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26 de janeiro de 2012

Usuário de trem de Mogi das Cruzes relata experiência

Embarque Linha 11-Coral da CPTM na Estação Luz
Por Júlia Guimarães

A recente visita de vereadores mogianos às linhas 11-Coral e 9-Esmeralda da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) evidenciou as deficiências do serviço oferecido pela estatal no trecho entre as estações Estudantes e Guaianazes. Anteontem, os parlamentares verificaram de perto essa complicada realidade, velha conhecida dos mogianos, que dependem do transporte público ferroviário para trabalhar. Na manhã de ontem, a reportagem de O Diário esteve na porta da Estação Mogi das Cruzes e consultou os passageiros sobre suas experiências ao longo dos trilhos estaduais. Os relatos deixam claro que os usuários sentem a diferença na qualidade dos serviços.

A mogiana Carina Sarto é supervisora de uma empresa de call center localizada na zona leste da Capital e usa os trens da CPTM diariamente para trabalhar. Ela conta que já passou por diversos apuros no interior das composições e revelou que é comum haver problemas técnicos, especialmente no trecho posterior a Guaianazes. "O trem quebra e para no meio do caminho. As luzes são desligadas, o ar condicionado para de funcionar e as pessoas começam a passar mal. É horrível", conta.

Carina explica que, entre Mogi das Cruzes e Guaianazes, os maiores problemas são a lotação e a demora entre a viagens. Neste trecho, o menor intervalo é de 8 minutos, sendo que a partir de Guaianazes, as partidas podem ser realizadas até de 5 em 5 minutos. A passageira sugere que haja mais trens para redução do número de passageiros em cada composição. "Nos horários de pico, os vagões ficam muito cheios. Acredito que mais trens resolveriam o problema", indicou.

O designer gráfico Ildo Bertins, de 28 anos, conta que, quando precisa usar o transporte ferroviário, dá preferência para o Expresso Leste, que atualmente circula apenas em 14 viagens na Linha 11-Coral. Ontem, no entanto, ele perdeu a saída das 11 horas e contou à reportagem que, contrariado, teria de pegar os trens antigos. "Prefiro sempre viajar nos novos, que são mais confortáveis e silenciosos. Nos outros, é tanto barulho que não consigo nem mesmo escutar música com o fone de ouvido. É uma viagem desconfortável", lamentou.

A atendente Jéssica Alves dos Santos trabalha em uma empresa de convênios médicos no Brás, em São Paulo, e também deu declarações semelhantes. Ela cobrou a ampliação do Expresso Leste na Linha 11: "A viagem com os trens antigos é ruim. Já temos os mais modernos, mas são poucas viagens. O ideal seria que aqui tivéssemos o mesmo serviço oferecido no trecho de Guaianazes, onde todas as composições são confortáveis".

A reportagem de O Diário também encontrou ontem a operadora Maria Lucicleide Silva, que é funcionária do supermercado Assai e veio ontem a Mogi das Cruzes, excepcionalmente, para dar apoio à nova unidade da rede inaugurada na Cidade nesta semana. Ela contou que esta é a primeira vez que usou a Linha 11, no trecho que corta o Alto Tietê, e confessou que a experiência foi bastante desagradável. "Estranhei muito o barulho no interior do trem e também as janelinhas abertas. Os vagões não possuem ar condicionado. Se eu tivesse que vir trabalhar todos os dias, me mudaria para Mogi. Não aguentaria fazer este trajeto todos os dias".

A dona de casa Marisa Ferreira mora em Jundiapeba e usa os trens para ir até a região central de Mogi. Ela passou recentemente por uma cirurgia de retirada de mama e conta que precisa do transporte ferroviário especialmente para realizar perícias e consultas médicas. "A qualidade dos trens é péssima, bem diferente do Expresso Leste. Além disso, o intervalo entre os trens é muito grande", queixou-se.

O padre César Augusto da Silva percorreu ontem o trecho local da Linha 11-Coral, entre Mogi e Suzano. O religioso também relatou diferenças no serviço e declarou que o ideal seria que houvesse a mesma qualidade em todo o sistema: "Os trens que circulam a partir de Guaianazes são bem melhores. Por aqui, a diferença é muito grande, especialmente no trecho entre Jundiapeba e Braz Cubas porque, além da diferença nos trens, a trepidação é grande e o barulho incomoda muito".

O motorista Enéas Florenço Carvalho, de 54 anos, usa os trens no trajeto entre Mogi das Cruzes e Suzano. Ele conta que a situação já melhorou bastante e que no passado o serviço foi bem pior. Porém, afirmou que os trens antigos, que continuam servindo a Região, precisam de reforma para dar mais conforto aos usuários. O cidadão cobrou mais investimentos por parte do pode Público: "Já está na hora de o Governo colocar a mão no bolso".

O encarregado de logística Manoel Carlos Alves Cerqueira usa os trens para trabalhar há vários anos. O homem também conta que o serviço foi aperfeiçoado e que já houve um tempo em que os embarques eram feitos de hora em hora. Porém, apesar das melhorias, ele afirma que é necessário haver mudanças. "Cheguei a apelidar o Expresso Leste de Expresso Lento. Melhorias são sempre necessárias", concluiu.


Fonte: Diário de Mogi das Cruzes