador Roriz não se incomodou, “desde que o vencedor da concorrência continue a pagar a ‘taxa’” dizia a carta. No final, o ex-executivo diz que o suborno continuava sendo uma prática da Siemens no Brasil, acrescentando: “Essa atitude conta com as bençãos do principal executivo da companhia no Brasil”.

Uma segunda carta endereçada ao Ministério Público
Uma segunda carta, essa escrita em português, em 2010, foi me entregue pelo ex-executivo. Depois eu descobriria que essa carta – dirigida a “Prezados Senhores – tinha sido remetida ao Ministério Público Estadual pela bancada do PT na Assembléia em fevereiro de 2011, com mais um pedido formal de investigação – o que vinha sendo feito pelo partido desde 2008.

Nela, o ex-executivo detalhava ainda mais o esquema de propinas da Siemens e o papel da MGE, subcontratada pela Siemens para executar o contrato de manutenção da CTPM, vencido em 2002, no valor de R$ 34 milhões. O verdadeiro propósito da parceria, dizia a carta, era canalizar propinas para os diretores da CPTM e para políticos do PSDB e do PFL (atual DEM) em São Paulo.

Durante os cinco anos de vigor do contrato, a Siemens transferiu à MGE mais de R$ 3 milhões para serem usados nas propinas, fingindo pagar por serviços que nunca foram realizados, de acordo com a fonte. O dinheiro era depositado nas contas pessoais dos diretores da MGE e pagos para o já citado José Luiz Lavorente, então diretor da CPTM. Segundo a carta, Lavorente guardava o seu quinhão e distribuía o restante a políticos de São Paulo. A MGE ficava com 23% do dinheiro das propinas, e a Siemens obtinha um grande lucro, superfaturando em até 30% os contratos da CPTM, segundo a carta. O mesmo arranjo era utilizado pela Siemens para ganhar licitações de contratos lucrativos com o Metrô de São Paulo e de Brasília, de acordo com o ex-executivo.

Mais uma vez as denúncias eram acompanhadas de documentos, dessa vez informes detalhados de pagamentos da Siemens à MGE de 2002 to 2006, com números de cheques e datas das transações para pagar as propinas. “O papel principal da MGE nos contratos com a Siemens Ltda. (Brasil) foi e continua sendo o pagamento de propina a diretores da CPTM, Metro SP e Metro DF (Brasilia)”, escrevia a fonte. “O cruzamento dos saques efetuadas pela MGE com os pagamentos efetuados pela Siemens a esta empresa pode provar o esquema milionário de corrupção patrocinado pela Siemens e MGE na CPTM, no Metro de SP e no Metro do DF.”

26 de agosto de 2013

Metrô de SP informa telefone antigo para serviço de denúncias, diz leitor

Internauta afirma que erro se encontra em vários trens da companhia. 
Metrô informa que substituição das placas deve ocorrer dentro de um mês.

Mais de um ano após o nono digito para celulares ser implementado na capital e região metropolitana de São Paulo, as placas que indicam o número do serviço de denúncia do Metrô de SP ainda não receberam atualização. Este telefone permite que passageiro mande mensagens de texto para alertar a companhia sobre atos de vandalismo, roubos, furtos, comércio irregular nos trens e nas estações, entre outros problemas.

A observação foi feita pelo estatístico Alexandre Manoel Paulino, que utiliza a Linha 3-Vermelha todos os dias para se locomover da Penha, na Zona Leste de SP à região da Avenida Paulista, no Centro. Ele conta em vários trens da companhia a situação é a mesma.

“Eu mesmo já utilizei o serviço e é de grande ajuda, mas para quê serve a placa se os funcionários do metrô nem podem atualizar? O certo seria 973332252 e ainda está escrito 73332252”, conta.


(Foto: Alexandre Manoel
Paulino/VC no G1)

Metrô de São Paulo esconde informações em apuração sobre descarrilamento

A Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) recusou-se a prestar esclarecimentos aos trabalhadores da empresa sobre o descarrilamento ocorrido no último dia 5 de agosto na Linha 3-Vermelha, perto das 11h, nos arredores da estação Palmeiras-Barra Funda, zona oeste da capital. No mesmo dia, e nos seguintes, representantes dos funcionários em pelo menos três Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (Cipa) solicitaram a realização de uma reunião extraordinária para tratar especificamente do caso. As requisições, porém, apesar de estarem amparadas pela legislação, foram repetidamente ignoradas pela chefia.

O descarrilamento do dia 5 fora provocado pela ruptura do “truque” ou “truck”, termo técnico que designa o sistema composto por rodas, tração, frenagem e rolamentos do trem, e que fica em contato direto com os trilhos. A composição danificada é identificada internamente como K07, por ser o trem número 7 da frota conhecida como K, recentemente reformada pelo consórcio MTTrens – composto pelas empresas TTrans, MPE e Temoinsa. O contrato da MTTrens com o Metrô foi assinado em 2009 e é um dos quatro de um pacote de modernização das composições em circulação nas linhas 1-Azul e 3-Vermelha, cujo valor totaliza R$ 1,8 bilhão. O acordo com a MTTrens abrange 25 trens do ramal leste-oeste do sistema metroviário paulistano.


