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4 de junho de 2014

Metrô e metroviários não entram em acordo sobre reajuste salarial

Companhia elevou proposta para 8,7%, mas sindicato quer aumento de, no mínimo, 10%
Prossegue no início da tarde desta quarta-feira, 4, a última audiência de conciliação entre o Metrô e seus funcionários antes da assembleia da categoria que definirá a greve por tempo indeterminado dos trabalhadores a partir da 0h desta quinta-feira, 5. Em uma reunião no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) que conta com a presença do presidente da empresa, Luiz Antonio Carvalho Pacheco, o Metrô aumentou sua proposta de reajuste salarial de 7,8% para 8,7%.

A assembleia que deliberará sobre a paralisação está marcada para as 18h30 na sede do Sindicato dos Metroviários, no Tatuapé, na zona leste. Desde a última audiência, ocorrida há dois dias e que terminou sem acordo, os metroviários pedem aumento de 16,5% - no início da campanha salarial, os trabalhadores solicitavam 35,47%. Esse é o mesmo patamar que o solicitado pelo sindicato dos engenheiros do Metrô, que também ameaça parar.

O presidente do sindicato, Altino de Melo Prazeres Júnior, tem repetido em entrevistas que os trabalhadores não aceitarão propostas de reajuste de salário menores do que dois dígitos - os motoristas e cobradores de ônibus da capital paulista, por exemplo, obtiveram aumento de 10% pelo segundo ano consecutivo.

Outro ponto central da reivindicação dos metroviários diz respeito ao plano de carreiras da categoria dentro do Metrô, que é controlado pelo governo do Estado.

O presidente do Metrô participou da mesa de negociações nesta quarta-feira, no TRT da Segunda Região, na região central. Com uma calculadora científica, Carvalho Pacheco fez contas ao lado dos advogados da empresa, diante de Prazeres Júnior e diversos outros membros do sindicato. 

A desembargadora Ivani Contini Bramante mediava os esforços de conciliação entre as duas partes. Prevista para ter início às 11h, a sessão atrasou. No ínterim, os representantes do Metrô reavaliaram as propostas finais que devem fazer aos seus empregados. 

Na última audiência, Bramante pediu "empenho" ao secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, para evitar a greve. O dirigente compareceu ao TRT a convite da Justiça, mas pouco se manifestou durante a reunião na mesa de conciliação, diferentemente do comportamento de Carvalho Pacheco no derradeiro encontro entre ambos os lados antes da possível paralisação. O presidente do Metrô foi visto várias vezes ao celular, no tablet e fazendo uso de uma calculadora. Ele saiu algumas vezes da sala de audiência.
Catraca livre. Os metroviários informam que, em caso de greve, trabalham normalmente se o governo do Estado os autorizar a liberar as catracas, para evitar que os passageiros sejam prejudicados. Mas o governador Geraldo Alckmin (PSDB) descartou a hipótese na semana passada.

Protesto. Antes da reunião no TRT, um grupo de metroviários fez um ato na Praça da Sé. Ocupando as escadarias da estação e da catedral, alguns deles estavam com rostos cobertos e gritaram "Uh, uh, uh", da mesma forma que black blocs fazem em manifestações de rua.

O ato, no entanto, foi pacífico, e ocupou também o interior da Estação Sé, onde os metroviários lembraram das acusações de corrupção envolvendo aliados políticos do governador Geraldo Alckmin (PSDB) no setor metroferroviário e a superlotação do sistema, fruto de investimentos aquém do necessário. 

COLABOROU TIAGO QUEIROZ
Por Caio do Valle
Estadão