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30 de janeiro de 2014

2034. Uma rede ‘europeia’ de linhas de metrô

Malha será comparável à de Berlim e Paris, mas não há previsão de vagões mais vazios

Parece sonho, mas se os projetos governamentais para o transporte público saírem do papel, São Paulo finalmente terá, em 2034, uma rede de metrô com extensão similar ou até superior à de Berlim (332 km) e Paris (214 km). O mais atualizado plano de expansão da Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos mostra um sistema metroviário com 342 km em 2030. Hoje, a cidade possui apenas 74 km de trilhos e tem na mobilidade urbana um de seus maiores desafios.

Na malha prevista para o futuro, a zona norte de São Paulo, que hoje é servida apenas pela Linha 1-Azul, teria três novos ramais, entre eles o chamado Arco Norte, que vai conectar a região de leste a oeste, passando por bairros como Freguesia do Ó, Casa Verde e pela região às margens da Rodovia Presidente Dutra. Bairros no extremo da zona leste também deverão ganhar estações. Há previsão de linhas chegando ao Jardim Iguatemi, São Mateus, Vila Curuçá e Cidade Tiradentes. "Estamos configurando a rede com intensidade, com muito mais quilometragem, mas também com a racionalidade de redistribuí-la fugindo da concentração central", diz Jurandir Fernandes, secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos.

Na rede de trens, linhas ambiciosas também são prometidas, entre elas o chamado Arco Sul, que vai ligar Alphaville, em Barueri, ao ABC, passando pela zona sul da capital, em uma extensão de mais de 65 km. Essa seria a maior linha da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). De Santo André, onde o Arco Sul terminaria, outra linha partiria rumo a Guarulhos. Com esses e outros projetos, a malha ferroviária passaria dos atuais 260 km para 448 km em 2030, segundo o projeto da secretaria.

"O plano de infraestrutura vai dar certo porque já está sendo feito. Vivíamos falando, nas décadas de 1980 e 1990, que iríamos fazer, e não fizemos nada. Foram décadas perdidas, por questões macroeconômicas e por falta de alinhamento de políticas públicas. Hoje, você tem esse alinhamento. Não há gestor daqui da Região Metropolitana que hoje não tenha esse pensamento", diz Fernandes.

Mas quem pensa que uma rede digna de primeiro mundo vai ter todos os passageiros transportados sentados e com conforto não deve ficar tão otimista. Mesmo nas grandes metrópoles da Europa e dos Estados Unidos, o transporte público de alta capacidade é cheio, cenário que deverá se repetir na capital paulista. "O planejamento tenderá a colaborar para melhorar a eficiência da mobilidade, mas o problema nunca vai estar totalmente resolvido. Na condição de metrópole, São Paulo atrai pessoas, eventos, serviços. Isso impacta na mobilidade. Mais metrô ajuda, mas isso tem um limite. Se você for pegar o metrô na hora do rush em qualquer metrópole do mundo não deixará de ficar espremido", diz Rovena Negreiros, diretora de Planejamento da Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano (Emplasa).

Integração. Outra tendência que poderá melhorar a mobilidade dos paulistanos daqui a 20 anos será a integração de vários tipos de transporte, entre eles os não motorizados. "Todas as novas estações hoje contemplam bicicletários. Algumas linhas, como nos monotrilhos das Linhas 15-Prata e 18-Bronze, terão ciclovias em toda as suas extensões", diz o secretário Jurandir Fernandes.

Para ele, até o compartilhamento de carros, já presente em 160 cidades da Europa, poderá tornar-se popular em São Paulo. "Lá, as pessoas estão deixando de ter o segundo carro de família. O primeiro carro seria para passeios; o carro para trabalho é compartilhado. E já está havendo um avanço desse sistema nos Estados Unidos, que é deixar o próprio veículo no ponto de compartilhamento. Então, a pessoa vai para o trabalho de manhã e deixa o carro em uma estação para ser usado por outros. Isso ajuda o dono a pagar os custos do automóvel. É uma mudança de comportamento interessante."

A melhoria nos transportes implicará em um aumento da qualidade de vida do paulistano. "São Paulo vai poder ter uma vida cultural descentralizada", opina o maestro e ativista cultural Livio Tragtenberg. "Com transporte mais eficiente e mais rápido, vamos acabar com a dualidade ‘cultura de periferia’ versus ‘cultura da elite’. Teremos uma mistura das culturas e as pessoas poderão ir a todos os lugares."

Fonte: Estadão

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