Além dos danos no truque, o acidente arrancou cerca de 150 metros do chamado “terceiro trilho”, que alimenta eletricamente os trens, e provocou 9 horas de transtornos aos usuários. Com o sistema paralisado, algumas estações ficaram superlotadas e tiveram de ser fechadas. No momento do acidente, segundo o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, houve “estouros e fumaça” devido ao curto-circuito ocasionado pela violência do descarrilamento. Funcionários avaliam que também houve risco de tombamento dos vagões – o que só não ocorreu, dizem, porque a composição trafegava a 40 km/h e não aos 70 km/h que costuma atingir no trecho. Em condições normais, portanto, poderia ter acarretado em ferimentos e até mesmo morte dos passageiros. Felizmente, ninguém se machucou.

Transparência

O Metrô possui onze Cipas, divididas em áreas de atividade, com representação paritária entre funcionários e empresa. Há também um fórum denominado Intercipas, que articula bimestralmente todas as comissões de prevenção de acidentes da companhia. Normalmente, as reuniões ordinárias das Cipas ocorrem uma vez ao mês para discutir vários assuntos relativos à segurança do trabalho. Após o descarrilamento, havia três Cipas naturalmente interessadas na convocação de uma reunião extraordinária: Cipa Manutenção de Linhas, Cipa Manutenção de Trens e Cipa de Operação. As três requisitaram, mais de uma vez, encontros específicos para tratar do tema, e as três receberam “não” como resposta. Seus membros estão insatisfeitos com a falta de transparência da empresa – e a sonegação de informações aos funcionários.

“Descarrilamentos são tão incomuns no Metrô que qualquer ocorrência desse tipo deveria ser motivo óbvio para uma reunião extraordinária de prevenção de acidentes”, defende Altino de Melo Prazeres, presidente do Sindicato dos Metroviários, ressaltando que os trabalhadores têm o direito de conhecer os riscos a que estão sujeitos diariamente nos trens, vias e estações do sistema. “É raro quebrar um truque do trem”, continua. “Isso nunca aconteceu na história da companhia. Queremos saber exatamente quais as causas e quem são os responsáveis.”

Questionado sobre se não poderiam tratar do assunto nas próximas reuniões ordinárias das Cipas, ou mesmo numa assembleia independente do sindicato, Altino argumenta que a grande vantagem de uma reunião extraordinária é que ela se restringe a uma única questão – no caso, o descarrilamento, a quebra do truque e as demais consequências de um dos acidentes mais graves da história do Metrô. Além disso, está respaldada em normas trabalhistas. “Os engenheiros responsáveis e todos os envolvidos na ocorrência são obrigados a comparecer e prestar os esclarecimentos necessários.”

De posse das informações, prossegue, seria possível aos metroviários conhecer com maior profundidade as causas do acidente, esclarecer dúvidas e propor políticas de segurança à empresa. “Assim podemos sair do achismo”, sublinha o sindicalista, lembrando que a empresa não tem permitido aos funcionários que sequer vejam a peça danificada no descarrilamento: o truque está coberto com uma lona e vigiado por seguranças. “Querem esconder alguma coisa.”

Negativas
Uma troca de e-mails entre funcionários e o presidente da Cipa de Operação do Metrô, à qual a reportagem teve acesso, mostra que o chefe da comissão, que representa a empresa no grupo, ofereceu cinco razões para embasar sua recusa em convocar a reunião extraordinária: 1) Não houve funcionários ou usuários com qualquer tipo de lesão; 2) Não houve risco ou lesão grave a nenhum funcionário; 3) Todas as medidas emergenciais foram tomadas, e não há risco grave e iminente a ser sanado; 4) Os empregados atuaram conforme o procedimento, não se constando nenhum desvio; e 5) Todos os trens da mesma frota foram retirados de serviço.

Os trabalhadores concordam em que não houve feridos, mas, pelos “estouros”, “fumaça” e “curto-circuitos” que se deram logo após o descarrilamento, discordam radicalmente da tese de que não houve risco aos passageiros e funcionários, como afirma o presidente da Cipa de Operações. Concordam que todas as medidas emergenciais foram tomadas, mas contestam a afirmação de que “não há risco grave e iminente a ser sanado”, como insiste o representante da empresa. Concordam que os trens da mesma frota da composição acidentada, a frota K, foram retirados de circulação, mas lembram que dois deles voltaram a operar nos dias 19 e 20 de agosto, e tornaram a ser encostados várias vezes nos dias posteriores depois de apresentarem novas falhas.

A legislação brasileira que regulamenta o funcionamento das Cipas respalda a petição dos funcionários do Metrô. A Norma Reguladora número 5, item 6, inciso L, disponível no portal do Ministério de Trabalho e Emprego, determina que são atribuições da Cipa “participar, em conjunto com o empregador, da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas identificados”. O item 27 prevê que reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quando “ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal” ou “houver solicitação expressa de uma das representações”.

