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3 de junho de 2015

Funcionários da CPTM suspendem paralisação

Funcionários da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) decidiram suspender a paralisação iniciada na madrugada desta quarta-feira (3) na região metropolitana de São Paulo. Com isso, as linhas 7, 10, 11 e 12 devem voltar a circular normalmente até o início da noite.

 

A categoria decidiu, em assembleia realizada nesta tarde, voltar ao trabalho e esperar nova proposta de reajuste salarial da CPTM. O encontro de conciliação no TRT (Tribunal de Regional do Trabalho) deve ocorrer no próximo dia 11, quando uma nova assembleia da categoria decidirá se retoma ou não a greve.

 

A CPTM estima que aproximadamente 500 mil passageiros foram prejudicados pela paralisação no período da manhã. As linhas 7 e 10 funcionaram parcialmente e as 11 e 12 ficaram totalmente paradas. Apenas as linhas 8 e 9 funcionam normalmente desde o início do dia.

 

Mais cedo, passageiros revoltados com a greve provocaram um tumulto na estação Francisco Morato, na região metropolitana de São Paulo. Um muro chegou a ser derrubado por vândalos e a Polícia Militar chegou a usar bombas de gás. Uma pessoa foi detida sob suspeita de provocar os atos de vandalismo.

 

Negociação

 

Na última reunião com a categoria a CPTM fez duas propostas : a primeira de conceder reajuste de 7,72% nos salários e de 10% nos benefícios e a segunda de aumento de 8,25% nos salários e benefícios. Os trabalhadores pedem 9,29%. A inflação acumulada desde o último reajuste, em maio de 2014, foi de 6,65%, segundo o IPC/Fipe.

 

Decisão liminar (provisória) concedida na semana passada pelo vice-presidente judicial do TRT, desembargador Wilson Fernandes, determina que, em caso de greve, 90% dos maquinistas e 70% dos demais funcionários trabalhem nos horários de pico (das 4h às 10h e das 16h às 21h) e que 60% atuem nos demais períodos.

 

Pelo descumprimento da decisão, a CPTM informou que já encaminhou ao TRT um pedido de abusividade da greve, aplicação de multa e julgamento de dissídio.

 

Paese

 

A SPTrans (empresa de transporte municipal em São Paulo) e a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) informaram que o Paese (plano de emergência) "[não foi colocado em prática]":(plano de emergência) nesta quarta porque a CPTM não o solicitou.

Quando acionado o Paese, ônibus gratuitos são colocados em circulação em trechos apontados pelo solicitante. No caso da SPTrans, eles atendem dentro da capital paulista e os da EMTU na região metropolitana. Segundo a SPTrans, a empresa que aciona o serviço paga diretamente às empresas de ônibus a hora e quantidade de ônibus utilizados.

 

A reportagem conversou com passageiros que sentiram falta do serviço nas estações Francisco Morato e Santo André. Em alguns casos, eles afirmaram não ter dinheiro para pegar coletivos da EMTU, que são mais caros que o valor do trem.

 

Questionada, a CPTM afirmou que o aciona o Paese apenas "em casos de emergência e para cobrir a demanda pontual de um determinado trecho interrompido". A empresa disse ainda que a quantidade de passageiros levada pelos trens é muito elevada, o que exigiria uma frota bastante elevada de ônibus para substituí-los.

 

Além disso, a CPTM destaca que "são necessários funcionários nas estações para distribuição das senhas, administrar as filas, direcionar usuários e fazer controle e liberação dos ônibus. O número reduzido de funcionários durante a greve é direcionado para a operação e circulação dos trens de forma a diminuir os prejuízos aos passageiros".

 

Tanto a SPTrans quando a EMTU afirmaram que reforçaram o número de coletivos em suas linhas regulares para tentar minimizar o impacto da paralisação.

 

A Tribuna