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26 de março de 2013

Integração metro-trem-ônibus pode ter problemas na estação Pinheiros

Elevador na estação Pinheiros do Metrô-CPTM: o tamanho está certo?
Daqui a dois meses, São Paulo vai ganhar mais um terminal de ônibus, o primeiro que faz a integração de três modais de transporte, na confluência da Linha Amarela do Metrô paulistano e a linha 9 Esmeralda da CPTM ao lado do Rio Pinheiros. De acordo com a SPtrans, responsável pela operação do Terminal, a migração das linhas deverá se iniciar a partir de junho, prazo de entrega do terminal, cujas obras estão sendo geridas pela SPObras.

Quem frequenta a  estação Pinheiros e já faz a integração metrô-Trem e vice-e-versa, sabe que há alguns problemas de fluxo de pessoas ainda mal resolvidos, antes mesmo da entrada em operação da integração com os ônibus e o consequente acréscimo de mais usuários. A grande diferença de níveis entre os dois sistemas de transporte exige vários lances de escadas rolantes, totalmente ocupadas durante os momentos de transbordo nas horas de rush. Situação que deve piorar com as novas integrações e a inauguração das estações que faltam na Linha Amarela e o aumento da demanda.
O terminal de ônibus em Pinheiros, visto da passarela de interligação com a linha de trem
Observa-se, por exemplo, que os usuários enfrentam dificuldades exatamente na transferência de uma escada rolante para outra: ao saírem de uma delas com a velocidade de deslocamento do equipamento, as pessoas se deparam com outras paradas à espera de entrarem no próximo lance. O estrangulamento ocorre exatamente na curva onde as pessoas estão mais devagar e se acumulam na entrada da escada. A situação apresenta risco de acidentes pois contrapõe o fluxo contínuo da escada rolante com a velocidade de cada indivíduo no emboque do próximo trecho. A operação tem dado solução com o uso de fitas de isolamento e orientação dos fluxos, aumentando o trajeto dos usuários. Mas é uma pena que o projeto não tenha considerado esse ponto crítico.

Elevadores pequenos

Além desse problema evidente, alguns usuários da estação também apontam como defeito a localização das escadas normais. Os lances não são contínuos e por isso desestimulam quem até gostaria de fazer esse exercício no trajeto. O detalhe que mais chama a atenção de um observador atento, porém, é a falta de indicações evidentes para o acesso aos elevadores da estação. Destinados apenas às pessoas com dificuldades de locomoção, os elevadores encontram-se fora do fluxo principal da escada rolante e têm capacidade máxima de 8 pessoas.

A arquiteta responsável pelo projeto da estação, Sonia Regina Gomes, da Siarq Projetos, explica que eles estão de acordo com o estudo de demanda que recebeu do Metrô e seguem as normas de acessibilidade. A profissional também comentou que o fato do elevador parar apenas nos andares das plataformas de embarque é uma diretriz operacional do equipamento e os demais andares apresentam portas apenas para emergências, o que não combina com o fato das instalações oferecerem botoeiras para os usuários chamarem o elevador nesses patamares.

Apesar desses pontos críticos, a estação é confortável para os usuários, com grandes áreas livres em todos os níveis e muitos agentes de segurança presentes a todo o momento. A um deles fiz a pergunta se eu fosse uma pessoa mais velha e decidisse ir de elevador a partir de um andar intermediário. Ele me  respondeu: “impossível, o elevador não para nesses andares”. Eu insisti que o caso seria de uma pessoa idosa e a resposta foi rápida, mas preocupante: “a gente está aqui para ajudar nesses casos”, dando a impressão de que o segurança resolveria tudo carregando a pessoa no colo.

Detalhes que poderiam ser melhorados

Em se tratando de um equipamento público relativamente recente – o terminal funciona há cerca de um ano – é de se lamentar que a solução para eventuais desajustes seja a boa vontade do agente de segurança. Há espaço suficiente para se pensar outros tipos de soluções. É também incompreensível que haja problemas na orientação dos fluxos e o sub-dimensionamento evidente dos elevadores, ainda mais porque essa obra em especial atrasou muito, em função do enorme acidente nas obras em 2007,  quando houve a queda da embocadura do túnel sob o rio Pinheiros. A premência da entrega não é desculpa para não ter havido tempo para revisões dos partidos arquitetônicos e operacionais adotados.

A própria arquiteta do projeto reconhece que hoje há exemplos de estações em outros países, com fluxos semelhantes, que utilizam elevadores para o transporte de grande número de pessoas. Nesses locais, quem tem pressa sobe pelas escadas e quem está carregado com malas, por exemplo, tem a opção do elevador. Elevadores hidráulicos de grande capacidade poderiam ser uma ótima alternativa para quem tem dificuldades e não está sob pressão do horário.

Até porque, segundo as estimativas do IBGE, cerca de 23,9% da população brasileira declara ter algum tipo de deficiência e em um investimento público desse porte não poderia deixar de considerar esse dado no projeto das instalações. Se possível com alguma folga sistêmica para absorver momentos críticos e oferecer maiores e melhores opções aos usuários, levando os limites de utilização da estação alguns anos à frente.

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