“Foi uma ocorrência de extrema gravidade, onde puramente por sorte ocorreu num local e de uma forma que não gerasse mortes, mas o risco iminente existiu, pois poderia haver vítima tanto pelo descarrilamento como pelo curto circuito”, argumentaram os trabalhadores em e-mail enviado ao presidente da Cipa de Operação na tentativa de demovê-lo da decisão. “Houve grandes danos materiais, transtornos para todo o sistema metroviário e, inclusive, dano psicológico aos funcionários envolvidos, os quais ficaram abalados com tamanha gravidade da ocorrência.”

A reportagem procurou, por telefone, o presidente da Cipa de Operação, mas ele se negou a conceder entrevistas sem antes obter autorização expressa do Metrô para atender à imprensa. “Minha cabeça estará a prêmio se eu falar”, justificou. Procurada, a assessoria de imprensa da companhia não respondeu às solicitações da reportagem.

Histórico
Em 2012, houve ao menos duas reuniões extraordinárias de Cipas no Metrô. A primeira, em maio, quando dois trens se chocaram entre as estações Carrão e Penha, na zona leste, na mesma Linha 3-Vermelha que foi palco do último acidente do descarrilamento. Na ocasião, 40 pessoas ficaram feridas, com escoriações leves e moderadas. Outra Cipa extraordinária foi convocada quando dois trens se chocaram no pátio Jabaquara, na Linha-1 Azul, em dezembro. Não havia passageiros. Uma composição se moveu sozinha e colidiu frontalmente com outro trem, que passava por revisão. Por pouco um funcionário não acabou esmagado, mas não houve feridos.

Por todas essas razões, o Sindicato dos Metroviários não consegue entender por quê a empresa bloqueou os caminhos legais que os funcionários tinham direito de acionar para se informar melhor sobre o último descarrilamento e, consequentemente, sobre os riscos a que estão expostos diariamente. Mas tem uma hipótese. “Há muitas ocorrências de falhas nos trens novos e reformados”, explica Altino de Melo Prazeres. O número de panes do Metrô aumentou nos últimos anos: paralisações com mais de cinco minutos de duração saltaram de 28, em 2010, para 66, em 2012. “Empresas que participaram das reformas estão também envolvidas nas denúncias de formação de cartel, como a TTrans, que reformou a frota K.”

Além das falhas, há casos de composições que acabam tendo de passar por manutenção pouco tempo depois das reformas – e mesmo das manutenções terceirizadas contratadas pelo Metrô junto a empresas privadas. “Muitas vezes, temos que repetir serviço aqui dentro, porque são mal feitos.” O sindicalista cita como exemplo os novos trens da frota H, construídos pela empresa espanhola CAF, também envolvida no recente escândalo. “Cada trem custou R$ 31 milhões, mas já vieram precisando de ajustes. Há registros de falhas e, com três anos de uso, os pisos já estão tendo que ser trocados”, elenca. “Aqui temos trens de 40 anos, produzidos pela extinta Mafersa, que até agora estão com o mesmo piso.”

Os metroviários acreditam que, se pudessem acessar livremente o truque avariado que causou o descarrilamento do último dia 5 de agosto, e confrontassem os danos observados na peça com as informações que obteriam de engenheiros e especialistas durante uma reunião extraordinária da Cipa, poderiam juntar as pontas entre terceirização, reformas mal feitas, manutenções incompletas, contratos caros e denúncias de corrupção. “É disso que o Metrô tem medo.”

por Tadeu Breda, da RBA, e Vinícius Gomes, do Outras Palavras

25 de agosto de 2013

Trem com centenas de imigrantes descarrila e deixa 4 mortos no México

Trem levaria até 300 imigrantes ilegais.



Pelo menos quatro pessoas morreram e 35 ficaram feridas neste domingo (25) quando um trem de carga descarrilou em Tabasco, estado do sudeste do México, a bordo do qual viajariam até 300 imigrantes ilegais.

Trem levaria até 300 imigrantes ilegais (Foto: Diario Presencia/Reuters)








 O acidente, ocorrido durante a madrugada nos arredores de La Tembladera, pertencente ao município de Huimanguillo, Tabasco, deixou, "até o momento, quatro mortos e 35 feridos, 16 deles com gravidade", informou Luis Felipe Puente, coordenador nacional de Proteção Civil da Secretaria de Governo (Interior), em sua conta no Twitter.

Nos trens de carga que passam por esta ferrovia, que vai desde a fronteira sul com a Guatemala até a norte com os Estados Unidos, viajam diariamente centenas de imigrantes clandestinos, principalmente procedentes da América Central, em busca do sonho americano.


23 de agosto de 2013

Metrô SP inicia uso do CBTC na Linha 2-Verde

Neste domingo (25/08), o sistema fornecido pela Alstom deve começar a ser utilizado em toda a extensão da Linha 2 do metrô, que liga a Vila Madalena a Vila Prudente. Por enquanto, o sistema deverá funcionar aos domingos e, de acordo com o desempenho apresentado, a operação nesse modo será estendida para os sábados e, posteriormente, para toda a semana.

