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12 de junho de 2014

Vai ter Copa, mas com jeitinho brasileiro

Depois de 64 anos, a bola voltará a rolar no Brasil em um jogo de Copa do Mundo. Desde o fatídico dia 16 de julho de 1950, quando a seleção perdeu a final para o Uruguai, por 2 a 1, calando mais de 200 mil pessoas no Maracanã, os brasileiros sonhavam com uma nova oportunidade de vencer um Mundial em casa. E essa chance chegou. Para o resto do mundo, e para os brasileiros mais entusiasmados, seria a combinação perfeita, pois não poderia haver lugar melhor para uma Copa do Mundo do que o “país do futebol”, pentacampeão mundial, maior celeiro de craques do planeta e terra do Rei Pelé.

 

Mas o “país do futebol” também tem outros nomes, como “país do jeitinho”, “país da desorganização” e “país da última hora”, que acabaram sobressaindo durante os anos de preparativos para a competição. Com isso, as emoções, que deveriam ser restritas aos estádios e às festas do povo na rua, começaram pouco depois do anúncio oficial do Brasil como sede da 20ª Copa do Mundo da Fifa.

 

O país teve quase sete anos para organizar o Mundial, tempo de sobra para modernizar aeroportos, construir hotéis, melhorar o trânsito nas grandes cidades e construir ou reformar estádios. Surgiram até projetos mirabolantes, como o trem-bala para ligar São Paulo ao Rio de Janeiro. Mas poucas obras de infraestrutura chegaram a sair do papel. Aeroportos ainda passam por reformas e tiveram que ser “maquiados”, como o terminal de Confins, que recebeu tapumes para esconder as partes inacabadas. E, quando faltava menos de um mês para o início do Mundial, algumas arenas ainda não estavam prontas, inclusive o Itaquerão, em São Paulo, palco do jogo de abertura, hoje, entre Brasil e Croácia.

 

Os atrasos provocaram uma série de reclamações do presidente da Fifa, Joseph Blatter, e do secretário geral da entidade, Jérôme Valcke, que chegou a sugerir um “chute no traseiro” do Brasil para que as obras fossem aceleradas. A burocracia, a mudança de governo – Dilma Rousseff foi eleita para substituir Lula – e a demora na aprovação da Lei Geral da Copa (que garante certos privilégios à Fifa) também contribuíram para travar os trabalhos. Foram anos de trocas de farpas entre dirigentes da Fifa e governantes brasileiro, seguidas de pedidos de desculpas e reconciliações.

 

Como se não bastasse, no meio do caminho apareceram milhares de pessoas. Durante a Copa das Confederações, em junho de 2013, a onda de protestos populares que varreu o país chegou a ameaçar a realização do Mundial no Brasil. Sobraram manifestações, algumas violentas, contra os gastos públicos na construção de estádios e por mais investimentos em saúde e educação. Políticos e cartolas se assustaram. A Fifa jamais admitiu, mas circularam boatos de que haveria um “plano B” para mudar a Copa de local. Inglaterra, Alemanha e Estados Unidos seriam alguns dos candidatos.

 

Mas, enfim, depois de tanta polêmica, o Brasil, que esperava realizar a “Copa das Copas”, terá que se contentar com o “vai ter Copa”.

 

Fonte: O Tempo