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11 de maio de 2013

Metrô de São Paulo promete informações a associação que lucra com valorização imobiliária

Em reunião, presidente de companhia estadual de transporte promete dados sobre planejamento, modelos de implementação e infraestrutura. Contrapartida é fornecimento de tendências de mercado 

A Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) e o Secovi, a associação de empresas do setor imobiliário, irão passar a trocar informações, afirmaram na tarde de hoje (10) os presidentes das duas entidades, Peter Walker e Claudio Bernardes. Walker esteve na sede do Secovi apresentando detalhes sobre os planos de expansão do sistema metroviário.

Bernardes detalhou que o Metrô irá fornecer informações sobre planejamento, modelos de implementação de curto e médio prazo, detalhes da pesquisa Origem/Destino e o critério de capacidade de suporte de infraestrutura. Em contrapartida, o Secovi irá fornecer informações sobre tendência de crescimento e de vetores de desenvolvimento do mercado.

“O intercâmbio de informações e reuniões periódicas para discutir farão que o desenvolvimento da cidade seja muito mais orientado com o transporte e, com isso, otimizada a questão da mobilidade. O que eu acho um fator extremamento importante”, afirmou. O Secovi reúne as empresas de compra, venda e locação de imóveis. São corporação diretamente beneficiadas pela definição de locais de estações de metrô, que tradicionalmente valorizam o preço do metro quadrado no entorno.

Segundo Walker, o Metrô já passa todos os dados necessários, conforme determina a Lei de Acesso à Informação. Mas fez ressalva de que essas informações são “formais”, e ressaltou a importância de diálogo permanente com o setor imobiliário. “O que nós precisamos é de um trabalho de tempo em tempo, de semana em semana, para que haja um trabalho em conjunto e essa experiência seja levada para dentro do Metrô”, disse.

Walker afirmou que todas as cinco estações em construção da Linha Amarela - Higienopolis, Oscar Freire, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia - serão entregues até setembro de 2014. Atualmente, o metrô de São Paulo tem 74 quilômetros e 67 estações. O projeto é que em 2021 sejam 249 quilômetros.

O presidente da companhia também afirmou ser contrário ao funcionamento do metrô por 24 horas, como pede o Projeto de Lei 621, de 2011, de autoria do deputado Luiz Cláudio Marcolino, em tramitação na Assembleia Legislativa. Segundo ele, isso impediria a realização da manutenção e a implantação de sistemas de modernização. “Eu fui contra isso o tempo todo”, afirmou.

Para ele, a construção de linhas paralelas para que alguns trens pudessem circular enquanto outros passassem por manutenção não se “justifica em uma cidade como São Paulo”. “O que acontece é que você não tem demanda para justificar o que está gastando em pessoal, equipamento, energia. Toda estação precisa ter todo mundo lá, toda estação precisa ter segurança, pessoal de orientação, primeiros socorros para atender uma demanda baixa”, explica.

Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/