Segundo a companhia, com o CBTC será possível diminuir o intervalo de circulação entre os trens, ampliando a capacidade de transporte em cerca de 20%. A instalação do CBTC nas linhas 1-Azul e 3-Vermelha será feita após a conclusão dos testes na Linha 2.

O CBTC é considerado por operadoras como um dos melhores e mais modernos sistemas de controle de trens do mundo e está em operação em linhas de metrôs nas cidades de Nova York, Londres e Paris, entre outras.

Fonte: Revista Ferroviária 

Obras de modernização alteram a circulação de trens no fim de semana

Não haverá circulação de trens em trechos e horários específicos
O sistema PAESE será acionado para atender os usuários nos trechos interrompidos das linhas 7, 8 e 11; demais linhas vão operar com maiores intervalos

Neste fim de semana 24 e 25 de agosto, a CPTM [Companhia Paulista de Trens Metropolitanos] dará continuidade às obras de modernização de suas linhas. Por esse motivo, não haverá circulação de trens em trechos e horários específicos nas linhas 7-Rubi [Luz - Francisco Morato - Jundiaí], 8-Diamante [Júlio Prestes - Itapevi] e 11-Coral [Guaianazes - Estudantes]. O PAESE [Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência] será acionado para o deslocamento dos usuários. Nas demais linhas, a operação será feita com maior intervalo entre as composições. Confira a programação e planeje sua viagem com antecedência:

Linha 7-Rubi [Luz - Francisco Morato - Jundiaí]

Sábado: das 18h até o fim da operação comercial, os serviços estarão concentrados no sistema de rede aérea e nos equipamentos de via entre as estações Vila Clarice e Perus.

Domingo: das 4h à meia-noite, não haverá circulação de trens entre as estações Pirituba e Perus. Para o deslocamento, ônibus de conexão serão disponibilizados para atender os usuários. As senhas deverão ser retiradas na área interna das estações. Na região da estação Franco da Rocha também haverá serviços de implantação de equipamentos de infraestrutura, sem interrupção da circulação de trens.

Linha 8-Diamante [Júlio Prestes - Itapevi]

Domingo: durante toda a operação comercial, não haverá circulação de trens entre as estações Osasco e Barueri. Ônibus de conexão serão disponibilizados para o deslocamento dos usuários no trecho interrompido, com paradas de embarque e desembarque nas estações Osasco, Carapicuíba e Barueri. As senhas deverão ser retiradas na área interna das estações. As demais estações: Comandante Sampaio, Quitaúna, General Miguel Costa, Santa Terezinha e Antônio João haverá apenas o desembarque.

No mesmo dia, também haverá intervenções na região da estação Palmeiras-Barra Funda para trabalhos no sistema de rede aérea, sem interrupção da circulação.

Linha 9-Esmeralda [Grajaú - Osasco]

Sábado e domingo: das 21h de sábado até à meia-noite de domingo, os trabalhos estarão concentrados no sistema de alimentação elétrica dos trens entre as estações Morumbi e Granja Julieta. No domingo, durante todo o dia, os mesmos serviços serão estendidos até a estação Santo Amaro.

Linha 10-Turquesa [Rio Grande da Serra - Brás]

Domingo: das 9h às 15h, haverá substituição de componentes dos equipamentos de via entre as estações Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

Linha 11-Coral/Extensão [Guaianazes - Estudantes]

Sábado: das 20h até o fim da operação comercial, não haverá circulação de trens entre as estações Jundiapeba e Calmon Viana. Para atender os usuários, haverá ônibus de conexão no trecho interrompido. As senhas deverão ser retiradas na área interna das estações.

Domingo: das 4h à meia-noite, na região da estação Suzano, haverá obras da MRS para o descompartilhamento de vias.

Linha 11-Coral/Expresso Leste [Luz - Guaianazes]

Sábado: das 18h até o fim da operação comercial, as equipes atuarão na substituição de equipamentos de via na região da estação Brás.

Domingo: das 4h à meia-noite, as intervenções ocorrerão nos equipamentos de via entre as estações Corinthians-Itaquera e Guaianazes.

Linha 12-Safira [Brás - Calmon Viana]

Sábado e domingo: das 18h de sábado à meia noite de domingo, as obras serão executadas no sistema de alimentação elétrica dos trens e nos equipamentos de via na região da estação Tatuapé.

Desafio: a CPTM ressalta que executar as obras de modernização, mantendo simultaneamente o atendimento aos usuários, é um grande desafio. As ações exigem medidas como promover intervenções em horários de menor movimentação de passageiros aos finais de semana, feriados e madrugadas.

Na eventualidade de dúvidas ou de informações complementares, a CPTM coloca à disposição a Central de Atendimento ao Usuário, no telefone 0800 0550121.

