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22 de maio de 2014

Greve de motoristas acaba em SP, mas se espalha para outras cidades

Na esteira dos protestos que travaram por dois dias o sistema de ônibus na cidade de São Paulo, motoristas e cobradores de cidades da região metropolitana decidiram nesta quinta-feira (22) fazer uma greve por tempo indeterminado. A paralisação atinge, direta ou indiretamente, ao menos 14 cidades na região.

Na capital paulista, motoristas da empresa Santa Brígida chegaram a parar pela manhã, mas a situação já foi normalizada. A categoria, porém, ameaça nova paralisação.

Na região de Osasco, trabalhadores que estão em campanha salarial e são representados pelo sindicato dos Condutores da região pararam a garagem de diversas empresas. Há problemas no transporte público das cidades de Osasco, Barueri, Carapicuíba, Jandira, Itapevi, Santana de Parnaíba, Pirapora do Bom Jesus, Cajamar, Embú-Guaçu, Taboão da Serra, Cotia e Vargem Grande.

De acordo com o secretário-geral Luiz Carlos Segatelli, por determinação da Justiça 75% dos coletivos estão rodando na região. "Nossa greve é diferente da de São Paulo. Estamos em meio a uma campanha salarial e o rito de paralisação está dentro do que é previsto em lei. Houve um comunicado prévio", disse o sindicalista.

Para tentar por um fim a greve, uma reunião foi agendada para a tarde desta quinta na sede do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 2ª região, em São Paulo. Os trabalhadores pedem um reajuste salarial baseado na inflação mais um ganho real de 8%. As empresas oferecem somente o reajuste inflacionário.

Segundo Segatelli, a obrigação de manter em circulação 75% dos ônibus corresponde a frota total das doze cidades, ou seja, há municípios onde há poucos ônibus nas ruas. "Tem cidades que o sistema de ônibus funciona normalmente mas, em Osasco, por exemplo, só 5% dos carros estão circulando", afirmou Segatelli.

O transporte público também está comprometido em Diadema, São Bernardo do Campo e Itapecerica da Serra.

Motoristas da empresa Mobibrasil cruzaram os braços e fecharam a garagem da companhia na manhã desta quinta-feira em Diadema, na Grande São Paulo. Por conta do protesto, os ônibus, que atendem também a cidade de São Bernardo do Campo, não estão circulando.
Diferentemente das região de Osasco, os funcionários paralisados são dissidentes do sindicato que representa a categoria – sindicato dos Rodoviários do Estado de São Paulo.

O protesto é muito parecido com o organizado na capital. Motoristas não concordam com o reajuste salarial firmado entre o sindicato e a empresa que fechou o aumento baseado na inflação.

Os trabalhadores querem equiparação salarial com os outros motoristas da região do ABC. "Temos o menor salário da região. Recebemos R$ 1.800 e queremos ter o que os outros motoristas do ABC tem, que é R$ 2.500 de salário", disse o motorista José Emilson, 44.

Além das questões salariais, os trabalhadores ainda pedem que os cobradores voltem a circular com os coletivos. "Atualmente o motorista dirige e cobra a tarifa. Isso é muito perigoso. O cobrador precisa voltar a andar dentro dos ônibus", afirmou Emilson.

Ao todo 230 ônibus não deixaram a garagem. Os ônibus da Mobibrasil transportam em torno de 90 mil passageiros em dias úteis. Procurada, a empresa ainda não se manifestou a respeito.
Situação similar acontece na cidade de Itapecerica da Serra. Por lá, de acordo com o sindicato dos Rodoviários, funcionários da empresa Miracatiba bloquearam a garagem e o transporte público está interrompido. De acordo com a entidade, os motoristas e cobradores também exigem equiparação salarial.

Segundo a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo), nas cidades afetadas pelas paralisações de motoristas e cobradores o transporte é feito por vans de cooperativas.

AMEAÇA
Apesar do movimento grevista na capital ter enfraquecido e só uma garagem ter sido fechada por algumas horas na manhã desta quinta-feira, motoristas e cobradores voltaram a fazer ameaças e prometeram travar o sistema de transporte coletivo em São Paulo mais uma vez.

"Se ninguém nos receber, vamos parar São Paulo de novo", disse o motorista Paulo Martins Santos, conhecido como Maloca. Os motoristas dissidentes queriam uma reunião de conciliação com a participação de Haddad na prefeitura. O encontro seria intermediado pelo superintendente regional do trabalho em São Paulo, Luiz Antonio Medeiros.

A reunião ainda não aconteceu. O prefeito avaliou que a questão foi "judicializada" e que foi orientado pelo ministro do Trabalho, Manoel Dias, que se esperasse o resultado de audiência de conciliação, que será realizada nesta tarde, entre os sindicatos patronal e trabalhista na Justiça Regional do Trabalho.

Folha de São Paulo