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12 de maio de 2014

Estado espera iniciar Linha 18 neste ano

Apesar da determinação judicial que interrompeu o andamento da licitação para construção da Linha 18-Bronze do Metrô (Tamanduateí/Djalma Dutra), o Estado ainda trabalha com a possibilidade de o monotrilho ter as obras iniciadas neste ano. A abertura das propostas estava prevista para o início de abril, mas o certame foi suspenso depois que o TCE (Tribunal de Contas do Estado) acatou questionamentos sobre a formulação do edital.

O coordenador de Planejamento e Gestão da Secretaria de Transportes Metropolitanos, Saulo Vieira, estima que seja possível abrir os envelopes com as propostas enviadas pelas empresas interessadas neste mês. As respostas para os questionamentos apresentados foram enviadas pelo Metrô no dia 2. No início da semana, o relator do processo no TCE, conselheiro Antonio Roque Citadini, afirmou que seria necessário prazo aproximado de um mês para que os materiais sejam analisados. Se o tribunal aceitar as explicações ao fim do período de 30 dias, só será possível dar continuidade à licitação no início de junho.

De qualquer maneira, Vieira diz ter esperança de que o contrato seja assinado ainda neste ano. O início das obras, acrescenta o coordenador, está sujeito a quando a contratação será formalizada. “Isso é uma possibilidade que depende muito dos prazos que a gente terá a partir dessa assinatura. Nossa expectativa é que, senão no fim deste ano, até o início de 2015 a gente inicie a obra.”

Vieira avalia que as construções dos monotrilhos das linhas 15-Prata e 17-Ouro – atualmente em andamento – irão facilitar o entendimento do tribunal de que o modal escolhido para a Linha 18 é, sim, adequado para atender ao Grande ABC. Entre outros apontamentos, a empresa PL Consultoria Financeira e RH Ltda. questionava a eficiência do monotrilho e chamava atenção para a possibilidade de conluio estratégico, com base na afirmação de que há poucas companhias no mercado especializadas no fornecimento desse tipo de equipamento. “ As empresas que hoje implantam esses dois sistemas não são as mesmas, tanto da tecnologia do trem quanto de obras. Então, a gente está seguro de que há concorrência, sim”, justifica.

ESCÂNDALOS

O ''''''''Diário'''''''' revelou no dia 16 de abril que a PL Consultoria Financeira e RH Ltda. tem sede em Barueri e é acusada de participação em diversos escândalos envolvendo contratações feitas pelo poder público.

À Jucesp (Junta Comercial do Estado de São Paulo), a companhia declarou como objeto social serviços de escritório, lojas de departamentos, reparação de equipamentos de comunicação, comércio atacadista e “outras atividades de ensino não especificadas”.

Em 2011, uma empresa construtora ligada ao grupo venceu pregão para contratação de bufê.

Especialista defende escolha do modal

O monotrilho é o modal mais adequado para atender à população do Grande ABC. A opinião é de Camil Eid, presidente do Instituto de Engenharia. O órgão, inclusive, foi uma das quatro entidades procuradas pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) para fornecer subsídios técnicos que embasem posições favoráveis ou contrárias à escolha dessa tecnologia.

“Temos de utilizar todos os modais de transporte, e cada um deles tem uma capacidade produtiva. Ficam bem nítidas as divisões. O metrô (convencional) é colocado para atingir um número muito maior de passageiros, como acontece na Capital. Depois há os modais de transporte intermediários, como é o caso do monotrilho. Para o Grande ABC, seria mesmo o mais adequado”, comenta.

A população da região, segundo o último levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é de quase 2,7 milhões de pessoas.

O sistema poderá transportar 314 mil pessoas por dia. Conforme cálculos do governador Geraldo Alckmin (PSDB), a Linha 18 poderá tirar 12 ônibus de 70 passageiros ou 560 carros das ruas a cada viagem, desafogando o trânsito carregado e otimizando o tempo de deslocamento entre os municípios da região e São Paulo.

A Linha 18-Bronze (Tamanduateí/Djalma Dutra) terá como extremos a Capital e São Bernardo. O trajeto, com extensão total de 15,7 quilômetros, terá 13 estações e também passará por São Caetano e Santo André. O investimento será bancado parte pela empresa escolhida e parte dividida entre a União, por meio de financiamento do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), e Tesouro estadual.

Diário do Grande ABC