CPTM

Ferraz de Vasconcelos: População critica passarela

Pedestres com mobilidade reduzida enfrentam dificuldade em atravessar o acesso no centro

A estrutura da nova passarela da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) no centro de Ferraz de Vasconcelos tem sido alvo de críticas por parte da população. Anteontem, o Dat esteve no local e apurou que, apesar das boas condições de segurança, a extensão da travessia prejudica os pedestres com mobilidade reduzida.
No momento em que o Dat percorria a passarela, a equipe de reportagem percebeu que uma mulher de meia idade havia parado no meio do acesso. "Sinto falta de ar, porque é muito cansativo". A entrevistada era a diarista Rosa Piloto Silva Santos, uma das pessoas que não concordaram com a estrutura montada pela CPTM. "Demoro pelo menos cinco minutos para atravessar. Estou até evitando utilizá-la", comentou.

Além das reclamações sobre a distância entre uma ponta e outra, moradores também protestaram contra a altura da travessia. "Tenho medo de passar aqui. É muito alto e, à noite, não tem tanta segurança, porque além de faltar luz, a visualização das pessoas que ficam na parte de baixo é prejudicada", argumentou a vigilante Iara Aparecida da Silva. A equipe de reportagem também constatou que, na parte mais alta da estrutura, os postes estão sem lâmpadas.

A passarela foi construída próximo à antiga travessia de pedestres, localizada entre as praças da Bíblia e Independência. Assim como antes, moradores continuam utilizando a via para ter acesso aos dois lados da cidade.
"Essa nova passarela ficou ótima. Tem corrimões, oferece maior segurança e é bem melhor do que a outra estrutura", disse o aposentado Expedito Menegunci, referindo-se à passarela que foi construída na estação provisória de Ferraz. O aposentado Mesah Campos também fez avaliação positiva, mas reconheceu que a extensão ficou maior, em relação à antiga passagem. "Para quem está com pressa, é ruim".

Em nota, a CPTM informou que a passarela metálica foi construída conforme as normas vigentes de acessibilidade. "Entre os itens exigidos e atendidos estão à concepção em forma de rampas, com inclinação adequada, que permite a circulação de cadeiras de rodas, facilitando o acesso a pessoas com mobilidade reduzida. A atual estrutura substituiu a antiga ali existente, de concreto, que não dispunha destas facilidades. Embora a distância percorrida seja maior com a estrutura atual, as melhorias em acessibilidade foram atendidas", informava a nota enviada ontem à tarde pela empresa ao jornal.


Fonte: DAT
Lailson Nascimento, De Ferraz

22 de agosto de 2013

Passeio de trem a Jundiaí inclui degustação de vinho em fazenda

Com partida em todos os sábados, a rota do Expresso Turístico para Jundiaí permite conhecer fazendas onde há degustações de vinho.

Os tíquetes, que custam a partir de R$ 34 por pessoa, ficam à venda nas bilheterias das estações Luz (centro de São Paulo) e Santo André. Os roteiros guiados, que levam às plantações, são pagos à parte e custam a partir de R$ 86 por pessoa.

O trem parte da estação da Luz às 8h30, e a viagem dura cerca de uma hora e meia. Os passageiros são levados em dois vagões construídos na década de 1960 e reformados para o projeto.

Na viagem, o trem passa por estações que conservam parte da estrutura original projetada no século 19 e são tombadas pelo Patrimônio Histórico, como Jaraguá, Perus e a parada final, Jundiaí. O caminho também é bastante marcado pelo verde, que começa já a partir de Pirituba.

Pelo sistema de som do trem, um guia turístico conta a história dos prédios pelo caminho. Os guardas, que usam uniformes retrô, trabalham como chefes de estação na CPTM durante a semana

ROTEIROS GUIADOS

A Rizzatour oferece roteiros guiados pagos à parte. A cada fim de semana, são oferecidos três passeios diferentes, que incluem visita a um parreiral e degustação de vinhos produzidos ali, a um pomar onde são cultivadas frutas e a uma fazenda criada em 1810.

Os pacotes podem ser comprados em um balcão na estação da Luz ou pelo telefone 0/xx/11/4527-2000.


Informe-se sobre o Expresso Turísticohttp://guia1.folha.com.br/guia/passeios/historiaecultura/376067/expresso_turistico?q=expresso+tur%EDstico&interval=all


Fonte: Folha
Via Diário da CPTM

21 de agosto de 2013

Manifestação termina em tumulto no Metrô SP

Foto: Ilustração 
Grupo de 30 manifestantes mascarados, segundo estimativa da Polícia Militar, realizou ontem à noite nova manifestação contra o governo de SP , na região central de São Paulo.

Embora a polícia tenha informado não ter registro de confronto, uma pessoa foi socorrida pelos bombeiros, em decorrência de agressão durante o ato, nas imediações da praça da República.

A vítima, que não teve o nome e idade informados até a conclusão desta edição, foi encaminhada para o pronto-socorro do Hospital Sírio-Libanês. Não havia informações sobre a gravidade dos ferimentos.

O protesto teve início por volta das 19h, no vão livre do Masp (Museu de Artes de São Paulo), na avenida Paulista.

O grupo fechou faixas da via no sentido Consolação, por onde saiu em passeata até a rua Augusta. De lá, seguiu até a praça da República, onde o movimento se dispersou.

Manifestantes que se identificavam como black blocs se dirigiram à estação de metrô República, onde pularam as catracas para entrar nos trens.

Diante da confusão, a assessoria do Metrô informou que eles foram escoltados por policiais militares e seguranças até a estação Anhangabaú, onde desembarcaram.

Não houve, no entanto, interferências na circulação de trens por conta do tumulto, segundo a empresa.

Há 17 dias, outro grupo acampa em frente ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, no Morumbi.

Eles reivindicam a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar denúncias de formação de cartel de trens e metrô no Estado.


Folha de SP

MRS e ALL fazem exigências para devolução de trechos

A FCA já confirmou a devolução de 13 trechos. Desses, seis foram considerados viáveis e serão cedidos permitindo maior capacidade e eficiência.

Um ano depois de anunciar o pacote de concessões de ferrovias, o governo federal enfrenta a resistência de concessionárias para o novo modelo do setor. Como parte dos trechos que está indo a licitação já está nas mãos da iniciativa privada, o Planalto tem que negociar com as empresas para retomar a malha e relicitá-la sob novas regras. Agora, América Latina Logística (ALL) e MRS Logística estão fazendo exigências para abrir mão de seus contratos.

Na prática, a ideia do governo era retomar esses trechos e relicitar a outros concessionários sob contratos que eliminem o monopólio sobre a via e que tenham mais obrigações de investimento. Com isso, o Planalto calcula que o pacote recebam melhorias de R$ 91 bilhões, sendo a maior parte concentrada em cinco anos.

No caso da MRS, o governo quer retomar o trecho de acesso a Santos. Hoje, para acessar o maior porto do país, as outras concessionárias dependem das operações da MRS, o que gera conflitos de interesse. Por isso, o Planalto busca retomar o trecho. No futuro, essa via fará parte da mesma concessão que tem o objetivo de viabilizar o Ferroanel em torno da cidade de São Paulo.

Mas a MRS resiste em abrir mão do contrato. Para devolver o "filé mignon" das estradas de ferro em São Paulo, a MRS exige que as ferrovias que continuarem com ela tenham sua concessão renovada em 30 anos. O governo não aceitou. Em meio às negociações, o governo chegou até a anunciar que havia desistido da ideia. "A primeira ideia era isso [a devolução], a gente tinha conversado com eles [MRS], e eles estariam de acordo. Mas a gente percebeu que não precisa nem vale a pena", disse Bernardo Figueiredo, presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), em dezembro do ano passado. Mas as conversas continuam em andamento. Não se fala mais em indenizações para a MRS.

No caso da ALL, a empresa aceitou conversar com o governo, mas ainda faz exigências. Há dois trechos da ALL em negociação: o de Mairinque (SP) a Porto Alegre (RS) e o acesso ferroviário ao porto de Santos. A empresa já chegou a falar em indenização. Publicamente, diz que está aberta para negociar "sempre com equivalência econômica", ou seja, com contrapartidas. "Estamos começando a conversar a respeito. Mas nosso raciocínio é simples. A devolução passa por uma questão de reequilíbrio, então a gente pode devolver ou não", disse recentemente o diretor de relações com investidores da ALL, Rodrigo Campos.

Ele afirmou ainda que a contrapartida pode ser por meio de uma indenização. "Todo processo de negociação passa por uma indenização ou qualquer desenho equivalente a isso. Temos todo interesse em conversar, mas obviamente que a devolução vai acontecer se houver equivalência econômica, ou não vai acontecer", disse. Apesar disso, a ALL se mostra de acordo com a ideia de um novo modelo para as ferrovias, principalmente no acesso a Santos. "Acho que é um negócio que faz muito sentido, mas se [a empresa] não estiver confortável, vai ficar como está."

Apesar de as negociações continuarem nos casos de ALL e MRS, o governo já conseguiu convencer a Vale a devolver trilhos da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA, subsidiária da mineradora) que entraram no pacote das novas concessões. Segundo o Ministério dos Transportes, a ideia foi "viabilizar a execução de investimentos que não seriam possíveis com o contrato vigente". "O contrato, firmado com a FCA há 17 anos, não exige investimentos na atual ferrovia, ocasionando degradação e ausência de modernização da estrutura", diz comunicado enviado pelo ministério.

A FCA já confirmou a devolução de 13 trechos. Desses, seis foram considerados viáveis e serão cedidos permitindo "maior capacidade e eficiência". Em troca, receberá uma cota de operação nos novos trechos. Em outros sete trechos, a FCA considerou como antieconômicos e vai converter os valores que seriam destinados à recuperação em investimentos na malha viável. O montante será de R$ 760 milhões acrescidos de 15%. "Os investimentos serão diluídos ao longo do período de concessão de maneira a garantir a estabilidade econômico- financeira da companhia", diz a FCA.

Fonte: Valor Econômico 

Comparação de custos é indevida, argumenta Metrô

A Companhia do Metrô afirmou que "tem fornecido todos os esclarecimentos e documentos solicitados pelo Ministério Público, já que se trata da maior interessada em averiguar as denúncias". A estatal disse que "é errada a premissa de comparação dos custos de reforma dos 98 trens modernizados com os custos de aquisição dos 26 trens da Linha 5". "As licitações para a modernização dos trens foram realizadas em 2008 e 2009 e tiveram como referência o custo da compra de 17 novos trens, realizada em julho de 2008. Os trens da Linha 5 foram adquiridos somente em 2011", diz o Metrô.

A empresa afirmou ainda que, "na comparação correta, o custo unitário da modernização dos 98 trens das Linhas 1 e 3 saiu em torno de 60% de um trem novo, proporção esta que justifica a opção pela modernização e não pela compra". Acrescentou, também, que "vem fazendo periodicamente o acompanhamento da variação cambial e, até o final do contrato, realizará o equilíbrio econômico-financeiro".

De sua parte, a Siemens disse refutar "quaisquer acusações que não sejam baseadas em provas validadas por órgãos oficiais competentes e que denigram a imagem, seja da empresa, de governos, partidos políticos, pessoas públicas ou privadas, ou qualquer integrante da sociedade". A empresa alemã disse cooperar "integralmente com as autoridades, manifestando-se oportunamente quando requerido". E explicou que, por causa da confidencialidade do caso, não pode se manifestar sobre reportagens.


O Estado de S. Paulo

20 de agosto de 2013

Como a CTPM ficou refém dos gigantes

Enquanto a imprensa divulga a formação de cartel para o fornecimento de equipamentos e serviços para as empresas do chamado sistema metro-ferroviário do Estado de São Paulo, a estatal paulista CPTM saiu às compras, com dinheiro do contribuinte.

No dia 3 de julho de 2013, o Diário Oficial do Estado publicou o aviso de homologação da concorrência número 8085132011. Com esta publicação, sabe-se que a CPTM comprará de dois consórcios internacionais 65 trens pelo valor de R$ 1,8 bilhão.

Esta é uma das maiores compras da história da empresa que nasceu da fusão das estatais Fepasa, paulista, e CBTU, federal, em 1992, no rastro de um programa que o governo do então presidente Fernando Collor chamava genericamente de enxugamento da máquina pública.

Ao contrário do que ocorreu com outras empresas públicas, a CPTM ficou sob controle do governo do Estado. “Não foi privatizada, mas quem dá as cartas são empresas privadas e, pior, gigantes estrangeiras”, diz Rogério Centofanti, psicólogo de formação, assessor do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Sorocabana, que atua nesta área há mais de 30 anos.

“É como se o estado fosse o dono da vaca, mas quem mama são empresas como a Siemens, a Alston e a CAF”, acrescenta Éverson Craveiro, presidente do Sindicato.

Essa simbiose começou em 1997, quando, sob administração de Mário Covas, o governo do estado aceitou a doação de 48 trens da Renfe, a estatal espanhola de trens.

Segundo Craveiro, foi um presente de grego. “Os trens tinham ar condicionado e música ambiente, mas, para os padrões europeus, não serviam mais, iriam virar sucata”, conta o presidente do Sindicato.

Mas, como na história de Troia, os inimigos estavam ocultos. Logo veio a conta. No acordo de doação, o governo do estado concordou com uma cláusula de exclusividade: a reforma dos trens caberia à Renfe. E havia necessidade de reforma.

O estado gastou, segundo Craveiro, quase o mesmo que o valor de um trem novo. E permitiu a entrada de empresas estrangeiras ao pátio da ferrovia paulista, até então ocupada majoritariamente por empresas nacionais, entre as quais despontava a Mafersa.

O próprio Craveiro denunciou o caso à Justiça, através de uma ação popular, que foi arquivada em razão da existência de outro processo parecido, só que assinada por um deputado, Caldini Crespo, hoje no DEM.

Caldini Crespo tinha uma ação contra o estado, mas estranhamente, durante anos, exerceu influência política na CPTM e no Metrô, nomeando afilhados para a diretoria das duas empresas.

Depois de disputar duas vezes a prefeitura de Sorocaba, berço da ferrovia, Crespo saiu de cena sem conseguir se eleger, apesar das campanhas milionárias.

O processo dele contra o estado também deu em nada, assim uma investigação aberta na época pelo Tribunal de Contas do Estado, que hoje tem entre seus conselheiros Robson Marinho, ex-chefe da Casa Civil do governo Covas e denunciado pela justiça suíça como titular de uma conta usada para receber propinas da Alstom.

“A CPTM se tornou um balcão de negócios do governo tucano”, diz Centofanti, antes de entrar em detalhas da compra mais recente, a de R$ 1,8 bilhão. No edital, a CPTM avaliou em R$ 23,7 milhões o preço de um trem, mas a proposta mais barata foi de R$ 26,2 milhões, oferecido pelo consórcio IESA/Hyundai.

Era um preço superior ao de referência, mas o menor entre três propostas apresentadas. Mesmo assim, o consórcio vendeu apenas trinta dos 65 trens encomendados pela CPTM.

A maior parte – 35 trens — foi para o consórcio da espanhola CAF com a francesa Alstom, que cobrará R$ 28,9 milhões por trem.

Se não tivesse dividido a licitação em dois lotes, a CPTM — com dinheiro do contribuinte paulista, repita-se –, compraria todos os trens por cerca de R$ 1,5 bilhão.

Mas, em razão das estranhas regras do edital, a conta sairá por R$ 1,8 bilhão. Para onde vai essa diferença de R$ 300 milhões?

A IESA/Hyundai poderia ter ficado com toda a encomenda, já que participou da licitação nos dois lotes. Curioso é que em um, o de trinta trens, ela apresentou um preço mais baixo, e ficou em primeiro lugar. No outro, o de 35 trens, ela apresentou um preço mais alto do que a CAF/Alstom, ficando em segundo lugar.

É um indício de que houve acerto entre as empresas, mas a CPTM, comandada pelo governo do Estado de São Paulo, em vez de suspender a compra por suspeita de cartel, homologou a licitação assim mesmo.

Escandaloso também é que, há três anos, a CPTM, com dinheiro do contribuinte paulista, comprou nove trens da Alstom por um preço ainda mais alto: R$ 31,6 milhões cada um.

Segundo o sindicato, esses trens ainda não rodaram, por não estarem adaptados para a obsoleta linha férrea da Grande São Paulo. Estão no pátio da estação Presidente Altino, onde, até alguns meses atrás, o sindicato ocupava um pequeno prédio. Foi despejado de lá depois das denúncias feitas por Craveiro.

Entre outras coisas, ele dizia que os trens estrangeiros que o estado compra não servem para as linhas da CPTM. “É necessário fazer obras de infraestrutura. Quando colocamos esses trens para rodar, é como se colocássemos um motor de Ferrari num Fusquinha. Dá pau. Esta é a razão de tantas panes e acidentes no sistema”, diz Craveiro.
Na última sessão da CPI do Transporte realizada na Câmara Municipal de São Paulo, uma burocrata do governo do Estado, Rosimeire Salgado, coordenadora de Transportes Coletivos da Secretaria de Transportes Metropolitanos, em cujo guarda-chuva se abriga a CPTM, admitiu que a empresa precisa de maior capacidade de energia para fazer rodar os trens adequadamente.

Para isso, é necessário fazer obras, mas são obras civis e de engenharia, atividades fora do catálogo das gigantes Alstom, Siemens e CAF.

Rosimeire atribuiu à falta de recursos o fato de não terem sido realizadas essas obras de adaptação das linhas da CPTM – esta é uma das razões pelas quais os trens aqui sacodem mais do que pipoca na panela, enquanto na Europa deslizam como patins sobre o gelo.

“São R$ 66 milhões para obras de manutenção”, disse Rosimeire. Pode ser pouco em relação ao montante que se gasta para trazer os trens estrangeiros, mas é o suficiente para fazer a alegria de empresas que andam entre as penas das gigantes.

É o caso da Tejofran, que até a chegada do PSDB ao governo do estado só fazia serviço de faxina em prédios públicos. Hoje, um de seus negócios mais prósperos é o de manutenção de trens. Trens da CPTM.

A Tejofran pertence a Antônio Dias Felipe, o Português. Quando era governador, Covas ficava bravo quando os jornalistas lhe perguntavam sobre a sua amizade com o Português e a relacionava aos contratos da Tejofran no governo.

Eram contratos em que a Tejofran entrava com faxineira e vassoura, e o estado com o dinheiro. Além da limpeza, a Tejofran agora, depois de quase vinte anos de governo do PSDB, empunha alicate e chave de fenda, para serviços mais complexos das ferrovias e, portanto, mais caros. Mas continua sendo difícil questionar o governo do Estado sobre a Tejofran.

Na reunião da CPI do Transporte da Câmara Municipal, o filho de Mário Covas, o vereador Zuzinha, acompanhou tudo. Ele não é membro da comissão, mas se sentou numa cadeira perto e olhava para os vereadores encarregados de questionar os burocratas do Estado.

A Tejofran não foi citada uma única vez. Coincidência ou não, Zuzinha é afilhado do Português. Foi na Tejofran que ele começou sua carreira profissional, formalmente contratado como advogado. Português foi padrinho de seu casamento.

“Está na hora de fazer uma faxina nessas relações promíscuas. Alguém ganha com isso, e não é o passageiro, que paga caro por um serviço ruim”, diz Centofanti, o Sancho Pança da luta pela moralização da estatal.

A última da cruzada dele e de Craveiro, o Dom Quixote: juntaram outros sindicatos para formar a Associação dos Usuários de Trens de São Paulo. Vem mais denúncia por aí. Mas quem se importa?